Kidnapping et Sauvetage

36 9 8
                                    

*Sequestro e Resgate*

Pela terceira vez em um mês e meio, Chat Noir fazia um pronunciamento em rede nacional. Mas, diferente dos dois primeiros, em que ele ofereceu poucas palavras à imprensa enquanto mais um dos antigos sócios da Ladybug era preso, esse discurso seria feito em um estúdio. A sala estava congelante por conta dos ar-condicionados em potência máxima, mas a luz forte direcionada para seu rosto e a falta de familiaridade com o lugar levaram o detetive a suar dentro do terno engomado. "Vamos estar ao vivo em cinco minutos", uma mulher gritou de trás dos holofotes, era difícil de enxergar mais do que a câmera e o operador. O maquiador apareceu para os últimos retoques, mesmo que o convidado usasse uma máscara preta. "Tem alguma chance deles diminuírem essa luz?", Chat perguntou. "Só mais alguns minutos, detetive, vai ser rápido", o profissional saiu logo depois. "Ainda não está acostumado com a fama?", Alya perguntou, se aproximando do cenário, nada mais do que um tapete branco, um painel de leds para o fundo e duas cadeiras vermelhas extremamente confortáveis. "Não estou acostumado com uma sala tão fria", o loiro respondeu, exibindo o sorriso com duplo sentido de sempre. A morena concordou com a cabeça e indicou uma das poltronas com a mão, "É só pra maquiagem durar mais tempo. Acredite em mim, vai ser pior quando você sair dessa sala". "Vamos entrar em três minutos!", a voz gritou por de trás das câmeras de novo. "Alguma coisa que eu deveria saber agora, Alya?", o detetive perguntou, analisando as fichas de apoio nas mão da jornalista, "Você gosta de fazer perguntas que eu não estou esperando". A de olhos caramelos riu, "Eu aprendi da pior maneira que nem toda pergunta deve ser feita em rede nacional", o detetive fingiu um suspiro aliviado, "Vamos ficar no assunto trabalho". "Dois minutos!". "Não vai ser nada diferente do que você está acostumado", Alya garantiu, oferecendo um sorriso amigável ao convidado. Os dois minutos passaram rápido enquanto a morena folheava os cards, logo o operador atrás da câmera estava contando até cinco com os dedos, informando que estariam ao vivo em alguns segundos. Luzes de decoração se acenderam e uma luz vermelha apareceu ao lado da lente focada neles. "Boa tarde", a jornalista cumprimentou a audiência com um sorriso educado, "Após um mês muito movimentado para o departamento de polícia de Paris, o império criminoso da mais famosa assassina da França parece estar finalmente ruindo. Depois de anos de investigações, o detetive Chat Noir conseguiu feitos incríveis, levando para a cadeia alguns dos sócios da Ladybug. Hoje, apesar da agenda ocupada, o detetive aceitou em nos conceder uma entrevista", a morena se virou para Chat, "Boa tarde, Chat, obrigada por aceitar nosso convite". "Boa tarde, Alya, parisienses", ele acrescentou com um aceno descontraído direto para a câmera, "É ótimo estar aqui, não é sempre que a gente tem a oportunidade de falar mais do que algumas palavras". A jornalista concordou com a cabeça, "Fico feliz por você pensar assim, por que você não fala um pouco sobre quando as coisas começaram a mudar pra você e para a investigação? Por muito tempo, a Ladybug conseguiu escapar de você e da justiça, o que aconteceu para a situação se reverter agora?". A mente do loiro trabalhou rápido, "Nós descobrimos que o controle da Joaninha sobre seus sócios e cúmplices não era muito forte, tivemos acesso a algumas informações que nos levaram até os sócios que foram presos". "E como a investigação vai prosseguir daqui pra frente?". Chat esboçou um sorriso ladino, "Isso eu não posso responder, informação sigilosa, mas posso garantir que vamos ser bem mais eficientes agora, temos bem mais coisas ao nosso favor". "Com certeza todos estão se sentindo mais seguros com essa resposta. Mas, e sobre a Ladybug? Já existe algum plano para surpreendê-la? Ou para descobrir quem ela realmente é?", o detetive percebeu um brilho de curiosidade nos olhos da amiga. O loiro sentiu o corpo contrair um pouco, mas manteve o sorriso no rosto e torceu para que a reação tivesse passado despercebida, "Nós ainda não temos notícias dela, não houve retaliação pelas prisões, ou qualquer sinal de que ela planeja fazer alguma coisa quanto aos sócios que perdeu. Não sabemos o que isso pode significar, mas vamos continuar fazendo tudo que está ao nosso alcance". A entrevista continuou no mesmo tom, mas Chat Noir precisou se esforçar para demonstrar interesse nas perguntas e respostas seguintes. O detetive apenas conseguia pensar se as pessoas, algum dia, esqueceriam da existência da Joaninha.

La Puissance du SangOnde histórias criam vida. Descubra agora