| 𝑰𝒔𝒍𝒂 - 𝑱𝒂𝒔𝒑𝒆𝒓 𝑾𝒊𝒕𝒉𝒍𝒐𝒄𝒌 |
Isla passou por dois enormes traumas em menos de um ano, a morte da irmã mais velha, e o abandono da mãe. Sem ter mais condições de permanecer em sua cidade natal, ela e o pai se mudam para a cidade mais...
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Abri os olhos devagar, tentando me acostumar com a claridade.
Não era possível identificar o fim ou o início daquele local, era apenas branco e mais branco, com uma névoa cinzenta. Era frio.
Olhei em volta; não havia qualquer coisa além de névoa. Eu sequer saberia dizer onde era a frente e onde era a parte de trás daquele local.
Dei alguns passos vacilantes, até uma sombra surgir entre a névoa. Conforme a sombra se aproximava, ia tomando uma forma já conhecida por mim, e não pude deixar de sorrir.
Bella!
Entretanto, nenhum som saiu de minha boca, e minha irmã me encarou.
– Estamos no limbo, do meu lado do véu, – Ela esclareceu – aqui, você não pode fazer nada.
Coloquei a mão em minha garganta, tentando falar.
Bella, o que está acontecendo?
– Eu consigo saber o que está pensando, mas você não pode falar, apenas ouvir. – Ela deu um sorriso malicioso – Assim como nós, do seu lado do véu.
Minha boca parecia feita de areia, e uma sensação de sufocamento me atingiu. Bells deu um passo a frente.
– Por que fez isso comigo, Isla?
Inclinei a cabeça, confusa. Os olhos de Bella eram negros como uma noite sem lua, e ela tinha uma aparência doente, tal como era quando passou seus últimos dias no hospital.
– Eu estaria viva se não fosse você.
O soco na boca de meu estômago doeu, aquela frase fez eu me curvar, com vergonha de mim. Bella parecia tão magoada comigo...
Bells, não fui eu... Foi Velothy.
– Foi você! – Seus olhos ficaram úmidos, com lágrimas que jamais cairiam – Se você não estivesse viva, eu seria a descendente de Sarah! Eu seria a bruxa, e estaria viva agora! Com Charlie!
Dei um passo para trás, cobrindo a boca com as mãos. Sequer havia notado quando comecei a chorar.
Bella... Me desculpe.
– Não! – Ela deu um passo a frente – Eu jamais vou te perdoar por tirar a minha vida, Isla! Eu tenho nojo de ser sua irmã!
Os soluços que saiam de mim eram abafados por minhas mãos, enquanto eu dava passos cegos para trás, tentando, em vão, fugir das palavras de minha irmã.
Por favor, pare, Bells.
Ela deu um sorriso cruel.
– Parar? Você quer que eu pare de dizer a verdade? – Ela ergueu os braços – Matar sua própria irmã não doeu, certo? Por que minhas palavras a atingiriam?
