capítulo VI - Tour

51 2 0
                                    

- é mais esperto do que parece – soltou um sorriso e voltou a coloração normal dos seus olhos
- você ainda não respondeu a minha pergunta... como chegou aqui? – puxei o meu braço com força e ele me largou
- com isso – ele mostrou um colar que estava em seu pescoço
   Eu tenho um colar com o mesmo tipo de pingente, uma águia alçando voo, ganhei quando tinha sete anos de presente das minhas tias mais distantes
- ele me permite viajar pelo espaço conhecido – pressionou o colar e desapareceu em plena vista
- ele fez de novo – Fernando  falou em pânico
- eu não acredito que isso tá acontecendo – David parecia estar com medo
- ok, que tal nós irmos embora? – sugeriu Gabriela se virando e dando um grito de susto
- acho que não vão a lugar algum agora – Luca estava no teto do carro de pernas cruzadas
- v-vai m-matar a gente é isso? Utilizar os nossos corpos como oferendas satânicas de magia negra - Fernando  estava genuinamente com medo
- matar?... – perguntou dando um sorriso e logo desapareceu – ... não – falou aparecendo com a mão no meu ombro
- acho que eu vou ter um infarto – falei tentando me afastar mas ele insistiu em me segurar
- vocês estão aqui por algo maior, maior de que todos nós – deu um sorriso frio – vocês são a salvação do nosso mundo contra a Ascenção das bruxas e de seu imperador do caos – apertou o meu ombro com um pouco de força
- eu não faço muito o estilo de super herói, muito obrigado pela oportunidade – falou Fernando  dando as costas e indo para o carro
- sinto muito mas você não vai a lugar nenhum – estendeu a mão na direção do carro, o chão começou a estremecer de uma forma devastadora, meus amigos caíram no chão com a força do terremoto e eu só continuava de pé por que Luca estava me segurando
- CHEGA – Fernando  gritou com raiva em nossa direção, fazendo com uma força invisível e potente nós atingisse.
   Era como se uma onda colossal tivesse me atingido com tudo, como se a gravidade da terra tivesse sido jogada contra mim e assim que me atingiu, fui jogado pra trás, acabei batendo a cabeça no chão com a força do impacto, meus ouvidos zuniam muito alto, meu corpo estava doendo muito
- acho que tive uma hemorragia cerebral depois desse choque – ainda deitado no chão David veio me ajudar a levantar quando os tremores pararam
- consegue se mexer? – perguntou abaixando do meu lado
- não – tentei mexer o braço mas ele não reagia além do mais minha cabeça parecia que ia explodir, a dor da pancada que estava sentindo por causa do choque com o chão é imensa
- Marcos...merda, me desculpa – Fernando  se levantou do chão e correu na minha direção tremendo.
- eu consigo sentir o meu corpo mas não consigo me mover – estava começando a entrar em pânico de vez
   Gabriela já estava perto de mim, ela tocava a minha mão a fim de que eu sentisse algo mas não sentia nada.
- me desculpa – Fernando  estava realmente mal por aquilo
- Fernando  se eu voltar a me mexer eu vou te esganar – meus olhos começavam a lacrimejar pela dor
- se você voltar a se mexer eu deixo e não revido – sorriu preocupado comigo
- faz alguma coisa por favor – David encarou Luca que apenas revirou os olhos sorrindo
- está vendo por que eu não posso mais deixar vocês irem? São um perigo a todos a sua volta por não serem treinados adequadamente – se abaixou na minha direção e me encarou – eu não posso fazer nada...- se levantou novamente e me encarou de cima - ... mas você pode – apontou para a Gabriela que me olhou por alguns segundos e fechou os olhos
   Das palmas de suas mãos saiam luzes brancas que ao entrarem em contato com a minha pele me acalmavam, relaxavam, e pelo que eu estava sentindo aos poucos me curavam
- acho que tá funcionando – sorri com aquilo quando mexi a minha mão novamente
- sente isso? – perguntou Fernando  apertando a minha cintura, me fazendo começar a gargalhar por que sentia cócegas ali
    Enquanto eu gargalhava um som de algo quebrando pode ser ouvido do meu lado, me virando pra aquele lugar estava David com a mão enterrada no chão, não tinha como ter sido outra coisa.
