Merci

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*Obrigado*

POV Marinette
Cheguei em casa cansada, ir e voltar no mesmo dia é muito exaustivo. Entrei no meu apartamento e me senti um pouco mais aliviada, mesmo que eu não passasse muito tempo aqui, eu sei que esse lugar tem a minha cara como Marinette. Deixei a bolsa no balcão da cozinha e fui direto para o meu quarto. Tirei toda a minha roupa, amarrei meu cabelo em um coque e fui para o banheiro tomar um longo banho, nunca desejei tanto uma banheira nesse lugar. Entrei embaixo do chuveiro e deixei que água quente caísse e escorresse pelo meu corpo, enquanto isso, usei um sabonete esfoliante para massagear meu rosto, sempre me ajuda a relaxar. Só terminei o banho depois de encher o banheiro com o vapor da água, voltei para o quarto, vesti uma calcinha e um moletom e fui para a cozinha. Decidi pegar um vinho que tinha ali, provavelmente havia sobrado da noite do verdade ou consequência, e enchi uma taça média até a metade. Levei a taça comigo até o sofá e liguei a TV, não tinha interesse em assistir alguma coisa, então, só deixei um canal aleatório passando.

Depois de umas duas taças, a vontade de chorar me venceu. A forma como Tikki ficou animada por sair daquela casa só deixou claro pra mim como ela deve ser infeliz sozinha naquele lugar, e, o pior de tudo, por minha causa. Além disso, as palavras de EvilIlustrator me cortavam como lâminas, 'Você é uma vadiazinha'. É muito tarde para me arrepender da vida que eu tenho, por isso nunca o fiz, mas ainda me dou a liberdade de me arrepender de algumas ações. Senti o choro insistindo para ficar mais forte e, numa tentativa falha de controlá-lo, tomei mais uma taça de vinho. Porém, aos poucos, a tristeza foi dando espaço para a raiva, claro que a situação de Tikki era minha culpa, mas eu daria um jeito de reverter as coisas. Porém, Evil havia passado dos limites, a cada ano que passa suas investidas em mim se tornam mais possessivas e insistentes, não tive outra escolha a não ser tratá-lo com desprezo, foi uma medida desesperada para afastá-lo de mim. Mas, a raiva durou pouco, com outra reposição da taça na mão, meus sentimentos foram se dissipando, sobrando apenas eu, o vinho e a TV. Essa sensação de solidão me fez querer ligar para Alya, mas ela daria um jeito de me fazer falar sobre o que tinha acontecido, então, convidá-la não era uma opção. Tomei mais um gole da bebida, começando a me arrepender de não ter conhecidos em Paris, na verdade, em lugar nenhum. Após mais um gole, me levantei e fui até minha bolsa, peguei meu celular e não demorei muito para achar o contato que eu queria. Liguei umas duas ou três vezes, não sei ao certo, mas todas caíram na caixa postal. 'Eu sou a única ridícula desocupada a essa hora da noite', pensei comigo mesma, mas logo percebi que nem sabia que horas eram. Voltei para o sofá, com o celular em mão agora.

Depois de algumas horas e taças, eu acho, resolvi tentar de novo. Realmente não queria ficar sozinha naquele dia. Liguei para o número novamente, dessa vez chamou, não sei quantas vezes, mas parecia uma eternidade, 'Acho melhor desligar, não é como se fosse me atender'. "Marinette?", eu ouvi a voz do outro lado. No mesmo instante senti todo o meu corpo se arrepiar, minha postura se ajeitou imediatamente e a minha voz, antes meio chorosa e alterada pela bebida, até parecia soar normal, "Oi! Ainda bem que você atendeu, já estava pensando em desligar".

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POV Chat Noir/Adrien
"Vou deixar o número do Plagg com o senhor, se o senhor se lembrar de algo ou resolver contar mais detalhes sobre os últimos dias do senhor Armand, por favor, entre em contato só queremos ajudar", entreguei uma das folhas do bloco de notas com o telefone anotado, "Obrigado pelo seu tempo", levantei do sofá e sai. Fiquei do lado de fora do estabelecimento esperando o Plagg, depois de alguns minutos, ele apareceu. "Por que você encerou as perguntas tão rápido? Logo quando eu achei que ele ia começar a colaborar", ele falou. "Eu achei melhor não pressionar, forçar ele agora poderia fazer ele fugir da gente depois, só quis garantir que poderemos ir atrás dele de novo", respondi, alguma coisa dentro de mim me dizia que ele iria ligar. Tirei meu celular do bolso e apertei o botão para ligá-lo, "Fica de olho no seu celular, ta bom? Ele pode ligar a qualquer momento e eu não quero perder essa oportunidade", falei para o Plagg e ele concordou com a cabeça. Assim que o celular ligou, vi que havia duas chamadas perdidas da Marinette, estranhei aquela situação, "Só um minuto", falei, apontei para o celular e me afastei para retornar a ligação. Desbloqueei o celular e, quando fui selecionar para ligar, meu celular tocou, era Marinette, demorei um pouquinho para atender por causa da surpresa causada pela coincidência. "Marinette?", falei assim que atendi. "Oi! Ainda bem que você atendeu, já estava pensando em desligar", ela respondeu, percebi que sua voz parecia um pouco diferente, talvez ela tivesse bebido, ou chorado. "Ta tudo? Precisa de alguma coisa?", perguntei meio preocupado, eu a considero uma amiga, mas não esperava que ela me ligasse. "Ta tudo bem sim, só queria saber se você poderia vir aqui", ela respondeu, me deixando confuso, não era muito tarde, um pouco depois das dez. "Pra sua casa? Aconteceu alguma coisa?", questionei querendo entender melhor a situação. "Eu só não queria ficar sozinha essa noite, e alguma coisa me diz que combinamos bem na cama", ouvir aquilo fez minha ficha cair, ela estava me convidando para transar, mas fazia isso como se perguntasse as horas. Ri mais interessando e sedutor, "Posso sim, só vou passar em casa para trocar de roupa e tomar um banho, acabei de sair do trabalho". "Ok, me avise quando chegar, tchau", respondi um tchau e ela desligou. Voltei para perto do Plagg, "Pode ir sem mim,tenho um compromisso agora". Ele me olhou meio desconfiado, abriu a porta do próprio carro e jogou minha mochila, que estava no banco do passageiro, na minha direção, "Seja responsável, use camisinha, não faça nada que eu não faria". Ri, "Boa noite pra você também", acenei para ele. Ele entrou no carro, acenou para mim de volta e foi embora. Voltei para dentro da Tout G e fui direto para o banheiro, que, por sorte, estava vazio. Tirei meu paletó, troquei o sapato social por um tênis mais casual que estava na mochila, penteei meu cabelo com os dedos, para deixá-lo mais arrumado, e, por último, tirei a máscara, guardei tudo na mochila e segui meu caminho para casa.

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