Une erreur

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*Um erro*

POV Ladybug

Sai pisando fundo daquela sala. Fui direto para o subsolo, onde poderia descarregar todos os meus sentimentos em um alvo de papel. Passei pelo escritório, desci as escadas, empurrei a pesada porta de metal, que abafava o som dos tiros e acendi as luzes. Comecei a olhar minhas opções de armas dos armários, mas nada parecia me agradar. Fechei uma gaveta com força, quase fechado minha mão junto, sabia que atirar não ia me relaxar, me voltei para as gavetas que guardavam as facas de arremesso, aquilo era muito mais satisfatório. Peguei umas dez e as coloquei sobre a bancada, prendi o alvo na cordinha que o levaria até a parede e apertei o botão para que ela começasse a levá-lo. Com o alvo em seu devido lugar e uma das facas em mãos, posicionei meu corpo e fiz o movimento já natural para jogar a lâmina pelo ar. A faca acertou o ombro da figura humana desenhada. Mais uma faca, acertou a garganta. A terceira, alguns centímetros abaixo. "Está treinando para me acertar?", a voz de Chat Noir preencheu a sala assim que eu arremessei a quarta lâmina, não fiz questão de olhá-lo. "Talvez", respondi séria, mas não consegui conter um sorriso por ter acertado o coração. Pontos para mim. O detetive se aproximou de forma relaxada, peguei mais uma faca, mas não a arremessei. "Achei que tinha dito pra você ir pro quarto", respondi ainda fitando o papel que estava a uma distância razoável da minha pessoa. "Tikki disse que eu poderia ficar aqui enquanto ela arrumava um celular que eu pudesse usar", ele respondeu. Sua mão entrou no meu campo de visão, ele pegou uma das adagas, olhei levemente tensa para ele, mesmo também estando com uma faca em mãos. Ele já tinha tirado as roupas brancas, estava usando a blusa preta e moletom de novo, os cabelos estavam um pouco mais bagunçados do que antes. Chat virou o rosto na minha direção, pude ver seus olhos sem aquelas lentes azuis de novo, aquilo me agradou, "Posso tentar?", ele preguntou. Dei de ombros e me afastei. Ele sabia colocar o corpo da maneira correta, mas seu movimento não era tão fluido, o detetive acertou uma área fora do demarcado pela linha preta. "Eu ia sugerir uma aposta, mas ganhar de forma tão fácil não tem graça", comentei. Chat pegou outra faca, "Achei que você sempre ganhasse". Um discreto sorriso dominou meu lábios, "Eu sempre ganho", concordei, "Mas, ver a pessoa se iludindo, achando que tem chances, é a melhor parte da competição". O detetive não comentou nada, apenas usou sua segunda tentativa, parou perto da minha primeira . "Você tem que relaxar mais seu braço, é uma questão de técnica, não de força", aconselhei. Ele me olhou por cima do próprio ombro, eu estava apoiada na parede, atrás dele, mas um pouco para a esquerda, entre dois armários de armas, "Vai me ensinar o jeito correto de matar alguém?". "As vezes é útil", dei de ombros, "Nunca se sabe quem vai tentar". "Está se referindo a você?", dessa vez ele virou todo o corpo em minha direção, apoiando a lombar na bancada. "Estou me referindo a tentativa de homicídio dentro da minha casa a alguns minutos atrás", corrigi. "Ah, sim", ele começou a brincar com outra lâmina, "O ruivo que tentou me socar". "Ele realmente ia te matar se tivesse colocado as mãos em você", falei, sabia que o Evillustrator perdia a cabeça quando se tratava da nossa 'relação'. "Mas você estava lá para me salvar", ele sorriu de forma provocadora, revirei os olhos. "Deveria ter deixado você morrer na minha sala de jantar, eu teria prazer em lavar seu sangue do meu chão", respondi ácida. O loiro não pareceu se intimidar, seu sorriso não mudou, mas, agora, parecia mais convencido, "Você diz uma coisa e faz outra". Senti meu sangue esquentar e correr mais rápido pelas minhas veias e artérias, ele estava me provocando, e eu estava caindo, desejei voltar no tempo e ajudar Evil a acabar com esse rostinho. "Está se sentido bem? Você está vermelha", ele cruzou os braços na frente do peito, a falta de mangas deixava seus músculos levemente contraídos a mostra. "Estou ótima", respondi, destilando toda a raiva que eu sentia naquele momento, eu poderia matá-lo se quisesse. Eu queria? A maior parte do meu corpo tendia para o sim. Chat arqueou as sobrancelhas, como se estivesse surpreso com a minha resposta, "Estou te incomodando?", ele perguntou de forma ingênua. Contei até dez, sentia minhas próprias unhas cortando a palma da minha mão, estava segurando adaga com muita força, mas logo aumentei para vinte, mas meu olhar sustentava o do de olhos verdes, o que anulava toda minha tentativa de voltar à homeostase.

La Puissance du SangOnde histórias criam vida. Descubra agora