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Já havia escurecido, sinal de que a noite havia chego. Eu já sentia o cambalear lento de meus passos pela casa. Com dificuldade abri mais uma garrafa de bebida. Uma música tocava ao fundo, mais eu nem reconhecia o dono da voz. Eu estava simplesmente no segundo estágio de minha crise de raiva. A tristeza.

Me sentei na poltrona e apoiei a mãos sobre o rosto, a cabeça baixa, tentando amenizar a dor que estava naquela região. Logo escutei a porta se abrir com uma força desumana. E quando vi o homem enfurecido passar por ela, por longos segundos tive medo, mais não durou muito, afinal de contas eu também continha raiva em meu ser. Ele já chegou falando.

- Precisamos conversar Dulce Maria... E é muito sério !

- Não estou afim de conversar com vc !

- Não quero saber suas vontades. Porque fez aquele barraco na minha empresa ? Estava louca ?

- É sério que quer discutir comigo o fato de eu ter feito aquilo ? Vc estava me traindo explicitamente seu ordinário !

- Já chega de ofensas pra cima de mim... Vc agiu como uma vadia quando realizou aquela viagem, e sem mais nem menos, jogou em um enorme ventilador que sou corno..

- Vai se ferrar Ucker.. eu te digo que sofre de uma armação de empresa e você vem me dizer que está incomodado com o fato de sair como corno ? Mais que porra de ego ferido é esse ?

- Cale se Maria.

- Cale se você... - Digo subindo as escadas com dificuldade.

- Vc ao menos consegue se manter de pé.. para que beber ? Quem tem motivos sou eu.

- Minha vontade nesse momento era de voar no seu pescoço, e estrangular ele... Mais felizmente não terei que ver mais teu rosto - Digo após parar e olhar para ele na escada.

- Do que está falando ?

- Não vou falar mais nada.. converse com meu advogado amanhã pela manhã... Sim ?

- Dulce.. volte aqui.. me explique isso agora... Não vou falar com caralho nenhum...

- Tchau Cristopher... - Digo e fecho a porta com força ao chegar em nosso quarto.

- Dulce Maria !! - Grita batendo na porta com força.

Eu não respondo. Sorrio apenas. Me deito na cama e fico ali choramingando em silêncio, até cair em um longo sono.
Na manhã seguinte tomo um banho me visto e estou pronta para um novo dia de trabalho. Como se nada tivesse ocorrido na noite anterior, eu desço as escadas e me sento a mesa para tomar meu café da manhã. Acreditava já estar só em casa. Mais infelizmente isso não era verdade.

- Divórcio ? É sério isso Dulce Maria ? Você pediu a porra do divórcio ?

- Bom dia querido - falo tomando meu suco de laranja.

- Deixe de cena e me responda !

- Não vamos brigar logo pela manhã... Não é assim que quero me lembrar de nossos últimos dias juntos..

- Vc não tem ideia da raiva que estou sentindo nesse exato momento..

- Ah eu tenho... Tenho sim.. pois é a mesma que venho sentindo todos esses dias...

- Me diga.. porque pediu o divórcio ?

- E o que queria que eu fizesse ? Que aceitasse vc me traindo com uma bastarda qualquer ? Sem contar que vc mesmo acredita que eu o trai.. então porque quer continuar comigo ? Me diga ! - O pressiono e o mesmo fica sem palavras - Não temos motivos Ucker. E quer saber, pode ficar com ela... Eu já não ligo mais. Passar bem.

Me levanto e pego minha bolsa e chave do carro. Saio apressada. Não tinha horário para voltar para casa. Fui para o trabalho, onde gastei maior parte da minha energia, resolvendo encrenca atrás de encrenca. Não demorou muito, e antes de eu resolver vir embora, Anahi bate na minha porta.

- Tá me conta... Como foi tudo ?

- Annie, o canalha me questionou sobre o porque eu pedi o divórcio. Porra eu peguei ele transando com a outra na sala dele !

- Que puto cretino.

- Eu estou exausta disso ...

- Sabe.. já que vc está se divorciando, porque não comemoramos. Eu sei que vc não tá bem. Mais podemos sair, beber.. e tentar esquecer essa merda toda que tá sua vida.

- Quer sabe... Que se foda.. vamos.

Pegamos nossas coisas e saímos. Disse para minha secretaria que se alguém perguntasse por mim, que dissesse que eu havia ido embora para casa. Fui para um bar afastado junto a Annie, que alegou conhecer muito bem o lugar e disse que era ótimo. Bebemos até esquecer nossos nomes. E não me pergunte se aprontei, pois eu não lembrava de nada. Voltei para casa por volta das três e quinze da manhã. Tentei fazer silêncio, mais então me questionei do porque fazer silêncio ?

Joguei os saltos em qualquer lugar da sala. Fui tirando minha roupa, e subindo as escadas. E quando cheguei no andar de cima, dei de cara com ele...

- Você já viu que horas são ?

- Desculpa Papai, eu não sabia que o senhor estava me esperando. Mas já cheguei, pode ir dormir - A voz arrastada por conta da embriaguez.

Acredito que ele estava enfurecido demais, pois logo se aproximou de mim e agarrou meus braços me chacoalhando.

- Maria, acorda para vida. O que você pensa que está fazendo agindo dessa forma ?

- Não penso porcaria nenhuma, só quero me deitar e dormir... Me solta.

- Não podemos continuar assim, você tem que mudar esse teu jeito, de descontar tudo nessa droga de álcool.

- E você de ficar enfeitando a minha cabeça com chifres. Sabe Cristopher nós não precisamos mais viver assim, o divórcio vai nos ajudar a mudar.

- Não... Eu não quero o divórcio, combinamos que...

- Nós combinamos que não haveria traição, e você me traiu, com ela, lembra ? E agora fez de novo, combinamos ser unidos, e não fomos. Combinamos que não envolveria sentimentos... E olha, eu falhei nisso - dou risada de mim mesma - Nós combinamos muitas coisas ao longo desse tempo e falhamos em boa parte, era para ser algo de aparência, mas se tornou algo mais intenso. E quer saber.. você sabe que eu tomei a decisão certa, então aceite.

Ele ficou calado escutando tudo. Logo suas mãos me soltaram e ele se afastou, dando passagem e eu prossegui meu caminho até o quarto. Algo dentro de mim se entristeceu com o fato dele não ter dito mais nada. Eu havia cometido um dos piores erros no nosso acordo, que foi de me apaixonar por ele, mas agora eu sabia que estava fodida ... Pois eu o amava.

Os dias se passavam e os papéis para o nosso divórcio demoravam a sair, mesmo tendo muita grana envolvida nas costas de nossos advogados. Cristopher não tomou iniciativa de sair de casa, muito menos eu. Nós nos cruzamos constantemente pelos cômodos, mas logo travamos de fugir da presença um do outro. Em uma tarde, sentada em meu escritório, espalhei todas as informações que havia pedido sobre os três canalhas que fizeram da minha vida um inferno.

- Hum... Interessante, vamos ver como eu posso ferrar com a vida de vocês - digo analisando suas fotos.

Descobri que ambos trabalhavam para uma empresa pequena de jornal, o setor deles era de publicações online. Descobri que depois da falsa notícia que ambos postaram sobre mim, conseguiram um cargo melhor na empresa. Os idiotas cuidavam da página de fofocas de celebridades. Logo liguei para que Anahi viesse até minha sala e não demorou a mesma veio, contei lhe tudo e mostrei.

- Tá. E o que vamos fazer ? - Pergunta olhando para os papéis na mesa.

- Eu tive uma ideia. E essa ideia tem duas etapas.

- E quais seriam ?

- A primeira, é que preciso que eles confessem a armação que realizaram. E a segunda... Bom... A segunda é mais divertida - Sorrio perversa.










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Interesse mútuoOnde histórias criam vida. Descubra agora