- o que foi isso? – Gabriela olhou para David e na direção onde ele havia socado
- você quebrou o chão – Fernando  estava de boca aberta olhando aquele feito
- suas emoções são o que ativam as suas forças... se eu deixasse vocês saírem eu estaria transformando vocês na principal causa da destruição do mundo – Luca olhava tudo de cima como se fosse superior
- o Marcos não é uma ameaça... – Fernando  parou subitamente
-... ainda- Gabriela completou
- vamos ver quais são os poderes dele – David se levantou pigarreando e me puxando para me levantar junto
- eu posso me levantar sozinho – me larguei dele devagar só pra ter certeza
- ou talvez ele não tenha... – Luca começou a me analisar de cima a baixo -... isso é impossível nossos leitores nunca falharam, provavelmente deve ser por que você é mais fraco que eles por isso seu poder ainda não foi mostrado – ele se virou e atravessou aquela proteção
- acho que nós devemos seguir ele – Fernando  entrou na minha frente e foi para dentro da proteção. 
- então vamos - andei até ele toquei na mesma a textura fina como se fosse uma bolha de sabão gigante
Assim que atravessei dei de cara com um espaço muito lindo, era um imenso Campus cheio de pesso... O que é aquilo? Eu em sentia em uma revista de quadrinhos, eles estavam usando os seus poderes, e por mais que as vezes pareça assustador saber que isso existe no mundo, em nesse momento eu estou completamente impressionado de saber que existe pessoas com capacidades e poderes extraordinários de verdade.
- só eu estou enxergando isso? - me virei para os meus amigos que estavam encarando tudo pasmos
- acho que não, eu também estou vendo isso – Gabriela olhava para tudo e todos
- isso é incrível, eu achei que só existia em filmes – David encarou algo que parecia ser um fauno
- tudo bem isso está muito estranho, onde ele está? – falou Fernando  procurando Luca
- eu não sei, era pra estar aqui bem na nossa frente – olhei ao redor em busca dele mas não vi nada
- acho que ele vai aparecer do nada de novo, para assustar a gente – falou David
- O QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO? – gritou o Luca sentado debaixo de uma macieira a cem metros de nós
- acho que sabemos o que aconteceu com o Houdini- falei indo até ele junto dos meus amigos
- como assim? – Gabriela não havia entendido a piada
- o mestre do escapismo – assim que chegamos lá Fernando  foi o primeiro a se sentar no chão já que estávamos abaixo de uma macieira
- do que vocês estão falando? – perguntou Luca sem entender
- que você parece o Houdini – me sentei ao lado dele
- você acha? Olha ele lá! – apontou pra frente onde um homem totalmente igual ao Houdini andava com um livro na mão
- quem é ele? E por que se parece tanto com o Houdini – encarei mais o homem parecia muito com o Houdini, era como se o próprio estivesse ali
- é por que ele é o Houdini, por isso perguntei se me pareço com ele – bufou e tocou na árvore
   A árvore começou a se mexer bem devagar e dela além de cair várias maçãs também caiu um caderno azul.
- espera se ele é o Houdini, como é possível que esteja vivo? por que mesmo que não tivesse morrido quando tinha 52 anos, teria morrido agora em 2020
- o que isso tem haver? – perguntou Luca indiferente
- cara, ele nasceu em 1874 e “morreu" em 1926 com 52 anos – David tentava fazer ele enxergar o quanto aquilo era incomum
- idai? – disse lentamente mordendo uma maçã e abrindo o caderno azul
- idai que... – peguei o caderno da mão dele, o que não o agradou muito pois me lançou um olhar fulminante logo em seguida – fazendo as contas era pra ele estar com 146 anos – arregalei os olhos com a possibilidade
- não sei quanto de intelecto você tem mas presta atenção... – me encarou e depois olhou para cada um dos meus amigos – você – apontou para Fernando  – criou uma onda telecinética tão forte que quase matou o seu amigo... você – apontou agora para Gabriela – curou o seu amigo com luzes brancas que saiam da suas mãos e penetrava o corpo do mesmo... você – apontou para David que engoliu em seco com o que o homem iria falar – socou o chão com tanta força que fez um buraco nele por algum motivo que eu não entendi... e você – dessa vez ele apontou pra mim – ainda não fez nada mas se pegar o meu caderno de novo eu corto as suas mãos fora – deixou os seus olhos negros e depois voltou eles ao normal com a intensão de apenas me assustar... o que funcionou
- ok – coloquei o caderno dele de volta no seu colo bem devagar
- ah, então ele está vivo... – Fernando  cruzou as pernas e começou a assobiar
- sim, agora caiu a ficha? – perguntou abrindo o caderno novamente e lendo algo por alguns segundos antes de jogar ele pro ar novamente,  caindo não galhos da macieira.
- vamos entrar eu tenho que deixar cada um de vocês nos seus dormitórios assim que passarem pela difusão de raças – se levantou e esperou que nós também o fizéssemos
- como assim por raça? Que lugar é esse que julga pela cor da pele...
- Gabi – toquei no ombro dela já que a mesma não havia entendido e Luca já estava perdendo a paciência novamente
- espera... eu não creio que em um lugar cheio de criaturas estranhas vocês ainda julgam pela cor da pele – as pessoas ao nosso redor estavam encarando ela chocado e de boca aberta
- Gabi... – toquei novamente no ombro dela já que eles estavam começando a cochichar entre si
- espera... sinceramente eu não...
- GABRIELA... – gritei com raiva e chamando a atenção da garota – ele não está falando de cor e sim de raça... acho que mutante... – olhei ao redor pra ver se algum dava um sinal que eram assim que se chamavam
- não chamando a gente de humano tá ótimo – falou alguém em meio a risadas
- aquele garoto cheira a humano – alguém estava dizendo isso é parecia estar muito perto por que conseguia ouvir perfeitamente
- Marcos...
- quem são aqueles?
- hummm ele parece humano...
- um humano aqui? Esse instituto está se degradando a cada dia
- Marcos...
- humano nojento...
- se esse humano estudar aqui eu juro que vou embora...
- ele até que é bonitinho mas é uma pena ser um humano...
- se for um humano eu juro que irei matar ele
- quem é aquele humano ao lado do Mestre?
- aquele humano vai sofrer aqui ou em qualquer lugar que ele vá ficar
- é claro, um humano esnobe quer entrar na elite?... isso não vai ser possível
- MARCOS – alguém me sacudia sem parar
- o que foi? – as pessoas pararam de falar, acho que eu sou o humano
- você virou o rosto e entrou em transe – Fernando  colocou a mão no meu ombro
- eu estava ouvindo... as árvores balançarem – olhei ao redor e todos me encaravam com nojo e pena – me acalma – me senti desconfortável, quando acontece eu sempre cruzo os braços e abaixo o olhar
- ok, vamos o Luca vai nos levar para os nossos alojamentos – Gabriela me puxou pelo braço para mais perto deles
- antes que eu me esqueça... – Luca se virou na nossa direção – aqui de modo algum devem me chamar pelo meu nome... me chamem apenas de Mestre – deu um sorriso
- por que? – perguntei
- por que se você não me chamar assim, eu arranco o seu coração fora, só que não é só a mim que deve se referir dessa forma mas sim, a todos os seus superiores – deixou os seus olhos negros e se virou em direção às portas de entrada
- acho que nós entramos no exército – Fernando  falou em meio a uma risada nasalada
- eu também acho – senti os olhos de alguém queimando nas minhas costas assim que me virei uma garota loira me encarava de cima a baixo, pelo menos ela não tem visão de calor
      Chegando em uma sala sem janelas, que continha apenas um caldeirão brilhoso.
