「 capítulo vinte e oito 」

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Dois dias, por volta de 48 horas e muitos minutos

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Dois dias, por volta de 48 horas e muitos minutos.

Esse era o tempo que faltava para o feitiço.

Eu observava cada batida do relógio como se algo muito importante fosse acontecer dali a minutos, e não dias.

Me sentia tão aterrorizada, que me afastei dos amigos humanos que havia cultivado, já que, de qualquer modo, não poderia explicar a eles minha inquietação e falta de concentração em qualquer coisa.

Edward, como meu segundo Cullen favorito, estava fazendo o que sabia fazer de melhor: – além de fofocar – ficar em silêncio.

Era tudo que eu necessitava naquele momento.

Felizmente, o professor de literatura estava passando um filme, e eu não precisava me preocupar em prestar atenção, dessa forma, fiquei apenas encarando um ponto fixo na tela, absorta em pensamentos. O Cullen ao meu lado se inclinou minimamente em minha direção, sem tirar os olhos da tv.

– Pelo menos pisque um pouco, quase parece uma vampira. – Apertei os lábios para não rir, piscando rapidamente enquanto me ajeitava na cadeira.

– Com certeza seria uma vampira melhor do que uma bruxa. – Sussurrei em resposta, e ele ergueu uma sombrancelha.

– Bem, certamente eu sou um vampiro muito melhor do que seria um bruxo, ainda que ambas as opções me pareçam péssimas. – Revirei os olhos para o telepata.

– Pelo menos você não precisa fazer um feitiço que pode durar uma semana, para falar com sua avó morta a quatro séculos. – Resmunguei.

– Pelo menos você não precisa beber sangue. – Retrucou ele.

Touché. – Ele deu uma risada fraca.

– Você, ao menos, pode fazer algo de divertido sendo uma bruxa, – O Cullen argumentou – o que eu posso fazer?

– Ser um intrometido. – Respondi, e ele estalou a língua.

– Essa é a sua opinião, mas, se os pensamentos gritam para mim, como posso não ouví-los? – Cruzei os braços, olhando para frente.

– Me deixe em paz, Edward, você está me desconcentrando. – Ele deu um sorriso irônico.

– E você estava concentrada em quê, exatamente, senhorita Swan? – Sequer pisquei ao respondê-lo.

– Praticar a inércia.

Ouvi sua risada abafada, e, por fim, ele parou de falar. Voltei para a parte confusa e submersa do meu cérebro.

Se eu poderia fazer esse feitiço para falar com Velothy... Eu poderia fazê-lo para falar com minha irmã? Ou apenas seres sobrenaturais conseguiam ser convocados com o feitiço?

Tinha quase certeza de que deveria prestar atenção no filme que se seguia, porém, sequer conseguia dormir direito, sabendo que, em breve, veria minha antecessora.

Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora