Chapitre bonus: après cinq ans

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*Capítulo bônus: depois de cinco anos*

POV Tikki

Cheguei bem cedo à Paris, o dia estava terminando de clarear quando estacionei o carro na frente do prédio que o GPS indicava, tomei a liberdade de usar o apartamento de Marinette durante aquela única noite. Antes de sair de Lyon, deixei um bilhete para Ladybug, pedindo que ela e Chat não se matassem enquanto eu estivesse fora, e avisando a hora que eu chegaria no dia seguinte. Sai do carro e respirei fundo, não poderia estar mais feliz, sentia falta da cidade e de seu movimento. Mesmo que ainda estivesse cedo, era agradável ver os poucos carros e pedestres na rua. Peguei minha mochila no banco de trás, não havia empacotado tanta coisa, sabia que havia roupas, no apartamento, e produtos de higiene, então, só peguei o básico para dois dias. Entrei no prédio e cheguei à porta de casa sem esbarrar com nenhum vizinho. Tive que testar duas das três chaves no chaveiro para conseguir abrir a porta. O lugar era agradável, deveria ter uns dois ou três anos que Marinette tinha se mudado para cá, era minha primeira vez aqui. Ao passar pela porta, a cozinha estava a esquerda, era em conceito semi aberto - não era separada do resto da casa por paredes, mas por bancadas -, olhando para frente, eu via a sala, um sofá relativamente grande, onde eu deixei minha mochila, uma mesinha de centro e uma televisão. Atrás do sofá esta a sala de jantar, constituída por uma mesa de seis lugares e um lustre para iluminar aquela área específica. Atravessei as salas e cheguei em um corredor pequeno, à direta ficava o lavabo e à esquerda a lavanderia. Por fim, abri a última porta, entrei na suíte, tinha ótimas dimensões para um apartamento , tinha uma cama de casal, um armário grande e uma janela que permitia uma boa entrada de luz natural. O banheiro do quarto também tinha um bom tamanho, pia, vaso, um boxe com espaço para duas pessoas sem problemas e uma penteadeira. Depois da minha exploração, conferi meu relógio, ainda eram 8:27, decidi tirar um cochilo até às dez.

Às dez da manhã em ponto, eu já estava de pé, dava graças por não ser o tipo de pessoa que enrolava pra acordar. Tomei um banho, fiz uma levíssima maquiagem e amarrei meu cabelo rosa em um rabo de cavalo bem alto. Vesti uma calça jeans preta surrada, botas de veludo preto que iam até o joelho, um suéter de lã rosa claro, que combinava com a cor dos meus cabelos, um cachecol cinza e um sobretudo, de mesma cor, relativamente grosso. Iria para a delegacia a uma da tarde, esperava encontrá-lo saindo para o almoço, ou voltando dele. Aproveitei aquele tempo para dar uma olhada rápida de carro pela cidade, passei pelo Louvre, pelo Salão dos Inválidos, pela Torre Eiffel, e dei uma volta entorno do Arco do Triunfo. Não via necessidade de tirar fotos, aquela era minha cidade natal, só queria ter o gostinho de olhar para esse pontos tão turísticos depois do tempo fora. Terminando meu pequeno passeio, dirigi direto para a delegacia, estacionei na frente do prédio e fiquei parada ao lado do carro, com a lateral do corpo apoiada nele, não queria entrar. Várias pessoas passaram por mim, algumas poucas me cumprimentaram, tive vontade de perguntar por Plagg, mas não juntei coragem. Continuei ali, esperando, não me importava, já tinha esperado por um pouco mais de quatro anos, algumas horas ou minutos não fariam diferença. Porém, já eram quase uma e meia da tarde quando conferi o relógio de novo, minha mente começou a criar teorias. E se ele não tivesse vindo trabalhar hoje? E se ele estivesse de férias? Ou, pior, se ele tivesse me visto pela janela e dado um jeito de sair sem encontrar comigo? Me senti levemente tonta. Já estava pronta para entrar no meu carro, estava sentindo as pernas meio fracas, minha consciência me atingiu com força, aquela situação era apenas resultado das minhas escolhas. Porém, antes de colocar todo o meu corpo para dentro do automóvel, ouvi a voz dele chamar meu nome, meu corpo congelou, não consegui, sequer, segurar as lágrimas, bastou sair do carro e girar meu corpo em 180° para meus olhos encontrarem os dele. "Plagg?...", eu murmurei, sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. O homem andou até mim com passos rápidos. Não esperei uma reação, uma frase de efeito, ou qualquer coisa, apenas envolvi seu corpo, claramente maior que o meu, com meus braços e deixei que todos os meus sentimentos se manifestassem de uma vez, eu soluçava contra sua clavícula, enquanto minhas lágrimas molhavam sua camisa social. Senti seus braços envolverem meu  corpo, que tremia um pouco por causa do turbilhão de emoções, e me apertaram de forma cuidadosa, "Tikki", ele sussurrou no meu ouvido. Depois de um tempo, Plagg separou nosso abraço com cuidado, ele me segurava pelos ombros, mas eu não queria soltá-lo, nunca mais, meus braços continuaram em sua cintura. "É você mesmo", ele usou uma das mãos para tentar secar algumas lágrimas, mas eu chorava compulsoriamente, "Onde você esteve? O que estava fazendo aqui? Você tem ideia de como eu fiquei preocupado todos esses anos? Você não pode simplesmente sumir como se nunca tivesse existido!". Não conseguia responder, soluços tomavam conta da minha garganta, apenas continuei o encarando, sentia falta daqueles olhos, daquele cabelo preto bagunçado, daquele toque que me tratava como a coisa mais preciosa que ele poderia tocar. Ele suspirou, parecia meio impaciente, não poderia culpá-lo, mas Plagg só voltou a me abraçar, "Tá tudo bem".

La Puissance du SangOnde histórias criam vida. Descubra agora