- aqui nós faremos a difusão – pegou uma agulha com algumas imagens nela, reconhecia aquilo como runas
- eu vou primeiro – David se aproximou de Luca que pegou a sua mão com força e a virou para cima
- espero que não tenha medo de agulha – espetou o dedo de David que gemeu um pouco de dor – jogue a gota de sangue ali – apontou para um caldeirão que estava do lado direito dele
   Assim que a gota entrou em contato com o caldeirão uma fumaça verde subiu e logo mostrou uma imagem, era o corpo do David e aquele caldeirão analisava tudo, todos os seus pontos fortes para decidir onde colocar ele. Entre os seus poderes estavam força elevada, velocidade, cura acelerada, transmutação física e cronocinese  ou simplificando: o controle sobre a velocidade.
  - você é um licantropo – Luca pegou a mão de David e cortou a mesma com uma de suas unhas  
- você ficou maluco? – David puxou a mão e se afastou
- olha a sua mão – Luca sorria olhando para o loiro
- tá tudo bem? – me aproximei de David mas o mesmo me afastou
- está tudo bem – levantou a palma que não havia mais nenhum corte
- minha vez – Fernando  ficou de frente à Luca que furou o seu dedo
  Com Fernando não foi diferente ,aconteceu o mesmo processo e o que foi atribuído a ele foi, telecinesia intermediária, o que dava um leque de habilidades entre elas tinha a capacidade de se curar, resistir a grande impactos, levitar e voar, teletransporte, pressão telecinética e explosões.
- eu sou o mais poderoso de nós – Fez uma dancinha e apontou o dedo no meu rosto e depois nos deles
- sabia que eu posso fazer você explodir acelerando a velocidade do seu organismo? – David levantou uma sobrancelha e encarou Fernando  que logo ficou quieto
- calem a boca, é minha vez – Gabriela dou até Luca que fez aquele mesmo processo
   Os seus poderes foram considerados como cura, voo, teletransporte, controle sobre o fogo celestial e invocação de armas angelicais
- então... agora é você – Gabriela me empurrou mais perto de Luca que me olhou sem expressão
- ok – estendi a minha mão e ele segurou firme
- eu juro que isso... vai doer – perfurou o meu dedo mas não como os outros, ele enfiou metade da agulha no meu dedo
   Conti um grito e o que saiu foi um gemido de dor
- cheiro de sangue – David estava fungando o ar
            - deve ser o nosso sangue... – Fernando  estava olhando o seu próprio dedo
-não, é muito sangue – olhei pro meu próprio dedo
- deve ser impressão sua – Luca sorriu e me dirigiu até o caldeirão
  Assim que meu sangue começou a ser fundido com o líquido do caldeirão, ele começou a borbulhar e a mudar de cor.
- o que é isso? – perguntou Fernando olhando fixamente o caldeirão que aos poucos ia perdendo a sua iluminação
- talvez seja sinal de poder....
- o sangue humano em contato com o caldeirão deve ter feito isso – bufou Luca passando a mão no rosto
- tá legal – respirei fundo contendo um xingamento
- vamos, vou levar vocês aos seus respectivos dormitórios e depois lhes darei as suas grades de horários separadas...
- espera, não vamos ficar juntos? – perguntei erguendo uma de minhas sobrancelhas
- não, cada um tem que estudar uma área específica de acordo com o seu poder latente... vocês não tem noção do quanto são especiais... menos o Marcos, ele é só humano mesmo – sorriu de lado saindo pela porta e nos o acompanhamos
 Já do lado de fora da sala nos fomos em direção ao hall, para que chegássemos até as escadas onde ficaríamos divididos pelos andares, subindo para o primeiro andar quem ficaria naqueles dormitórios seria Gabriela, em um só para meninas, no segundo foi Fernando, só para meninos, no terceiro foi o David, em um dormitório misto e no quarto.... ele me arrastou ora uma sala de reuniões.
- senta – andou até a janela e escancarou a mesma
- fala – passei uma mecha do meu cabelo pra trás por que estava caindo no meu olho

Celeste - Romance/fantasia GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora