*Reunião Agendada*
POV Chat Noir
Voltei para minha sala, deveria colocar aquela nova informação no relatório o mais rápido possível. Abri a porta e encontrei Plagg usando o computador, sua expressão era séria, ele parecia pensar profundamente sobre algo. "Nunca tinha visto você trabalhar tão concentrado", comentei, deduzindo que ele lia algum relatório. Me aproximei da cadeira e mirei a tela do computador. Não demorei para entender o que ele estava fazendo e desferir um tapa em sua orelha esquerda, ele se levantou em um pulo. "O caralho! Que merda é essa?!", ele gritou e colocou a mão sobre a área vermelha. "Eu que pergunto, porra. Era pra você estar trabalhando! Não jogando Candy Crush!", aponto pro jogo. "Caralho, não se pode mais se divertir não?!", ele tentou argumentar. "Pelo menos fez o que eu te pedi?", ele puxou a cadeira e se sentou novamente, "Depois de amanhã eles vão estar aí", ele respondeu sem tirar os olhos da tela. "Certo, obrigado", sentei na cadeira de frente para ele. Puxei a primeira pasta de uma pilha, uma caneta e comecei a anotar as novas descobertas. "Cara", Plagg me chamou depois de vários minutos, "Há quanto tempo que o Adrien não aparece na delegacia? Ele não deveria resolver aquele caso lá do... do...". "Do roubo", completei sem tirar os olhos do que escrevia. "Exatamente!". Levantei a cabeça e o encarei, "Por que está preocupado? Você não tinha que passar essa fase?". "Perdi, acabaram os corações, o que eu posso fazer? A vida pode ser injusta, mesmo pra quem se esforça muito, e eu realmente me esforcei pra passar aquela fase!", levantei a cabeça, ele girava impacientemente um lápis entre os dedos de uma mão, enquanto dramatizava seu pequeno monologo com a outra. "Amanhã ele virá", confirmei.Voltei a atenção para o papel, "Muita coisa pra fazer hoje, principalmente depois da visita à autópsia". Plagg bufou, "Deixe-me ver isso", ele deslizou o papel por debaixo das minhas mãos e o estendeu na frente do rosto. Me contentei em apoiar o rosto com os dedos e fechar os olhos enquanto ele lia. Ele soltou um, "Hum...", para chamar minha atenção e afastou um pouco a folha para me olhar, "Quer dizer então que as marcar do pescoço não era enforcamento?". "Nem todas as marcas eram bolsas de veneno, apenas algumas.", respondi. "Confirmaram que o Senador se enforcou? Porque eu acho muito mais plausível um estrangulamento.", ele perguntou mostrando um interesse anormal. Peguei outro papel do relatório, uma foto do corpo logo após a autópsia, "Sim, olha, no enforcamento, o sulco, a marca do material usado pra asfixia, é oblíquo ascendente, e a profundidade da marca também é variável , sendo interrompido no possível nó e o sulco fica por cima da cartilagem tireóidea", expliquei. "E a cabeça? Pendia na direção oposta do nó, quando vocês o encontraram?", ele perguntou. "Plagg...", falei sem saber como reagir aquela pergunta, "Cara, você é burro ou o que?". Ele me olhou ultrajado, "Caralho, a pessoa tenta ser melhor, colaborar, e é assim que ela é recompensada! Que bela recompensa merda! Você não acha?". "O que?", perguntei antes de iniciar um acesso de risos, "Você esqueceu que ele foi encontrado em pedaços?". Plagg colocou uma perfeita cara de paisagem no rosto e desviou o olhar pro chão, "Ahh! Sim!", ele estalou os dedos para enfatizar, "Verdade, eu tinha me esquecido.", eu apenas me limitei a um balançar de cabeça em desaprovação, mas não pude conter um sorriso. "Pelo menos sabem o que usaram para enforcá-lo?", balancei a cabeça negativamente. "O culpado retirou qualquer prova possível do lugar", respondi. Plagg voltou a olhar as fotos e ficou sério de repente, "E se...". "Se?", o influenciei a me contar sua hipótese. "E se foi suicídio?", ele completou, absorto, aquela última palavra fez todo meu corpo de arrepiar, mas disfarcei e fiz um gesto com a mão para que ele continuasse com aquela linha de raciocínio, "Bom, de acordo com um estudo do Ifop, o instituto francês de opinião pública, a França é um dos países europeus com maiores índices de suicídio do mundo, de 10 a 15 mil pessoas por ano, em média.". Os números eram impressionantes, e meu estômago revirou ao pensar que meu pai ajudou a aumentar as porcentagens, "Mas, Plagg, só porque foi enforcamento, não quer dizer que seja suicídio.". Ele levantou da cadeira e foi direto para a máquina de café, "Pensa bem, Chat.", ele falou me tirando dos meus pensamentos sobre meu pai, "A maioria dessas pessoas se mata por causa do trabalho", ele bebericou um pouco do seu café fumegante recém-pronto e voltou a argumentar, "E todos sabemos que aquele jornal onde a sua amiga trabalha estava fudendo com ele. Principalmente com aquele teoria de ele estar traindo a mulher com um cara que até hoje não descobriram quem é.". Plagg não voltou a se sentar, apoiou o corpo na parede e me lançou um olhar esperando que eu falasse algo, "Bom...", comecei, "Acho que não tem problema falar com a esposa dele, ela provavelmente saberá dizer se ele andou agindo estranho antes do ocorrido". Plagg afirmou com a cabeça e tomou mais um gole, "Vou pedir para alguém entrar em contato com ela", ele olhou para janela atrás de mim, "Que merda será que aconteceu naquele dia?". Dei de ombros. Sentei na cadeira de frente para o computador, "É isso que temos que descobrir". "Ei", ele me chamou, "Se for suicídio, você vai ficar bem?". Apenas balancei a cabeça dizendo que sim e tentei me concentrar no trabalho.
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La Puissance du Sang
FanfictionApós a morte de um importante senador francês, Ladybug, a maior assassina do país, e Chat Noir, o detetive mais aclamado da França, juntam forças para descobrir quem foi o responsável pela morte. Enquanto isso, Marinette e Adrien se conhecem por um...