Nine

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Era 4:25h da manhã e Seulgi estava acordada, ela nem tinha dormido aquela noite. Não conseguia pregar os olhos, não depois daquela cena entre Sunmi e Joohyun.

— Será que ela gostou do beijo?

Essa era uma das questões que ainda estavam em sua cabeça. Mudou de posição ainda deitada na cama apenas para conseguir alcançar o celular, desbloqueou a tela e pensou em mandar uma mensagem pra Joohyun, mas quando olhou a hora mudou de ideia.

— ela estava muito envolvida naquele beijo. E eu não vou negar a Sun beija muito bem.

Trocou mais uma vez de posição, agora Seulgi olhava para o teto. Se lembrando de cada detalhe daquele beijo que ela devia esquecer. Um sentimento estranho tomou conta de si, ela não sabia bem o que era mas sabia que tinha a ver com Joohyun. Seu semblante mudou para uma feição de um choro dramático, logo ela pôs as duas mãos em seu rosto, na tentativa de afastar aqueles sentimentos estranhos.

Resumidamente agora era 07:23h da manhã e Seulgi tinha passado a noite em claro pensando sobre Joohyun ter gostado do maldito beijo que o jogo a obrigou a dar. Seulgi tinha escola, então ela se aprontou rápido e desceu as escadas para tomar seu café, na tentativa de espantar o sono que resolveu dar as caras logo quando ela precisava acordar.

— Seulgi, bom dia. — Era a voz o senhor Kang, que já estava sentado na mesa com sua xícara de café na mão.

— Oi pai, de boinha? — Foi o que a garota respondeu, seu pai não gostava muito desse tipo de linguagem em casa, mas Seulgi não era lá uma filha tão obediente.

— Filha eu preciso conversar com você sobre uma coisa. — o homem ignorou a linguagem de sua filha, ele pretendia ter uma conversa séria com Seulgi o quanto antes.

Ele não tinha escolha já que sua atual mulher ameaçou contar a verdade para Seulgi. A relação entre os três não era lá das melhores, mas o homem não sabia o que acontecia em sua casa quando ele não estava. Sabia que sua mulher e sua filha não se davam lá tão bem, mas não sabia que a esposa agredia verbal e fisicamente a adolescente que vivia com eles.

Seulgi nunca soube que aquela mulher não era sua mãe, o pai dela sempre manteve isso em segredo, ele não queria que Seulgi se sentisse mal ou culpada sobre o fato de sua verdadeira mãe ser a amante de seu pai e que agora ela estava na mesma casa com a mulher traída de seu pai, que não era sua mãe e isso justificava toda a falta de cuidado que a mulher tinha com ela.

— Pode ser depois? Eu preciso ir pra escola agora.

— Eu te levo. — Ele se levantava da cadeira a fim de acompanhar a filha.

— Não precisa, eu vou passar em um lugar antes.

— tá, mas não se atrase.

Seulgi não mentiu, ela planejada ir até a casa de Joohyun. Há algumas semanas ela conseguiu o endereço da garota, graças ao privilégio de ser a filha do diretor.

Chegando próximo a casa que a garota morava ela pode perceber o quão diferente elas eram, Seulgi se perguntava como ela conseguia viver naquela casa minúscula. Sem pensar muito se aproximou mais da porta e tocou a campanhia. Uma loira de cabelos curtos abriu a porta.

— Você é? — Foi a recepção da menor.

— Oi, eu sou amiga da Joohyun.

— Hyun? Você tá devendo agiota?—  A garota virou-se para dentro da casa e interrogou sua irmã. Que logo se aproximou pra ver o que estava acontecendo.

— Yeri você sabe que eu não faço isso. — revirou os olhos a mais velha.

— Oi Seul, como vc achou minha casa?

— Hm Seul... Yerim brincou de dentro de casa.

Mais uma vez Irene revirou os olhos. — Se comporte. — Disse para a irmã antes de fechar a porta e começar a caminhar com a amiga.

— Eu consegui em algum lugar. — Seulgi disse sem olhar para a garota.

— Não é por que seu pai é diretor que você pode sair procurando os dados das pessoas assim.

— Me desculpa. Eu queria saber onde você morava pra poder te trazer em casa quando a gente sair e você beber demais.

Por incrível que pareça, Seulgi realmente achou que aquilo fosse acontecer.

Joohyun só conseguiu rir do que tinha acabado de ouvir. — Isso é difícil de acontecer, mas se você quiser saber alguma coisa sobre mim, pergunte a mim.

— Tudo bem, me desculpe. Eu não devia ter pegado seus dados assim, confesso.

— a Yeri parece legal. — Seulgi continuou, temendo que a conversa terminasse.

— Ela é. — O sorriso de Irene se abriu espontâneamente.

— Ela tem um sorriso bonito, isso deve ser de família porque o seu também é lindo, inclusive ele me inspirou.

Seulgi abriu mochila e tirou dela uma pasta com um desenho dentro. Irene logo que identificou o que era, sorriu e pegou a pasta em mãos.

— Ah você refez o desenho.  — Dizia orgulhosa enquanto olhava ele, era diferente do primeiro, era como uma fotografia.

— Seu sorriso me inspirou a fazer esse desenho. — Seulgi continuou.

— Ficou perfeito, eu amei.

Joohyun continuava sorrindo e assim foi até chegarem na escola, hoje era um dos poucos dias que as duas tinham aula juntas e a aula era de Ed. Física, era uma aula teórica e possibilitou para que as duas ficassem juntas pelos dois tempos de aula.

O dia passou normal como todos os outros dias na escola, aulas chatas, intervalo e mais aulas chatas. Mas no último tempo de sociologia, Joohyun agradeceu aos céus por ver Seulgi da janela chamando por ela.

— Deixa eu adivinhar você que eu reprove e perca minha bolsa?

— Não. Só vai ser dessa vez, eu prometo.

Assim as duas seguiram para a sombra da árvore que ficavam sempre que matavam aula. Seulgi estava deitada no gramado mais uma vez e Irene estava ao seu lado, sentada de pernas dobradas.

— Eu tenho uma pergunta. — Foram longos minutos até que Seulgi disse alguma coisa.

— Faz.

— Você gostou de beijar a Sunmi?

— Você ficou realmente chateada não é? Me desculpa Seul. Eu não sabia que não precisava fazer isso, eu nunca participei de um jogo assim. — Joohyun se explicava mais uma vez.

— Não, eu não estou mais chateada. — Seulgi se sentou ao lado da amiga agora. — É que eu tô curiosa sobre o que você sentiu.

— Não senti nada, ela não faz o meu tipo.

— É sério? E qual é seu tipo?

— Não sei, alguém com quem eu me sinta confortável, talvez.

— E você se sente confortável comigo? — Aquela pergunta poderia ter entregado Seulgi, mas por sorte, isso não aconteceu.

Irene apenas sorriu, é claro que a resposta era sim, Irene se sentia muito bem com Seulgi.

— Quer dizer, como amiga, você se sente confortável comigo como amiga né? — Essa foi a tentativa de arrumar a frase de Seulgi. 

— BAE JOOHYUN POR FAVOR DIRIJA - SE A DIRETORIA.

Girlfriend for Hire - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora