- você gosta de rir, né? - perguntei com uma sobrancelha levantada, vendo ele apagar o sorriso do rosto
-Anda logo – me empurrou pela porta
-Pra onde está me levando? - tentei me soltar mas ele não me largava
-Pra cá – abriu uma porta e me jogou lá dentro me fazendo cair de costas no chão
-Precisava me jogar? Eu tenho pernas e sei andar – me levantei com raiva
-Mariah, cuide dele e não deixe ele sair daqui, caso ele fuja eu mato o seu filho – empurrou a mulher pra dentro e bateu a porta com força
A mulher tropeçou nos seus próprios pês e caiu de joelhos no chão, soltando um gemido de dor
-Me deixa te ajudar – ajudei ela a se levantar mas a mesma se afastou com medo - não precisa ter medo de mim – me aproximei dela mas ela continuava a se afastar então dei alguns passos pra trás
Ela não estava olhando pra cima em momento algum, como se doesse olhar nos meus olhos, como se eu fosse matar ela por me ver.
-Mariah...
-Por favor não, eu amo o meu filho... - Ela olhou pra mim com os olhos marejados
-hmmmmmmm, ok – minha cara estava igual à da Gretchen sem entender – quer se sentar? - apontei pra cadeira
-não posso, nós serviçais não devemos olhar nem ficar por muito tempo em hipótese alguma perto dos nossos superiores, os castigos são severos demais...– ela olhava direto pro chão
-Eu não sou seu superior – virei de costas e me sentei na cadeira
-é sim...
-Repara bem, desde quando isso acontece... - Apontei pro chão, a biblioteca e para mim - ...com os superiores? - cruzei os braços
-Mesmo assim eu não quero pagar pra ver.... - ela foi até uma estante onde tinha um espanador e começou a limpar a mesma
Bufei em frustração, mas continuei sentado no mesmo lugar
-Me conta o que acontece nesse lugar – pedi me virando a procura dela – oi? - me levantei procurando por ela
-Tudo bem – ela estava de costas pra mim, suspirou e começou a falar – a uns dois meses atrás nos éramos um povo normal, gostamos de ser desse jeito, esse lugar era como um país único, nos éramos quem escolhíamos os detentores do anel... até que ele chegou, matou todos que se oporão a ele, meu marido era da guarda real do antigo detentor, ele era cheio de vida, inteligente, bonito... ele lutava quando éramos atacados por apócrifos, nós não precisávamos usar os nossos poderes por que tínhamos ele é os outros soldados pra nos proteger... inocentes, a comodidade nos deixou fracos, um povo que só se importa com a paz não sabe como agir em uma guerra, e foi o que aconteceu... um único homem ludibriou cada um de nós pouco a pouco e em uma semana, apenas uma semana ele já era o conselheiro do nosso ancião por que nós elegemos ele – sua voz parecia que iria chorar a qualquer momento – ele matou o ancião no meio da noite enquanto dormia, um único corte e ele morreu, depois que pegou a posse do anel ele matou todos os soldados, quando pensamos em fugir ele criou um muro enorme que não conseguíamos sobrepor, por causa do tempo sem usar os nossos poderes não conseguimos reagir – ela respirou fundo e soltou
-Acho que eu posso dar um jeito nisso – fiquei mais perto dela
-E como você poderia? A guarda dele é composta de outros assassinos insanos de várias raças
-Quais raças? - fiquei curioso já que não importa quem ou o que você seja, sempre tem uma fraqueza
-Wendigos, bruxas, raposas, apócrifos, fadas corrompidas e espíritos da natureza... todos eles moram nesse mesmo castelo, juntos eles são invencíveis
-juntos... então a gente só precisa afastar eles uns dos outros – dei uma risada
-Se fosse fácil isso não estaria acontecendo, eles são muito mais inteligentes do que parece, todas as vezes que tentamos escapar eles estavam a dois passos a frete, sempre nos impediam e puniam de variados jeitos...
-essa biblioteca tem a fisiologia dos sobrenaturais? - me virei e comecei a vagar pela seção procurando a prateleira F, infelizmente o que mostrava as fraquezas dos sobrenaturais, acabou sendo destruído por mim no final das contas....
-aqui – ela passou por mim e se esticou pra pegar um livro que ficava no alto
-já sabia que isso estava aqui?
-já tentamos isso e não deu certo...
-não deu certo por que eu não estava aqui, e além do mais eu tenho ajuda – joguei o livro em cima da mesa e me sentei – aqui tem a planta desse local? - virei pra ela que se sentou do meu lado
-fica no quarto dele...
-vou precisar sair – os olhos dela se arregalaram muito
-por favor não... a vida do meu filho ta em risco – ela apertava o meu braço
-acho que a coisa é bem mais pior do que só isso – lembrei da espada que ele tem e do que ela é capaz de fazer, cheguei a arrepiar um pouco.
-por que diz isso? - parecia confusa
-pergunta pra ela se houve algum pico de energia esses dias – Vinicius apareceu do meu lado
-acho que eu tive uma ideia mas eu não posso gastar tanta energia assim... onde fica o quarto dele? - me levantei
-você não pode sair... - ela repetia
-eu tenho um plano – peguei na mão do Vinicius forcando a passagem da mente pra fora do seu estado “fantasma”
-quem é ele? - perguntou e quase caindo da cadeira
-o nome dele é Vinicius mas por enquanto ele vai se chamar Maximilian – o Vinicius estava esta estático olhando pro corpo dele – eu não tenho muito tempo então fala logo – pra que eu mantivesse ele lá necessitava de muita energia, e eu não tinha o bastante pra muito tempo
-fica a noroeste, é uma porta azul com vermelho com detalhes em ouro... - ela balançou a cabeça - é, é isso mesmo – ela deu um sorriso sincero
-tudo bem, eu tenho que ir rápido, isso... - apontei pro Vinicius - não vai durar por muito tempo – abri a porta bem devagar e olhei pros dois lados pra ver se encontrava alguém, graças ao destino ele estava vazio
-cuidado – falou Vinicius quando eu estava quase terminado de fechar a porta, eu só acenei e sai de lá o mais rápido indo em direção ao quarto que ela descreveu
-espera... era noroeste? Ou era sudeste? - bufei com isso, o fato de você ter poder sobre a mente não significava totalmente que terá controle sobre a sua própria mente – noroeste... - segui em frente passando pelos corredores
Tudo era fechado e funcionava com luz que vinha das lâmpadas do corredor, por algum motivo eles não gostavam da luz natural que o sol fornecia
- um solzinho não mata ninguém – passei do lado de uma janela e abri ela
Alguém atrás de mim gritou de dor, me virei pra ver quem era e parecia um apócrifo morrendo queimado, parece que ele não tem a capacidade de andar no sol
-foi mal – fechei a janela e sumi de lá
Continuei percorrendo o caminho, em uma curva dava pra sentir que havia alguém ali, pareciam ser fadas corrompidas, tinha que pensar rápido no que eu poderia fazer
-eu vou me arrepender disso – estendi a mão pra uma sala que ficava no corredor ao lado e fiz varias coisas caírem no chão, só não sei o que foi que caiu
As fadas foram cautelosamente pra lá e eu mais ainda também fui, depois que cheguei ao final quebrei uma das lâmpadas pra cortar a luz delas quando voltassem. E agora sim, eu cheguei ao maldito quarto, só que nem tudo são flores e ele necessitava de uma senha, não podia entrar na mente de Yen por que com a sua alma de telepata ele saberia que alguém entrou na sua mente, do que adianta ter um anel da alma se ele não tem energia infinita pra que eu use como quiser?
-a senha é...- quebrei o visor com um soco mas não aconteceu igual nos filmes, um alarme foi soado como invasão
Tive que arrombar a porta e entrar a força mesmo, baguncei aquele lugar inteiro, por que eles estavam se agrupando pra entrar aqui... eu acabei achando em cima da escrivaninha dele, não podia levar então tirei um print screen com o meu cérebro.
Quando estava saindo eles já estavam chegado, por sorte o quarto dele também se iluminava apenas com lâmpadas.
-a porta foi arrombada – falava um enquanto eu estava escondido na cortina ao lado deles
-acendam as luzes – uma mulher mandou, alguém estava tateando do meu lado a procura do interruptor – por que dessa demora toda? - ela bufou
-eu não acho - o mesmo homem estava muito perto de me tocar e eu não tinha como fugir dali
-é por que é desse lado – ela acendeu as luzes
-que porra é... - com um pouco de esforço eu quebrei todas as lâmpadas fazendo uma cascata de faíscas saírem do teto, eles se protegeram e eu aproveitei o momento da distração pra fugir mas acabei batendo de frente com alguém
-onde pensa que vai? - ele era muito alto e forte, com certeza um apócrifo
-assistir poeiras ao vento – dei uma risada abrindo todas as janelas do local e fazendo os vampiros começarem a se queimar, corri o mais rápido que podia ate a biblioteca, por pouco não fui pego pelos outros
Quando cheguei na metade do caminho eu acumulei uma energia psiônica o suficiente pra destruir todas as lâmpadas do local, chegando a biblioteca eu entrei com tudo arrombando a porta por que por algum motivo ela estava trancada
-o que aconteceu? - entrei encontrando ela descabelada e chorando
-que bom que você chegou – ela correu e me abraçou apertado
-por que? - me soltei dela procurando por Vinicius
-por que simplesmente o seu...irmão? Me deu as costas assim que você saiu e sumiu – ela parecia não estar abalada com aquilo
-o Vinicius nunca faria isso... - se fosse pra ele fugir ele já teria feito isso a muito tempo, quantas vezes ele já veio pra fora mas ainda sim continuou aqui
-acho que não conhecia ele tão bem – ela se virou
-mas...
-ele foi atrás de alguma coisa que era dele... - ela soltou aquilo no ar e eu fiquei encucado com aquilo
-o que era dele? - o inferno, era isso que ele falou que seria dele
-o inferno – ela se virou e sentou
-ele me abandonou...
-a alma dele só seguiu o seu caminho próprio – ela me olhava com ternura
-será que ele vai voltar? - me sentei ao lado dela
-eu não sei – ela colocou a mão no meu ombro – mas temos assuntos mais urgentes – ela apontou pro livro
-O QUE ACONTECEU AQUI? - era a voz do Yen e estava se aproximando
-O livro – ela se levantou da cadeira
-Deixa comigo – passei a mão por cima do livro transformando a capa em outra qualquer junto com o seu conteúdo por tempo o suficiente pra que ele não percebesse
-MARCOS... - Ele gritava entrando porta a dentro – foi você não foi? - se colocou em frente a mesa
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Celeste - Romance/fantasia GAY
Adventurequatro jovens que descobrem ter poderes incríveis, várias aventuras solos pra que no final se reencontre em suas formas finais, sendo perseguidos por inimigos com poderes além dos seus, terão de testar o limite que sua amizade suporta, descobrindo m...