La Mort

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*A Morte*

POV Chat Noir

Abrir os olhos era mais difícil do que nunca, talvez fosse consequência da sensação de que meu cérebro girava dentro do crânio, ou da dor no pescoço, no maxilar e no peito. "Nosso querido amigo está acordando", uma voz feminina comentou, mais perto da minha orelha do que eu gostaria. Minha visão estava muito turva, e meus outros sentidos voltavam aos poucos, mas a leve ardência nos meus pulsos era o indicativo que eu precisava para ter certeza de que estava amarrado. Com a ponta dos dedos, a mulher movimentou minha cabeça, colocando-a no ângulo certo, meus músculos irradiaram dor, mas não reclamei. "Os tranquilizantes fizeram mais efeito do que eu esperava, mas você acordou em um bom momento, Chat Noir", a voz de Evillustrator chegou aos meus ouvidos e eu tive vontade de socá-lo, mas meus corpo não respondia aos comandos do cérebro, "Eu queria que você estivesse acordado na hora que ela chegou", os cabelos ruivos entram no meu campo de visão, mas eu não conseguia focar no rosto do filha da puta, "Você gritaria pra ela ir embora, ela ignoraria tudo o que você estava dizendo...", Evil contornou a cadeira e foi para as minhas costas, "Até você avisar sobre o homem atrás dela, ela se viraria para matá-lo e, nesse momento, um dardo acertaria o ombro dela...", com alguma destreza que eu não sabia que era possível, o homem às minhas costas girou a cadeira, dando-me a sensação de que meus olhos giraram dentro das órbitas, "E, em questão de segundos ela cairia". Eu não precisava que meus olhos focassem na cena a minha frente para ter certeza do que eu via: a Ladybug estava deitada sobre uma mesa de madeira, as expressões do rosto calmas, mas com a respiração levemente descompassada, pulsos e tornozelos amarrados com nós bem feitos, pelo menos não havia sangue, ainda. "Foi mais ou menos assim que aconteceu, só que com menos gritos", a mulher de preto e laranja falou. Tentei me virar na direção dela, mas, além dos músculos que reclamavam, uma sensação estranha no tórax me fez parar, "O que vocês querem com ela?", limitei minhas palavras, precisava me manter inteiro e acordado, não era sábio correr o risco de ser drogado ou agredido de novo. Evillustrator contornou a mesa, mantendo o móvel e a garota entre nós, "Você não deveria ter tirado ela daquela casa", ele comentou, deslizando os dedos pela panturrilha da Joaninha e subindo em direção a coxa, "Ela estaria bem, se não fosse por você. Se não fosse por você, nada disso estaria acontecendo", ao chegar na área da barriga, o antigo sócio se demorou um pouco, assim como os meus olhos. Não parecia maior pra mim, nem com sinais de que ela poderia estar grávida, pela primeira vez, estava torcendo para que realmente não estivesse. "Você manteve ela dopada por sabe-se lá quantos dias, e o errado da história sou eu?", cuspi as palavras sem conseguir conter a língua. Evil tirou a mão do corpo, voltando toda a atenção para mim, "Nosso relacionamento não interessa a você, você é uma pedra no meu caminho, sempre foi", ele desviou o olhar para o rosto da garota, não havia afeto no modo como ele a olhava, "Mas as coisas vão mudar, vão voltar ao normal", o ruivo se permitiu voltar a passar a mão pelo corpo de Ladybug, "O sonho dela era ter a sua cabeça em uma bandeja de prata, colocou muitas pessoas atrás de você pra isso", ele me encarou, rodeando os seios com a ponta dos dedos, "Acha que, se eu fizesse isso, ela me perdoaria?". "Ela não quer mais ter nada a ver com você e com os outros", respondi, esforçando-me para manter o tom de voz controlado, "Ela te odeia, teria te matado se eu não tivesse aparecido naquele dia... Eu deveria ter te matado", completei baixo. Evil riu, "Ela já ameaçou me matar muitas vezes, e já ameaçou te matar o dobro disso, mas acho que nós dois nos acostumamos com isso, não é mesmo? Viraram promessas vazias", a mão agora estava no pescoço. "Não acho que ela hesitaria matar qualquer um aqui se fosse necessário". "Você tem razão, por isso eu vou dar um bom motivo para ela te querer morto", os dedos do ruivo rapidamente alcançaram a máscara sobre o rosto da Joaninha. "NÃO!", o grito saiu antes que eu pudesse me dar conta, "VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO!". Um soco acertou meu rosto, a textura de plástico facilitou o corte no lábio, "Eu esperei muito tempo por esse momento, Gatinho, espero que não atrapalhe a minha diversão", a mulher rosnou pra mim. "Saia", o ruivo falou sério. "O quê?", a comparsa perguntou, "O que você disse?". Evillustrator se afastou da mesa, deixando a máscara exatamente como estava, e alcançou a garganta da parceira, "Eu mandei sair, já estou fazendo por você e seu mestre permitindo que ambos fiquem aqui", ele aumentou a pressão sobre a traqueia, as luvas laranjas agarraram o pulso, tentando se soltar, "Mas se você vai atrapalhar os meus planos, Volpina, eu sugiro que fiquei quieta e apenas assista tudo como aquele homem. Eu já cumpri minha parte do trato, então não teste minha paciência, derramar seu sangue nesse chão não vai fazer diferença pra mim". Então, ele a soltou, deixando Volpina cair no chão com uma crise de tosse, "Vai se arrepender disso", ela ameaçou entre uma respiração ofegante e outra. Ele ameaçou enforcá-la de novo, mas a garota apenas rastejou para trás, protegendo a garganta com as mãos, "Foi o que eu pensei", ele cuspiu aos pés dela, e, com um movimento fluído, acertou outro golpe, perto do primeiro, "Ela tem razão, cale a boca, ou colocarei uma mordaça em você". Evil voltou para o lugar em que estava antes, e, sem esperar novas interrupções, arrancou a máscara do rosto de Ladybug enquanto sussurrava algo no ouvido da azulada. 

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