「 capítulo dois 」

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Fugi de qualquer pessoa como se minha vida dependesse disso pelo restante das aulas

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Fugi de qualquer pessoa como se minha vida dependesse disso pelo restante das aulas.

Mais tarde, já em casa, observando a floresta pela grande janela de vidro do meu quarto, tive vontade de fazer algo que a meses nem pensava: fotografar.

A fotografia era minha verdadeira paixão, poder capturar momentos únicos e deixá-los eternos em uma imagem, era emocionante pra mim. Olhar para cada foto que já tirei, me lembrando de cada momento insubstituível e as sensações que isso pode trazer... É simplesmente maravilhoso.

Forks era fria, úmida, e com uma constante nuvem cinza a sua volta, como se fosse chover a qualquer momento. Forks parecia deveras triste, parada no tempo, criada em meio a floresta.

Era uma beleza pouco vista a olhos desatentos.

Depois de tantos meses, meus olhos estavam focados novamente, observando através da janela, a floresta misteriosa que se formava a frente. Parecia uma natureza intocada, era majestosa, intimidadora, mágica.

Troquei de roupa rapidamente, me preparando para o frio do lado de fora, e uma possível chuva. Não carregava nada além de minha câmera semi-profissional.

Bati suavemente no escritório de Charlie, ouvindo seu "entre" abafado.

– Tudo bem se eu... Sair um pouco? – Questionei, segurando a câmera.

Os olhos de Charlie brilharam ao vê-la em minhas mãos.

– Claro, querida, divirta-se! – Assenti, logo saindo de casa.

Meus coturnos faziam um barulho suave ao pisar nos galhos caídos, mas isso pouco importava. Eu estava fascinada com a energia que aquela floresta emanava.

Tirei fotos das árvores vistas de baixo, de algumas flores, de folhas com orvalho... Era uma sensação a tempos afastada de mim, quase... Paz. Era isso. Eu poderia dizer que quase me sentia em paz ali.

Não sei por quanto tempo caminhei, nem em que direção seguia, eu saberia como voltar, minhas próprias fotos poderiam me guiar de volta. Entretanto, achei algo semelhante a uma estrada de terra, e não pude deixar de fotógrafa-la, não era possível ver o fim, nem seu início, como um limbo do mundo.

Ainda emocionada, resolvi seguir em frente, acompanhando a estrada.

Não demorando muito mais, surgiu uma grande casa a minha frente, com paredes inteiras de vidro. Não pude deixar de suspirar, seria tão bom se eu simplesmente pudesse fotógrafa-la, como uma invasão do homem em meio a floresta quase imaculada, em seu estado mais puro.

Entretanto, eu podia estar no estado mais apático possível, não iria permanecer ali parada olhando a casa, era uma propriedade privada ao que parecia. E eu não deveria estar lá.

Virei as costas para retomar a trilha, mas, antes que pudesse dar um passo sequer, ouvi uma voz feminina extremamente raivosa.

– Quem é você? O que está fazendo aqui? – Me virei lentamente, encontrando uma garota loira a poucos passos de mim.

Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora