*O que nós vamos fazer com a Volpina?"
Depois de uma longa bateria de exames e consultas, Marinette foi aconselhada a ficar por, pelo menos, uma semana em observação no hospital. Segundos os médicos, os exames de sangue haviam detectado uma estranha quantidade de toxinas no corpo da mestiça e eles estavam avaliando a possibilidade de ser algum tipo novo de droga que pudesse ter causado o aborto. A garota quase se sentiu mal por mentir para a assistente social que tinha sido encarregada de lidar com a suposta mãe que havia induzido um aborto. Mesmo com a história impactante, a jovem assistente havia sido gentil e compreensiva, chegando até mesmo a acreditar no relato da azulada que só poderia ter sido drogada na festa em que estava. Marinette queria muito contar a verdade, mas, para isso, teria que revelar quem realmente era, e ela não sabia se a proteção de Chat Noir ainda era possível, eles não se viam desde o dia em que ela deu entrada no hospital. Contudo, a memória da presença do loiro era constante em sua mente, uma vez que um burburinho irritante sempre podia ser ouvido do outro lado da sua porta. Mesmo que o mais famoso detetive da França só tivesse a visitado uma vez, claramente a fofoca durou pela semana que Marinette ficou hospitalizada. Algumas poucas pessoas suspeitavam de que ela poderia ser uma testemunha da operação que havia deixado Chat Noir tão machucado a ponto de ser afastado do trabalho por quase uma semana inteira. Porém, a maioria acreditava que ela era a namorada secreta do loiro, que também seria o pai da criança, e o aborto teria sido causado pelo estresse de vê-lo todo machucado. Não poderiam estar mais errados. Mas a mestiça ficava aliviada por Chat Noir nunca mais ter aparecido, assim nenhum dos boatos seria alimentado. A última coisa que ela precisava era ser obrigada a se envolver mais do que o necessário com o detetive, mesmo que já tivesse ultrapassado o limite inúmeras vezes.
Em compensação, Tikki visitava a azulada todos os dias, elas passavam horas comendo biscoitos e assistindo filmes clichês no celular da de cabelos cor de rosa. Foi Tikki quem confirmou a história da suposta festa, já que ela foi a responsável por levar a amiga até o hospital. Marinette só podia agradecer por ela e Plagg terem pensado em tudo e trabalhado rápido para disfarçar o que realmente havia acontecido. Mas a mestiça ainda se perguntava sobre quem havia cuidado dos ferimentos do detetive, visto que não haviam boatos sobre as letras 'LB' cortadas no peito do rapaz. No terceiro dia, Alya visitou a melhor amiga. A morena chorou pela perda da de olhos azuis e perguntou se o pai da criança já sabia do que tinha acontecido. Marinette assentiu, fazendo movimentos circulares nas costas da mão de Alya, "Eu falei com ele ontem", mentiu, "Ele ficou bem chateado, disse pra eu ligar se precisar de qualquer coisa". "É só isso que ele fala, mas você já tava com um pouco mais de um mês ele nunca nem apareceu aqui", a jornalista não se preocupou em esconder a desaprovação. A azulada deu de ombros, "Ele tava ocupado", não iria ficar inventando desculpas detalhadas para justificar a ausência de uma pessoa que não existia. Nino apareceu no fim da tarde para buscar a namorada, ele tinha uma caixa de chocolates e um balão em mãos, "Eai, Mari, como você tá?". "Melhorando", ela recebeu os chocolates com um sorriso enorme no rosto. O rapaz relaxou um pouco, "Que bom, que susto que você deu na gente, hein?", ele comentou com cuidado, puxando uma cadeira para sentar do lado de Alya, que o acertou nas costelas com o cotovelo. "Não foi culpa dela". Marinette fingiu uma risada da melhor forma que conseguia e pegou um bombom, "Foi um susto pra todo mundo mesmo, mas... só não era pra ser, acontece". O casal ficou em silêncio por alguns instantes, até o celular de Nino apitar com uma nova notificação. "Ah, é o Adrien", o moreno comentou enquanto desbloqueava o aparelho, "Ele tá pedindo desculpas por não poder vir, disse que a delegacia tá uma confusão e o chefe não quer liberar ele". Marinette franziu as sobrancelhas e encarou a melhor amiga, "Aconteceu alguma coisa?". Alya deu de ombros, "Não vazaram nada pra imprensa, então, provavelmente é alguma coisa séria". "Será que tem a ver com o afastamento de cinco dias do Chat Noir?", Nino refletiu, "Faria sentido eles precisarem de mais ajuda se ele teve que se afastar dos casos". "O Chat tá afastado do trabalho?", a azulada perguntou, fingindo que não ouvia os enfermeiros comentarem sobre o assunto toda vez que passavam na frente da porta de seu quarto. A melhor amiga assentiu, "Apareceu no jornal há uns três ou quatro dias, mas ninguém se preocupou muito, sabe se lá a última vez que ele tirou férias". "Achei que ele estivesse machucado, não foi isso que o Adrien comentou?", Nino comentou, digitando uma resposta rápida para o amigo. Alya deu de ombros, "É o que as autoridades dizem, que ele está se recuperando de um machucado, mas nós duas sabemos que o Chat Noir tem um histórico bem cheio e recente de sumir sem dar grandes explicações", ela comentou apontando para si mesma depois para a mestiça, "Não ficaria surpresa se fosse só um blefe pra dar mais liberdade pra ele, você ficariam surpresos se descobrissem a quantidade de vezes que a polícia usa uma desculpa esfarrapada para encobrir uma ação que não seria bem vista pelo público". Marinette deu de ombros, "Talvez ele realmente esteja machucado". O casal conversou mais alguns minutos com a amiga antes de precisar ir embora.
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La Puissance du Sang
FanfictionApós a morte de um importante senador francês, Ladybug, a maior assassina do país, e Chat Noir, o detetive mais aclamado da França, juntam forças para descobrir quem foi o responsável pela morte. Enquanto isso, Marinette e Adrien se conhecem por um...