Capítulo XXXVIII - Apenas Treinando

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- olha... isso é muito estranho – ele olhava o teto enquanto descíamos
- na verdade não... eu ampliei os poderes dela por tempo e capacidade suficiente pra manipular as moléculas, isso deu a ela a habilidade de criar tudo que sua imaginação quisesse, com uma fração do poder da criação ela poderia mexer com os átomos do espaço ao seu redor... – chegamos se ate a parte de baixo e saímos do elevador vendo ele subir novamente, nele estava o sofá.
- o que aconteceria se eu tivesse todo o poder da criação? – ela estava coçando a boca
- você teria a habilidade de criar vidas do zero, destruir todo o multiverso e refazer ele novamente a sua imagem... resumindo, você teria tudo nas suas mãos – comecei a andar mais pra frente e as luzes se acenderam mostrado um corredor
- quantos metros do chão nos estamos? – Luah correu pro meu lado
- vinte metros
- eles não vão descobrir isso aqui em baixo? – dessa vez Diego foi quem perguntou
- não, o anel deu um jeito nisso...
- como assim?
- os objetos tem um certo grau de consciência própria, o meu sussurra algumas coisas pra mim e quando eu não sei o que fazer ele mesmo faz sozinho... as vezes por que na maioria das vezes ele me deixa na mão
- então foi ele quem ampliou os meus poderes? – cruzou os braços me olhando
- não, isso fomos nós dois juntos... já a criação desse local foi ele sozinho – abri uma porta que dava a uma grande arena
- todos nós vamos treinar aqui? – Diego olhava tudo
- sim, e esse espaço na parede são pras nossas armas... todas elas – apontei pro outro lado onde estava lotado de armas de todos os tipos
- pra que armas? Nos temos poderes, podemos simplesmente matar eles estalando os dedos – Luah estava se achando
- você acha mesmo? E se você enfrentasse outro telecinetico? Ou pior um telepata? Eles podem negar a sua telecinese, você ficaria de braços cruzados esperando ser morta? – fui até uma katana
- eu não sei usar armas – ela pegou dois bastões e depois colocou de volta
- nós não sabemos mas ele sabe – apontei pro Diego que fez uma reverência como se estivéssemos lutando judô ou qualquer outro esporte em que os adversários devem se cumprimentar antes da luta
- você não pode simplesmente transferir o conhecimento da mente dele pra minha? – preguiça? Imagina isso é coragem, só pode...
- na verdade... eu posso, mas isso não significa que eu vá fazer, além do mais o seu corpo deve se acostumar antes... se eu te passar um salto mortal você vai fazer? – ela acenou a cabeça em confirmação – mas seu corpo vai estar acostumado a fazer isso? – ela ficou pensativa – você tem que treinar pro seu corpo se acostumar, se não treinar tudo que eu te passar vai ser em vão – fui até o meio do arena
- isso é tão grande – soltei um sorriso com isso
- eu sei, pelo menos uma vez ele teve uma ideia boa – chamei Diego pra perto – só não me machuca – pedi vendo ele pegando um pedaço de madeira em formato de espada
- vou ser carinhoso – falou vindo pra cima de mim e acertando as minhas costas me fazendo cair
- por que você está usando uma katana desse jeito quando pode criar uma?...
- por que elas são super afiadas, essas daqui não, o que vai exigir força nos braços e nas pernas... dois exercícios em meio a uma luta – sorri contra atacando
- vocês viram que eu me acabei de falar sobre um trauma meu e simplesmente me ignoraram por um outro assunto – cruzou os braços empurrada, me virei pra ela
- não entenda errado Luah, é só que, não adianta só você falar sobre um trauma, com um único pensamento de que ira conseguir aumentar o seu poder depois disso... você precisa se perdoar quando conta sobre o seu traumas, ser completamente verdadeira, e mostrar o que sente... a pessoa se purifica através de suas próprias lágrimas – me virei pro Diego novamente
- o que você quer dizer com isso? Cara, você tem que aprender a ser objetivo...
- enquanto você pensar apenas em poder não vai conseguir se perdoar, apenas quando perder algo que ama vera que o poder não pode fazer tudo, blá blá blá blá... culpa, arrependimento e enfim perdão... Mesmo sendo tarde demais
- se preocupe com o agora e deixe o depois pra depois – Diego literalmente resumiu o que eu queria ter dito em apenas uma frase
- obrigado por me esclarecer... Diego, mesmo que o Marcos tenha me chamado de maluca, irresponsável e gananciosa eu entendi o que ele quis dizer em meio a insultos bárbaros – ela pegou uma faca da parede e jogou na minha direção, usei a katana pra me defender só que mesmo assim ela raspou no meu rosto
- isso doeu – ela veio pra mais perto levantando as mãos
- chicote de ar – ela abaixou as mãos muito rápido fazendo com que um som de chicote fosse ouvido entrando em contato com o chão
- chicotes telecineticos não são fortes o suficiente... – Diego me puxou, deu uma rasteira por trás e me fez girar 360 graus no ar roubando a minha espada de mim e me deixando caído de cara no chão
- isso doeu... – falei olhando pra ela que começou a investir contra mim, rolei pro lado
    Diego investiu contra ela, só que a mesma apenas estendeu a mão e jogou ele pra trás
- eu disse que poderíamos usar os nossos poderes – ela sorriu
- tem razão – sorri de volta deixando os meus olhos Rosa – NEGAÇÃO TELECINETICA – os chicotes dela estavam desaparecendo aos poucos, ela me olhou por alguns segundos – é agora? – ela sorriu novamente e correu até a parede onde estavam as armas.
