Celeste - Romance/fantasia GAY

Capítulo VIII - acho que eu entendi errado

    6:30 , quarta feira, 17 de março de 2020
 Acordei com o som do despertador no meu ouvido... não era o despertador era o Luca me sacudindo.
- acorda – falou uma última vez me jogando no chão do quarto, soltei um gemido e me levantei aos poucos
- tá legal – bufei me levantando totalmente
- sua aula começa daqui a uma hora, toma banho, toma café e depois escova os dentes... – saiu do meu quarto me deixando sozinho com o meu uniforme em cima da cama
- eu iria fazer o contrário, de pijama mesmo eu desci as escadas, ainda descabelado pra tomar café.... misericórdia, todos os alunos estavam me encarando incrédulos por eu ainda estar ali.
  Fui até uma mesa e me sentei pegando várias coisa pra comer, tinha bolo, suco, pães de diversos tipos, Toddy, Nescau, enfim tudo do bom e do melhor... Eu reparei que após me sentar, todos que estavam pertos saíram e me deixaram em um espaço isolado comendo sozinho... não liguei e apenas continuei a minha refeição.
  Após terminar, um garoto escroto colocou o do na minha frente e eu tropecei no chão, caindo em cima dos cacos de vidro que se estilhaços após meu prato cair de baixo de mim.
- se cura aí... – gargalhou o garoto mas ninguém se juntou principalmente por não ter tido graça alguma
- me responde uma coisa... você é  retardado? – perguntei me levantando e limpando os cacos de vidro que estavam na minha roupa
- não, eu sou uma fada...
- tá mais pra uma anta – me aproximei mais dele e o mesmo se levantou me olhando de cima já que ele tinha quase dois metros e meio
- quem você pensa que é humano? – perguntou estralando os dedos
- eu sou um humano como você mesmo disse... – me aproximei mais dele passando a mão pelos seus bolsos sem que ninguém naquela sala percebesse.... parece que os sobrenaturais não eram tudo isso que falavam ser – me desculpa mesmo por entrar no seu caminho- pedi juntando as minhas mãos
- da próxima eu corto você em pedacinhos – bufou se sentando, todos começaram a rir de mim falando que eu havia amarelado... Eu apenas sorri e subi as escadas até o meu quarto
  Enquanto subia tirei o que eu havia pegado dele do meu bolso, parecia ser uma varinha de condão... uma fada com uma varinha de condão? Que estranho.
 Chegando ao meu quarto eu jóquei aquilo dentro da minha gaveta e fui pro banheiro tomar um banho, pra que eu impasse a minha alma de qualquer vestígio que aquele brutamontes butterfly tenha deixado em mim.
Assim que eu acabei o meu banho, peguei a minha roupa..  e eles colocaram uma saia em vez de uma calça...
- você quer brincar não é?  - sorri indo até o meu graça roupa e pegando uma meia que ia até acima da saia e coloquei.... praticamente eu fiquei a Alice Queen de “the magicians" só faltou o salto, que no caso eu estava usando um all star, e também eu ser loiro, uma coisa que eu não era mais, agora eu era uma paleta de maquiagens se tantas cores que essa merda tinha.
Deixei os meus cabelos soltos e passei o meu perfume favorito, peguei o meu celular junto dos meus horários e desci as escadas com um sorriso no rosto de satisfação... até que essa roupa era bastante fresca, eu amei.
  Chegando lá em baixo foi o mesmo esquema, todos me encarando de novo. Com o horários em mãos fui até a sala que a folha indicava como a primeira... não havia ninguém na sala então eu poderia escolher qualquer lugar que eu quisesse.
Me sentei no fundo pra que caso eu sentisse sono pudesse dormir a vontade.
  Passando alguns minutos a sala começou a se encher... É como também aconteceu da última vez, eu fiquei isolado em um canto, até aquela garota loira chegar e se sentar do meu lado... ela não parava de me encarar por um segundo, parecia aquele psicopata maluco que me atacou
      As aulas se passaram de forma anormal, nenhum professor me respondia, pelo contrário ele me esnobava por eu ser humano.
- professor, eu posso ir ao banheiro? – perguntei com as pernas cruzadas
- seres sobrenaturais não precisam ir ao banheiro....
- então você não caga?  - cruzei os braços vendo o resto dos alunos dar uma risada baixa e imperceptível da professora
- mais respeito garoto... – ela se aproximava da mesa
- se é tão esperto assim, você poderia me explicar como funciona a força dos vampiros.
- com todo prazer – puxei o meu celular e joguei vampiros na aba de pesquisa... advinha o que apareceu? Tudo sobre vampiros
 - isso está completamente errado – bufou ela me encarando com nojo de cima a baixo enquanto os outros alunos encaravam o aparelho na minha mão
- então qual é a resposta? – cruzei os braços
- não interessa, sai da sala... – aprontou pra porta
- por que eu tenho que...
- SAI – gritou com raiva
- como quiser – me exaltei saindo de lá e batendo a porta com bastante força pra ver se ela quebrava
- SE EU VER MEAIS UM HUMANO NESSA SALA DE NOVO EU JURO QUE NA VOU EXITAR EM MATAR – gritou batendo na mesa e eu aproveitei pra procurar o banheiro.
  Eu enfim achei depois de procurar por muito tempo, entro correndo antes que eu me acabasse me molhando por inteiro. Sabe aquele alívio que você sente após ir ao banheiro? Ele tá sendo quase que a melhor sensação da vida.
  Sai do banheiro privativo e fui lavar minhas mãos, nesse momento, quatro garotos que eram da minha sala entraram no banheiro onde eu estava.
- tranca a porta Macedo – falou um vampiro pardo me olhando como se fosse uma presa fácil
- acho melhor me deixarem sair daqui... – pedi tentando passar por eles mas sendo jogado pra trás e batendo a cabeça na parede
- seguram ele... vamos mostrar como se dá as boas vindas corretas pra essa bichinha humana... – vai se fuder tem preconceito até com os fatos nessa sociedade...
- me larga- pedi tentando me soltar dos braços deles mas acabei levando um soco do “líder" direto na minha barriga.
  E assim foi, várias sequências de socos até que eu mal sentia os socos deles pelo meu corpo já parecer acostumado.
O líder me pegou pelos cabelos e me levou até a privada, eu já sabia o que eles iriam fazer.
- é melhor não fazer isso... pro seu próprio bem – encarei com raiva
- se não vai fazer o que? Pegar um ancinho e me espetar? – gargalhou forçando a minha cabeça pra baixo
- ENTRA AÍ – gritou outro do bondinho dele chutando a minha cabeça e me fazendo enfiar o rosto na água.
   Eles começaram a me afogar várias vezes naquela privada imunda até que a porta do banheiro foi arrombada, só que não tinha ninguém do outro lado mas isso foi suficiente pra fazer os garotos me largarem e saírem de lá as pressas.
  Um deles deixou uma blusa do futebol cair no chão, então ela me serviria de prova e de toalha pra que eu pudesse lavar o meu rosto naquela pia, eu lavei tanto que era capaz de arrancar um pedaço da minha pele de tanto que eu esfregava.
  Sai do banheiro já seco indo em direção da sala do Luca, por que isso não iria ficar assim, eles vão se fuder nas minhas mãos, mais pela homofobia do que pelo bullying, posso até ser bicha mas não use esse adjetivo com entonação pejorativa comigo... por que ser bicha não é errado, errado é eles acharem que somos diferentes deles por isso.
No meio do caminho eu passei pela sala em já que David, Gabriela e Fernando estavam juntos.... eles pareciam tão feliz sem mim e... parece que já encontraram alguém pra focar no meu lugar... era a tal loira que estava trancando com o David dentro do quarto. Isso me deixou um pouco triste mas se meus amigos estão feliz eu estou feliz por eles.
   Subi as escadas e fui até o meu quarto, pegando aquela varinha de condão que estava na minha gaveta e colocando a mesma nas costas. Fui até o outro lado batendo na porta de Luca que pediu pra que entrasse
- fala e não gasta o meu tempo – falou em folheava um livro
- onde fica a biblioteca? – perguntei me aproximando da mesa dele
- ela está fechada hoje....
- não tem mais nenhuma? – cruzei os braços indignado
- tem a minha.... só não bagunça- bufou abrindo uma das portas atrás dele pra que eu entrasse. Na porta estava escrito biblioteca do mundo.
  Entrei por ela e depois ele fechou a mesma, encarei as estantes gigantes que pareciam não ter fim... mas eu devia ter foco, estava procurando onde estava
 Em vinte minutos eu achei o que procurava e deixei lá já tinha decorado o que eu precisa fazer. Voltei pra sala dele só que em há tinha saído, seria bom que ninguém me pegaria de surpresa, muito menos me interromperia.
 Corri até a janela do meu quarto e comecei a procurar.
- achei vocês- cantarolei tirando a varinha das minhas costas e encarando os quatro – vamos ver se eu me lembro direito.... com o vento soprado você cai, como a pedra pesada você fica, como o raio que cai você morre com o fogo que brilha você reviva.... – recurso olhando a varinha se incendiar – vamos brincar... – desci as escadas em direção ao campo de futebol, Luca estava conversando com uma mulher mais velha que parecia em pânico, eu não liguei e continuei andando até chegar lá.
  Fiquei atrás da arquibancada observando eles jogarem, apenas um deles estava sem camisa... aquele que deixou ela cair no banheiro.
 Me sentei de pernas cruzadas e puxei a varinha, fazendo vários movimentos delicados com a mesma... me concentrava principalmente em apenas um alvo... o líder daqueles trapalhões.
   No começo foi coisa bem leves como o vento fazendo ele caírem, a terra tremendo a engolindo o pé deles, eles sentindo mais calor que o normal pela camada de fogo que eu ergui no céu, só que eles não olharam pra cima para ver... só que aí tudo ficou estranho, a perna de um deles se quebrou, o braço de outro foi deslocado, as mãos de um deles foi cortada em pleno ar, enquanto o líder teve a sua cabeça cortada, os outros tiveram os seus corações arrancados por algo que eu não havia enxergado... sai correndo de lá o mais rápido que eu podia.
- MARCOS? – gritou Luca com raiva olhando pra minha mão
- corre... – empurrei ele pra trás mas o mesmo me segurou
- como você pegou isso? - tinha algo correndo na nossa direção, eu não conseguir enxergar ele direito mas dava pra ver as marcas de seus pés no chão
- sai – empurrei ele pra trás e apontei a varinha pra frente.
    Luca foi mais rápido e pegou ela pelo cabo fazendo eu apontar pra cima.
   Ele foi arremessado dentro da escola que soou um alarme como se estivéssemos no começo do desastre de Chernobyl. Senti aquela coisa me socar mas não fez tanto efeito assim como ela esperava, mas alguém veio pro trás de mim e começou a me enforcar.
  A coisa pegou a varinha da minha mão e começou a balançar ela, com a falta de ar eu acabei desmaiando sem forças.
  Acordei com a minha cabeça latejando, não sabia em que lugar estava só sabia que estava amarrado com várias cordas enquanto tudo ao meu redor estava tampado
- até que enfim acordou, bela adormecida – entrou no local parando na minha frente
- onde eu estou? Por que eu estou amarrado? – perguntei tentando me soltar.
- onde está a varinha das fadas? – perguntou apertando o meu rosto com força
- eu não sei... – me remexi tirando a mão dele de mim
- até que você diga onde ela está, você não vai sair daqui.... – ele estava com raiva mas ao mesmo tempo parecia com medo da minha resposta
- eu não...
- você não precisava ter feito aquilo, não estavam os te substituindo ela só pediu ajuda, e esse seu amor doentio pelo David que fez isso? Eu sinceramente.... – quando ele iria falar mais alguma coisa Luca fechou a porta na cara dele
- eu não estou com ela, alguma coisa invisível pegou... – bufei me debatendo
- quatro garotos foram mortos hoje e a MERDA DO PODER RESIDUAL ERA DE UMA FADA... VOCÊ ESTAVA COM A VARINHA DAS FADAS, POR QUE ESTAVA COM ELA? – gritou estalando a sua mão no meu rosto e fazendo um corte pequeno
- EU JÁ DISSE QUE NÃO ESTA COMIGO MERDA -  gritei de volta com raiva – se estivesse comigo acha mesmo que eu ainda estaria aqui sentando? Eu peguei da fada brutamontes que me irritou hoje no café da manhã...
- Doug... sabia que não devia ter confiado nele... – passou a mão pelos cabelos
- agora me solta.... – pedi mostrando as minhas mãos e ele me soltou
 - todos já estão nos seus quartos, vamos resolver isso agora..  - falou saindo daquela sala... engraçado, que foi muito fácil de convencer ele, tem algo estranho aí.
- vai pra trás- parou colocando a mão no meu peito
- por que? – perguntei parando