Ladybug et Chat Noir

73 10 3
                                    

*Ladybug e Chat Noir*

POV Marinette/Ladybug
Mesmo que o restaurante escolhido por Alya e Nino fosse muito bom, e Adrien estivesse sentado ao meu lado, nada era mais importante do que o filtro dos sonhos na janela. Tantas possibilidades passaram por minha cabeça, mas alguma coisa me dizia que era um sinal para ir até lá. Passei todo o almoço com vontade de perguntar sobre objeto, mas, por uma questão de coerência, preferi esperar Alya ou Nino, que conheciam melhor o loiro, comentarem sobre o assunto, porém, isso não aconteceu. Aproveitei que passamos novamente pela delegacia para olhar a janela mais uma vez, nos despedimos do loiro e voltamos pro carro. Acho que fiquei mais calada do que o normal no caminho de volta, Alya até perguntou se eu estava passando mal, mas não podia me culpar pelo comportamento estranho, minha mente produzia todas as possíveis explicações para um filtro do sonhos vermelho e preto. Meus amigos me deixaram na porta de casa, agradeci o convite e carona, me despedi deles e fui para o meu apartamento o mais rápido possível.

Com certeza eu já estava fazendo um buraco no chão da sala de tanto andar de um lado para o outro, no fundo eu só estava tentando me convencer de não ir até a delegacia, mas não estava dando certo. Pensei nos riscos que estaria correndo, nas pessoas que poderiam me ver, a confusão que eu causaria a mim mesma, entretanto, minha mente arranjava uma desculpa para cada contra. 'Qual foi a última vez que você sentiu, de verdade, adrenalina nas suas veias?', 'Qual o problema de te verem, imagina como seriam bonitas e escandalosas as reportagens falando que a Ladybug invadiu a delegacia', 'A vida está precisando de um pouco de agitação'. Suspirei, sabia que contra minha própria mente eu não seria capaz de ganhar. Peguei o celular da Ladybug e liguei para Tikki, depois de uma conversa breve sobre nenhum resultado do laboratório, pedi para ela entrar em contato com Gamer, eu iria enviar todas as informações pro e-mail dela, claramente hesitante, ela concordou. Meu plano era simples, por volta das três da manhã, o prédio estaria mais vazio, a maioria dos policiais estariam fazendo rondas na cidade, então eu entraria pela entrada no fundos, precisaria de Gamer para desarmar alarmes e mexer no sistema de câmeras. Aproveitei que teria de esperar o retorno de Tikki e fui até meu quarto, abri o fundo falso da mala que havia trazido e tirei minha roupa de Ladybug, uma espécie de collant que cobria dos meus pés até meu pescoço e meus braços até meus pulsos, para cobrir as mãos eu usava luvas, ele tinha estampa de joaninha dos pés até um pouco depois da metade das coxas, depois seguia preto até um pouco antes dos meus seios, e, então, voltava para a estampa vermelha de bolinhas pretas. O material era relativamente resistente, mas muito elástico, me permitia fazer todos os movimentos que eu quisesse. Junto com o traje, meu ioiô, só de segurar sentir um arrepio, fazia tanto tempo que eu não o usava. Deixei a roupa e a arma na cama, havia, de fato, muito tempo que Ladybug não entrava em ação, e, só de olhar para as coisas em cima da cama, a sensação de que eu deveria ir até a delegacia aumentou. Tikki retornou minha ligação dizendo que Gamer estava em Paris e perguntou se poderia se encontrar comigo na Lumières. Falei para ela confirmar, estaria na boate às sete da noite.

Quando cheguei no andar de cima da Lumiéres, Gamer já estava me esperando, estava sentado no bar. "Boa noite, Ladybug", ele tirou os olhos do computador apenas para me cumprimentar, "Vai entrar na delegacia vestida assim?", ele se referiu a minha calça jeans preta e um cropped vermelho, além dos saltos também vermelhos. "É sempre bom estar arrumada, não importa o que for fazer", respondi fazendo um sinal para que o barman me servisse uma bebida. "Você está certa", ele concordou sorrindo, "Então seu plano é entrar e sair de lá despercebida?". "Esse é o plano A, se não der cer, o plano B é só derrubar todo mundo que entrar no meu caminho e deixar os jornais ganharem milhões com a notícia", respondi antes de tomar um gole do Whisky, "Acho que eu deveria abrir um jornal, com as notícias que eu posso gerar, além de ter tudo em primeira mão, eu poderia fazer muito dinheiro". Gamer riu, "Com certeza seria um bom negócio, mas você não me chamou aqui para isso, tenho outros serviços para prestar, se pudermos ir rápido". "Gamer, você sabe que ninguém paga melhor do que eu", comentei em tom de aviso, "Duvido que seus outros clientes estejam oferecendo um valor que eu não possa cobrir". "Dessa vez não é dinheiro, é uma informação , negociei um código de rastreamento para um cliente, ele disse que o que ele descobriu não só pagaria pelo código, mas me faria ganhar muito dinheiro", ele respondeu e eu revirei os olhos, não tinha interesse em assuntos de terceiros. "Vamos direto ao assunto, então", terminei o resto do Whisky de uma vez, "O sistema de segurança do prédio é fechado, então você terá que estar lá na hora, espero não demorar muito, mas estaremos em contato o tempo todo, se alguma coisa acontecer, eu te aviso e você pode ir embora, eu sei me virar sozinha.". "Certo, e o que eu vou fazer?". "Nós vamos chegar lá as três, com certeza deve ter um painel de força do lado de fora do prédio, você faz a sua mágica, desliga o alarme de segurança para que eu possa entrar pela porta dos fundos, depois você tem que mexer nas câmeras, preciso chegar na sala 102-C", expliquei. "Parece fácil, certeza que não via se meter em problemas?", ele franziu as sobrancelhas. "Eu sei me virar, e essa é a hora que a delegacia vai estar mais vazia, eu só preciso pegar uma coisa que está naquela sala e ir embora", respondi. "E o Chat Noir?", ele questionou, "Será que ele não vai estar lá?". Dei de ombros, "Não faz diferença". "Se você diz", Gamer não insistiu mais, sabia que ele não estava preocupado comigo, estava preocupado em perder sua melhor cliente. "Esteja lá às três, nos encontramos perto do painel de força", mandei e já fui me levantando pra sair. "Até mais tarde". Respondi com um aceno, ainda de costas para ele, não sei se ele viu, mas fui embora sem falar mais nada.

La Puissance du SangOnde histórias criam vida. Descubra agora