Dois dias, por volta de 48 horas e muitos minutos.
Esse era o tempo que faltava para o feitiço.
Eu observava cada batida do relógio como se algo muito importante fosse acontecer dali a minutos, e não dias.
Me sentia tão aterrorizada, que me afastei dos amigos humanos que havia cultivado, já que, de qualquer modo, não poderia explicar a eles minha inquietação e falta de concentração em qualquer coisa.
Edward, como meu segundo Cullen favorito, estava fazendo o que sabia fazer de melhor: – além de fofocar – ficar em silêncio.
Era tudo que eu necessitava naquele momento.
Felizmente, o professor de literatura estava passando um filme, e eu não precisava me preocupar em prestar atenção, dessa forma, fiquei apenas encarando um ponto fixo na tela, absorta em pensamentos. O Cullen ao meu lado se inclinou minimamente em minha direção, sem tirar os olhos da tv.
– Pelo menos pisque um pouco, quase parece uma vampira. – Apertei os lábios para não rir, piscando rapidamente enquanto me ajeitava na cadeira.
– Com certeza seria uma vampira melhor do que uma bruxa. – Sussurrei em resposta, e ele ergueu uma sombrancelha.
– Bem, certamente eu sou um vampiro muito melhor do que seria um bruxo, ainda que ambas as opções me pareçam péssimas. – Revirei os olhos para o telepata.
– Pelo menos você não precisa fazer um feitiço que pode durar uma semana, para falar com sua avó morta a quatro séculos. – Resmunguei.
– Pelo menos você não precisa beber sangue. – Retrucou ele.
– Touché. – Ele deu uma risada fraca.
– Você, ao menos, pode fazer algo de divertido sendo uma bruxa, – O Cullen argumentou – o que eu posso fazer?
– Ser um intrometido. – Respondi, e ele estalou a língua.
– Essa é a sua opinião, mas, se os pensamentos gritam para mim, como posso não ouví-los? – Cruzei os braços, olhando para frente.
– Me deixe em paz, Edward, você está me desconcentrando. – Ele deu um sorriso irônico.
– E você estava concentrada em quê, exatamente, senhorita Swan? – Sequer pisquei ao respondê-lo.
– Praticar a inércia.
Ouvi sua risada abafada, e, por fim, ele parou de falar. Voltei para a parte confusa e submersa do meu cérebro.
Se eu poderia fazer esse feitiço para falar com Velothy... Eu poderia fazê-lo para falar com minha irmã? Ou apenas seres sobrenaturais conseguiam ser convocados com o feitiço?
Tinha quase certeza de que deveria prestar atenção no filme que se seguia, porém, sequer conseguia dormir direito, sabendo que, em breve, veria minha antecessora.
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Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆
Fanfiction| 𝑰𝒔𝒍𝒂 - 𝑱𝒂𝒔𝒑𝒆𝒓 𝑾𝒊𝒕𝒉𝒍𝒐𝒄𝒌 | Isla passou por dois enormes traumas em menos de um ano, a morte da irmã mais velha, e o abandono da mãe. Sem ter mais condições de permanecer em sua cidade natal, ela e o pai se mudam para a cidade mais...