Nineteen

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Agora na escola, Kang Seulgi estava na diretoria conversando com seu pai.

— Pelo amor de Deus, Seulgi, desde quando isso acontece? — O homem pergunta pela quinta vez, já sem muita paciência.

— Eu tenho aula! —A garota não queria falar sobre isso.

— Seulgi? — Chamou mais calmo

— O que? — A outra continuou sem muito ânimo.

— Desde quando isso acontece?

— Você só perguntou isso até agora, não é cansativo?

— Seulgi? Quando você vai responder minha pergunta?

— Desde que me lembro sempre foi assim. Agora posso ir? — Contou para seu pai.

—  E onde você passou a noite?

Seulgi revisou os olhos — Na rua, fumando. — Mentiu, não iria dizer onde era seu esconderijo, já que seu pai sabia bem onde Wendy morava.

— Você vai morar com seu irmão. — O homem simplesmente decidiu sem pedir a opinião da garota.

— O que? Não! Pai, não eu tenho uma vida aqui. — Agora a Kang levanta de sua cadeira e põe suas mãos sobre a mesa do diretor.

— Você vai se tratar e fazer uma faculdade decente lá.

— Eu não vou!

— Sim, você vai! — Daniel escolhe ignorar toda a cena que sua filha fez e responde sem empatia alguma.

— É assim que você lida com as coisas? Sua mulher mata uma pessoa e assume que queria matar sua filha também e você acha que o mais certo a se fazer é se livrar de mim.

— Seulgi, eu estou te protegendo! Você precisa ficar longe dela.

— Não preciso e não vou pra lugar nenhum. Em todos esses anos você só me ignorou e agora está preocupado com minha segurança? Você não me engana pai, eu não confio em você.

Assim Seulgi sai da sala de vez, Daniel por outro lado agora pensa em todas as palavras que sua filha acabou de lhe dizer, talvez não fosse mesmo uma boa ideia mandá-la pra longe, talvez ele devesse dar um jeito em sua mulher.

— O que ele queria? — Joohyun se encontrava mais que ansiosa aquela altura.

— Despistar o problema pra longe.

— Como assim?

— Ele queria me mandar pra fazer faculdade (usou aspas nessas duas últimas palavras) nos Estados Unidos.

—  Isso seria muito bom, você ficaria longe daquela maluca.

— Ela iria sabotar o avião e me matar também.

— Você faria uma faculdade e começaria uma vida nova em outro lugar.

— Morta?

— Seulgi, você não sabe se ela faria isso.

— Você prestou atenção quando eu disse que aquela mulher sabotou o carro da minha mãe? 

Seulgi pôs as duas mãos nos ombros da menor enquanto fazia aquela pergunta. Não acreditava que Irene estava dando o benefício da dúvida para a mulher que ela mais odeia em sua vida.

— Você supôs. — Joohyun corrigiu, repetindo o ato de Seulgi de colocar as mãos nos ombros.

— Ela disse "vou dar um jeito como fiz com sua mãe" minha mãe morreu de acidente.. Eu achei que você era inteligente Joohyun.

— Você devia denunciar ela.

— É claro, por que, com certeza, acreditariam em mim.

— Suas costas é uma prova. Seu rosto Seulgi! Você tá toda machucada por causa daquela doida.

— Você não entende, eu já fui na delegacia por causa de briga várias vezes, eles não vão acreditar em mim.

— Ela tá sempre dizendo que te odeia, você pode gravar.  — Joohyun tentava outra alternativa.

— Seria ótimo, se eu tivesse um celular. — Seulgi descartou o plano.

— Você tem provas. As digitais dela estão em seu celular.

— As minhas também. — Mais uma possibilidade descartada por Seulgi.

— Você devia conversar com seu pai sobre isso, ele parece se importar com você.

— Não.

— Seulgi, essa mulher precisa ir pra cadeia!

Seulgi até que poderia dizer alguma coisa, mas foi interrompida pelo som estridente do sinal da escola, indicando que era hora de cada um ir pra sua sala. As duas não teriam nenhuma aula juntas hoje, mas se veriam no intervalo, como sempre.

— Seul? — A mais velha chama a garota que estava deitada, no mesmo lugar de sempre.

— Hm?

— Eu quero que você fique lá em casa, falei com a Yeri e tudo bem por ela.

— Você quer que eu more com você? Parece que estamos indo muito rápido na relação, não?

Seulgi não poderia perder a oportunidade de dizer alguma coisa desnecessária diante da situação.

— É sério. Eu não acho que você deveria voltar pra casa, eu não quero que isso aconteça novamente.

A menor dizia apontando o rosto da garota deitada a sua frente.

— Aquele lugar nunca foi minha casa, mas eu não queria sair.

— Seulgi você vai morrer se continuar lá. Eu não posso perder a única amiga que eu tenho, você precisa sair daquela casa.

O desespero nas palavras de Joohyun fez Seulgi rir.

— Eu tô falando sério Seul, por favor, diz que vai pensar.

— Eu não sabia que você gostava tanto de mim assim. — Brincou.

— Você, além da Yeri e minha vó, é a única pessoa que eu tenho, eu não quero perder minha melhor amiga.

Seulgi percebeu a sinceridade das palavras da garota e mudou o sorriso nada inocente que tinha em seu rosto para um mais sincero. Sentia um alívio por saber que alguém realmente gostava dela e que ela poderia confiar em Joohyun.

— Eu não estou acostumada com esse tipo de reação de alguém que me conhece há tão pouco tempo, sempre me tratam como se eu fosse uma rebelde, irresponsável. Mas com você é diferente, eu acho que nunca confiei tão rápido em alguém como eu confio em você.

As duas se olhavam fixamente agora, Joohyun escutava suas palavras sem saber o que dizer. Já Seulgi agora sorria da forma linda de sempre. Joohyun tentou o máximo que pôde se conter diante daquele sorriso que derreteu seu coração, Seulgi era tão linda de todas as formas, ela queria beijá-la mais uma vez, mas continuou apenas olhando. 

Seulgi permaneceu em silêncio durante os longos segundos que as duas mantinham aquele contato visual, desfez seu sorriso aos poucos, percebendo que os olhos da mais velha brilhavam. Ela não sabia o porquê, mas ela estava tão linda, Joohyun era tão linda, tão inteligente, tão doce. E agora as duas estavam tão próximas. Seulgi só queria acabar com aquela distância e beijar Irene.

Joohyun percebeu que a garota estava se aproximando um pouco mais e ela se perguntava o que ela tinha em mente. O que será que se passava na cabeça de Seulgi? Bom, ela logo soube, quando Seulgi inconscientemente cessou a distância entre as duas iniciando um beijo. Os olhos de Joohyun se fecharam automaticamente e assim ela beijou Seulgi com toda a vontade que tinha, intensificando um pouco o beijo ainda tímido que recebia da maior.

Girlfriend for Hire - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora