「 capítulo quarenta 」

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Tudo ainda parecia confuso, mas consegui guardar algumas coisas da viajem em minha memória

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Tudo ainda parecia confuso, mas consegui guardar algumas coisas da viajem em minha memória.

Viajamos durante a madrugada, era mais seguro para Jasper e seu brilho. Meu cérebro captou de forma vaga quando nos sentamos nas confortáveis poltronas da primeira classe; também notei a forma como a comissária de bordo dava sorrisos largos para o loiro.

Este que, por algum motivo, tinha recolhido alguns alimentos do carrinho que era passado pelo corredor.

Sem dizer uma palavra, eu o olhei de forma confusa.

– Li que humanos precisam se alimentar a cada três horas, – Ele semi-cerrou os olhos – está sem se alimentar a muito tempo.

Dei de ombros, me recostando na poltrona. Eu não estava com fome. Jasper empurrou um pote em minha direção.

– Coma.

Pensei em lhe dizer que não queria, que não sentia vontade de fazer mais nada, entretanto, me lembrei de como meu pai sofreu para me fazer completar tarefas simples após a morte de Bella. Relutante, eu peguei o recipiente, sem realmente ver o que estava comendo.

Lembro de dormir no ombro de Jasper, era frio e rígido – para mim, confortável. Quando descemos do avião, já de manhã, Edward nos esperava, para me levar de carro até em casa.

Ele tentou dizer algo, mas não prestei atenção, apenas me sentei no banco de trás, e fiquei olhando pela janela.

Lembrei-me da primeira vez que fiz aquele mesmo caminho. Era uma época diferente, eu era diferente.

" Olhei para a estrada e suspirei, eu prometi que tentaria.
– ... Pai? – disse, insegura. Ele me olhou rapidamente, ansioso para ouvir o que quer que eu tivesse a dizer.
– Obrigada por... Sabe, me deixar recomeçar, e estar comigo.
Por um momento, vi um indício de lágrimas passar por seus olhos. Percebi, então, que essa era provavelmente a frase mais longa que eu disse em meses.
– Não precisa me agradecer, querida, vamos recomeçar juntos, – Ele deu um meio sorriso, colocando sua mão no meu ombro – e eu sempre vou estar aqui com você. "

Coloquei a mão na boca, abafando meus soluços. Meu pai não estava mais comigo.

Eu não queria que mais ninguém sofresse o tanto que Charlie havia sofrido por mim, tudo o que ele havia feito até que eu tivesse meu emocional estabelecido novamente... Eu não queria mais pesar daquela forma para ninguém.

Jasper me deixou em casa, e eu pedi por um momento sozinha. Eu precisava pensar.

Tal qual nossa casa em Manchester, tudo ali tinha nossa nova vida, tudo era relacionado a mim e Charlie; as canecas coloridas, os pratos ainda na pia, os papéis estendidos sob a mesa... Tudo aquilo era nosso. Sentia que não teria psicológico para viver ali sem ele.

Subi as escadas vagarosamente, observando cada canto de nossa casa.

No quarto, o vestido de baile continuava estendido em uma poltrona. Passei as mãos pelo tecido trabalhado, suspirando.

Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora