Era natal e como de costume minha casa estava enfeitada assim como a de todos os outros vizinhos da rua. Eu morava em um bairro de classe média alta. Filha de um pai engenheiro e uma mãe professora. Já passava das dez horas da noite e minha casa estava cheia de parentes. Mas a única pessoa capaz de roubar minha atenção era ela, minha tia Brenda. Ela exalava superioridade e empoderamento. E mesmo eu tendo meus dez anos de idade, já sabia reconhecer que isso era muito " foda ". Palavra a tal ela mesmo me ensinou.
- Brenda quando é que vai sossegar e me dar netos assim como seus irmãos em ? - Escuto minha avó perguntar a mesma.
- Já disse, minhas prioridades agora são outras. Ter filhos não é uma delas agora. - Diz com o nariz empinado enquanto bebia vinho.
- Deixa ela mamãe, Brenda ainda está vivendo seus dias de capricho e pura diversão - Agora quem dizia era meu pai.
Olho para minha tia e a vejo revirar os olhos com puro tédio. Já era tarde quando mamãe me mandou ir para a cama.
- Tia Brenda pode ir comigo ? - Pergunto com esperança. Mamãe concorda e eu luxo a mão de minha tia para que a mesma me siga.
Chegando ao meu quarto, que mais parecia um quarto de princesa, de tanto cor de rosa que tinha, me deitei e minha tia me cobrou com o edredom, peguei meu urso de pelúcia e o abracei. Sorri enquanto a olhava. Ela me olhou por um bom tempo, e eu só conseguia imaginar o que se passava na cabeça dela naquele exato momento. De repente ela passou mão por meus cabelos e sorriu.
- Você é muito linda Dulce, tenho certeza que quando crescer vai destruir corações de muitos babacas por aí - Não consegui deixar de sorri e até mesmo soltar um riso.
- Você é que é muito linda tia Brenda, desejo um dia poder ser tão linda quanto você é.
- É você será muito mais do que eu algum dia pude ser - Sinto verdade em suas palavras. - Um dia Dulce, você vai crescer, e se tornar essa mulher linda, mais nunca, jamais se esqueça do que eu vou te dizer agora.
Sua voz estava séria, e ela passou a mão em meu rosto. Eu não imaginava, mais naquele momento eu estava presentes a escutar as palavras mais importantes da minha vida.
- Nunca deixe de conquistar o que você mais deseja, por causa de alguém. A vida é uma troca Dulce, você da e recebe. Se te derem o que vc quer então vc da o que eles querem. É você quem faz o jogo, na vida ou você controla, ou você é controlado.
Com a idade que eu tinha, não entendi direito o que ela quis dizer, mais foi apenas quinze anos depois que eu compreendi totalmente o que suas palavras diziam.
15 anos depois ...
Como prometido eu cresci, e me tornei a mulher mais desejada da faculdade, do bairro, e poderia até dizer da cidade. Por onde eu passava os olhares eram direcionados a mim. Era inevitável não olhar, confesso que me tornei um pouco narcisista com o tempo. E não havia nada que eu quisesse, que não conseguisse obter. Após terminar minha faculdade de moda, e com muito custo consegui erguer uma pequena empresa de roupas com minha própria marca, com muita luta eu consegui me estabelecer, lógico com a ajuda de meus pais. Mais quando eu completei meu 25 anos, eu conheci ele. O cara perfeito, segundo minha querida tia Brenda. Cristopher Uckermam era simplesmente maravilhoso, tanto no físico, como no bolso. Ele era cinco anos mais velho do que eu, e enquanto eu lutava para erguer minha marca ele já obtinha muito sucesso em suas várias filiais de hotéis. Sim o cara era simplesmente podre de rico, jovem, e para minha sorte, solteiro.
Nós conhecemos, exatamente no dia em que foi inaugurado um de seus hotéis, e Anahi minha amiga de faculdade e sócia, decidiu me levar como acompanhante para o evento. Como eu disse, era inevitável não receber olhares. Anahi dizia que era o meu cabelo, o vermelho dele chamava atenção. Minha mãe dizia que era meus olhos amendoados, e minha tia Brenda dizia ser o meu corpo e suas fabulosas curvas. Eu dizia que era uma mistura de tudo. Foi essa mistura que chamou a atenção daquele homem. E foi depois de algumas conversas com ele, que o mesmo abriu o jogo comigo. Durante um jantar, ele declarou suas verdadeiras intenções, e aquilo mudou o rumo da minha vida por completo.
- Tudo o que eu quero é você e sua pura exclusividade a mim, em troca lhe dou tudo o que me pedir.
- Você quer que eu seja sua submissa ? - Pergunto confusa.
- Não, quero que seja minha doce garota. Eu prometo ser generoso com você. Se você me der o que eu quero, eu vou lhe dar tudo o que quiser, mas, se por acaso não me der, eu também não lhe darei. É uma troca.
Foi então que me lembrei das palavras de minha tia a anos atrás. Minha personalidade forte, misturada a minha ganância e ambição não me deixaram pensar por muito tempo.
- Eu aceito.
- Não vai se arrepender Dulce Maria.
- Eu espero, que não - digo lentamente com os olhos carregados de segundas intenções.
E foi naquele dia que a nossa aliança se fundou. Dentro de alguns meses nos casamos e nos tornamos os holofotes mais conhecidos do país, não demorou muito e minha empresa ganhou notoriedade fazendo com que até filiais fossem abertas em menos de um ano. Era incrível o que o dinheiro e o poder podiam proporcionar ao ser humano.
Os dias se passavam, os meses passavam e já estávamos completando três anos de casados. Tudo o que eu queria eu tinha, mas em troca tinha que dar tudo o que ele queria também. Durou muito bem durante os primeiros anos...A única coisa que nunca colocamos em nossa aliança foi o amor, afinal de contas, não nos casamos por amor, mais por puro interesse de ambas as partes. Bom pelo menos era o que eu acreditava.
Hiii... Tá aqui pra vcs um pedacinho.... Será que está história promete ?
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Interesse mútuo
Roman d'amour" Se eu não posso ter o que eu quero, você também não vai poder ter o que quer " essa era a frase que resumia o relacionamento entre Cristopher Von Uckermam e Dulce Maria Espinoza Savinõn. O jogo é, você me dá o que eu quero e eu te dou o que você...