    Eu fui até o meio da arena onde estava a katana e peguei ela, o tempo de levantar foi o momento exato que ela cortou a minha testa com um par de sais
- conheço uma personagem de uma hq que usa uma dessas – dei alguns passos rasteiros pra trás me colocando em posição de ataque
- eu sei, e é por isso que eu escolhi... por que ela é foda – Luah veio na minha direção em um rodopio com os sais que me cortariam no meio se eu não saísse da frente.
     Dei uma rasteira nos pés dela mas a mesma pulou e me deu um chute no rosto voltando ao chão com um salto mortal.
- pensei que não soubesse lutar – coloquei a mão no nariz
- e eu não sei – ela parecia não entender
- Diego? – me virei pra trás... ele estava com os seus olhos completamente magenta
- Marcos? – Luah voltou a me atacar com mais ferocidade e velocidade
    Ela estava realizando passos que eram impossíveis de serem realizados, seu ataque foi em cheio no meu peito, só que eu fui mais rápido e criei um escudo pra me defender... o anel gritava na minha cabeça o nome Egido, era como se ele quisesse sair do meu corpo e ir pra outro lugar.
- eu não consigo parar – a minha negação foi desfeita e ela usou isso pra me jogar na parede
   O que estava acontecendo, eu tentava me defender só que não adiantava de nada, meus poderes estavam falhando muito, algo estava interferindo no próprio anel da mente. No meu ato de desespero eu criei uma adaga e lancei na direção do peito do Diego e como o esperado Luah parou ela, eu ativei a explosão de energia lançando ele na parede e fazendo Luah cair no chão ofegando.
- o que aconteceu? – ela estava mal, muito mal
- eu não sei – estava confuso, quem era ou o que era Egido, por que os meus poderes falharam? Como o Diego estava exercendo tanta força assim? Minha cabeça estava cheia demais
- não é possível... – Vinicius apareceu ao lado de Diego
- Vinicius você sabe o que foi isso? – perguntei indo até Diego
- eu tenho uma ideia – ele baixou a cabeça e desapareceu
- Vinicius... Vinicius aparece – pedi tentando fazer ele aparecer mas o mesmo simplesmente não me respondeu
- está tudo bem? – Luah veio até nós
- está sim – criei um escudo debaixo do corpo dele e levantei o mesmo – vai descansar – coloquei a minha mão desocupada no ombro dela
- tudo bem – Luah estava drenada em vários aspectos, o que o Diego fez foi mais forte do que eu conseguiria fazer mesmo com o anel da mente comigo
     Subimos até o andar de cima, chegando a nossa casa. Depositei ele no sofá e Luah subiu pra o seu quarto... Qual era o seu quarto? Ela já sabia.
- Vinicius – sussurrei por ele me sentando no chão e entrando dentro da minha cabeça
- temos que ir em um lugar... – ele estava sentado no chão
- por que? – me sentei ao lado dele
- eu te conto no caminho – pegou a minha mão – vamos para o prédio do pensamento...
- o prédio do pensamento? O que é o prédio do pensamento?
- você vai entender assim que nos chegarmos lá...
- tudo bem – eu passei a mão no ar chamando por aquele lugar, chegando lá não havia ninguém, não poderíamos ficar por muito tempo então teríamos de ser o mais rápido possível... – pra onde nós vamos agora?
- pra sala de arquivos gerais – ele entrou na frente e eu segui ele
- isso tem haver com o Diego? – perguntei ficando ao lado dele
- eu não sei... talvez – o local estava inteiramente silencioso.
    Sentia tristeza no ar, medo e ódio, muito ódio mesmo
- o que tá acontecendo aqui? – perguntei subindo as escadas
- pra onde você vai?
- ver o que tá acontecendo – parei de subir
- não estamos aqui pra isso...
- mas...
- vamos logo – ele subiu e me puxou pelo braço
- não é possível aqui ser para os pensadores, os telepata são os pensadores não os telecineticos... – sussurrei após passar por um mural de melhores alunos, que mostrava o Fernando... isso mesmo, o meu amigo Fernando em primeiro lugar.
- presta atenção, eles são a mesma coisa a única diferença é que você só possui um ou outro, não existe ninguém na história que tenha possuído os dois poderes de uma vez... então juntaram os telepata com os telecineticos
- que bosta... isso quer dizer que quem tem o anel da telecinesia está aqui...
- talvez – ele continuava andando até chegarmos em frente à uma porta pequena
- é aqui? – perguntei abrindo a porta
- sim – ele passou por mim indo até uma das gavetas
- É aqui que vocês vão morrer – a porta se fechou em um estrondo
- Fernando ? – me virei pra ele... era ele quem estava emanando ódio e tristeza

Celeste - Romance/fantasia GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora