- o que eu faço com você? – perguntou se sentando
- não é por que eu sou humano, que eu sou fraco... – cruzei as pernas e os braços
- e como você acha que e se encaixaria a várias pessoas que têm super força, super velocidade, poderes em geral? – se encostou na sua cadeira
- você por acaso tem um estrategista aqui? Ou um olho bom? – me encostei na cadeira imitando os seus movimentos
- temos uma vidente... tínhamos uma vidente – sorriu momentaneamente- por ação você pode prever o futuro? – se aproximou mais de mim por cima da mesa
- eu sei cálculo e probabilidades... foi por isso que essa “escola" havia me escolhido – sorri com deboche
- sério? O que vai acontecer agora? – seu sorriso se desmanchou
- tem uma grande probabilidade daquela garota loira lá em baixo ter pego algo no seu bolso – me levantei da cadeira e fui até a janela apontando ela
- como assim? – se levantou sem entender
- olha os seus bolsos – sorri mais ainda vendo ele tatear e não encontrar... a aliança que ele havia tirado, provavelmente pra chamar atenção de alguma mulher.
- como? – perguntou começando a ficar vermelho
- meus olhos são bons... ou talvez eu tenha pego quando você estava me ameaçando e colocado no bolso dela quando a mesma passou perto de mim e me fuzilou com o olhar – voltei pra cadeira me jogando nela
- roubar, não é um poder – ele parecia com raiva
- não é roubo quando não fica pra gente- ergui as mãos em rendição
- você não pod....
- olha os seus bolsos novamente- interrompi ele que pareceu não gostar
- pra que? Eu já vi que não tem nada aqui, já que você me roubou e colocou a culpa nela e...
- olha a droga do bolso – cruzei os braços revirando os olhos enquanto ele fazia a mesma coisa enfiando a mão no seu bolso novamente
- como fez isso? – perguntou tirando o anel do seu bolso
- manipulação e distração... infelizmente eu nasci com esse mal de ser manipulador, eu tento muito não usar isso com ninguém, mesmo que a pessoa mereça mas... as vezes elas me irritam demais – gargalhei
- você me manipulou pra ficar com raiva – passou a mão no rosto depositando o anel em cima da mesa
- não, você mesmo já tinha ela, eu só usei a mesma em meu favor... a raiva é o sentimento mais fácil de se usar, junto do amor... se eu quisesse poderia dar um jeito nessa escola inteira... mesmo você sendo um “mestre" – fiz aspas com os dedos enquanto exalava deboche – você acha que seria ótimo ter alguém como eu aqui? – relaxei na cadeira
- tudo bem... mas você irá treinar com os vampiros, a sua persuasão não vai funcionar com eles... – colocou o anel no dedo
- não tem nenhum mais frágil? Por que eu não posso treinar com alguém que possui super força, velocidade... Eu não...
- se vira, usa as suas manipulações – sorriu ao me interromper
- não tem outro lugar?
- até que tinha mas você quase me fez matar a minha irmã, então você vai treinar com eles, onde ela... É a líder aquela sala – me puxou pra que eu me levantasse – esse aqui vai ser o seu quarto... – abriu uma porta com apenas uma cama
- eu vou ficar sozinho? – me virei pra ele
- prefere ficar em um quarto com vários vampiros? – me empurrou pra dentro
- não- bufei em descontentamento e fui em direção a janela pra abrir aquele lugar que cheirava a mofo
- se acomode, irei trazer as suas malas... mas não se acostuma não- encostou a porta e saiu de lá
Eu arrumei aquilo do melhor jeito que eu podia com os meus recursos super limitados naquele momento, pelo menos agora ele tá do jeito que a minha mãe fala que eu arrumo a casa, igual a minha cara.
Passando-se alguns minutos, um pequeno vórtice se abre em cima da minha cama e de lá cai a minha mala e a minha mochila. Suspirei indo até o guarda roupa e abrindo o mesmo, eu nem tinha percebido que ele estava lá até agora.
Guardei as minha roupas nele, e fui até o banheiro... graças a deus minha mãe havia me mandado trazer os meus produtos de higiene pessoal, por que ali estava deserto.
Lavei aquele banheiro de cima a baixo enquanto estava tomando banho... resultado, banheiro limpo e cheiroso enquanto o quarto estava um lixo, teria que achar uma vassoura e um pano pra dar um jeito nisso... talvez alguma bruxa tivesse...
Só de pensar em bruxa eu me lembro de ontem, meu corpo chega arrepiar com isso, eu quase fui morto e não era uma alucinação, por algum milagre eu sobrevivi.
- tô entrando – Luca entrou enquanto eu terminava de trocar de roupa
- temos porta pra que se bata antes de entrar...
- tá com sorte que eu tive paciência de esperar você terminar d e se trocar antes que eu entrasse- gargalhou se jogando na cama
- não vejo a menor graça nisso... – empurrei ele de cima da minha cama... ou melhor, tentei, já que ele não se movia.
- aqui está a sua grade de horários, você pode escolher começar hoje ou então amanhã – se levantou me fazendo cair em cima da cama e depois de costas no chão – esse chão está imundo, não recomendo deitar nele- saiu me deixando pra trás com cara de tacho
- mais que fez filho da....
- MARCOS... Marcos eu preciso da sua ajuda... – Fernando entrou correndo fechando a porta em seguida
- calma Fernando o que houve? – perguntei me levantando do chão, tirando o pó do meu corpo
- eu beijei a Gabriela.... – tá legal, eu não esperava por essa
- eu acho que não ouvi direito... – comentei limpando o ouvido pra ver se saia o que estava entupindo ele
- você ouviu certo...
- então me conta, como foi – me sentei ao lado dele segurando o seu braço como um belo fofoqueiro que sou pra impedir que ele fugisse na melhor parte
- foi depois que você e o David saíram, ela disse que estava com um pressentimento ruim, e com dores no peito, fomos ate o bebedouro do segundo andar, ela mal conseguia andar direito, e ver ela frágil daquele jeito me deixou inquieto, eu sentia vontade de te dar um tapa por ter deixado ela daquele jeito... depois que bebeu água a gente se sentou nas escadas, e ela começou a comentar sobre a nossa vinda pra cá... a mãe dela não foi de acordo com isso então não houve despedida... ela começou a chorar por lembrar do irmão, e eu me senti mais mal ainda... É depois eu não me lembro mais o que aconteceu, só que eu já estava com os meus lábios grudados com os dela... e foi tão bom, tão mágico, tão único, que até agora eu sinto o gosto da boca dela.... – respirou fundo se jogando na minha cama
- primeiramente, aí que fofo, você beijou ela.... segundamente, que nojo, você não escavou os dentes? – perguntei empurrando ele pro lado
- podemos foca aqui? – perguntou enquanto espremida a cara contra o travesseiro, ver o Fernando assim é raro, nem quando ele namorava a Camily minha prima ele ficava tão boiolinha.
- tá legal Fernando... conversa com ela direito, pergunta o que significou, se ela sente o mesmo....
- e se ela falar que foi só o impulso? – tirou o travesseiro do rosto e se sentou na cama
- você prefere ficar na dúvida e esfregar a sua amizade com ela por causa da tensão entre vocês ou prefere conversar com ela e esclarecer tudo? Por que mesmo que vocês não fiquem juntos, ainda terão a amizade e a consideração um do outro... – passei o braço pelo ombro dele
- você tem razão né? – aquilo era só uma afirmação disfarçada de pergunta
- eu sempre tenho razão... – sorri me afastando dele e me levantando
- eu acho que eu vou fazer isso agora... – se levantou saindo do quarto correndo – e esse quarto está horrível... – voltou e depois sumiu
- acho que perguntar se eu quero ajuda não seria muito difícil... – bufei indo até a janela e abrindo a mesma pra que pudesse apagar a luz
Dei um jeito com aquele quarto e joguei água no chão inteiro, fui a mão pra secar mas pelo menos agora ele já estava completamente limpo e organizado, estava exausto e não negaria um bom sono...
Acordei Já eram seis e vinte da tarde, com a cara ameaçada alguém tocava a porta.
- calma, eu já estou indo – bufei me levantando e indo até a porta cambaleando – o que? – perguntei ainda de olhos fechados
- amigo, eu preciso te contar como foi a aula hoje... – o que?
- como assim, “aula hoje?” – perguntei avindo os meus olhos e vendo ela com um uniforme tipo da novela rebelde – por quede está com essa roupa? – perguntei analisando ela de cima a baixo... até que ela é bonita, a saia parecia ser de algodão
- o mestre entregou os nossos horários, e perguntou se iríamos querer começar hoje ou manhã, nos decidimos que seria hoje... vou te contar, melhor escola da vida... – sorria batendo palminhas – eu descobri que algumas aulas que eu tenho, o David e o Fernando também estão juntos comigo.. – sorria animada até tocar no nome do Fernando
- o que houve? – perguntei tocando no ombro dela
- aí amigo... É que... – e ela me contou a mesma coisa que o Fernando tinha me contado, e no final ela falou a mesma coisa... a diferença é que ela não falou que meu quarto estava horrível... não falei que os dois sentiam o mesmo um pelo outro por que eles deveriam fazer isso sozinho, pra não perder a mágica de casal perfeito.
Olhando pro criado mudo, eu vi meu celular e o meu fone carregando... provavelmente deve ter sido ele que colocou aquilo lá. Também tinha uma roupa dobrada em cima da cama, provavelmente o meu uniforme, então tá tudo ok.
Desci até o hall, por que não sabia onde eram os quartos deles... mas eles sabiam onde era o meu, aí que começa a desigualdade informacional.
Sai pra fora, onde tudo estava vazio, não havia uma alma viva ali presente.
- parece que eu nem precisei te chamar – Luca apareceu ao meu lado com as mãos no bolso
- chamar pra que? – me virei pra ele que encarava as estrelas no céu que estava completamente limpo.
- pra jantar, todos estão se servindo... – aprontou pro meu lado direito, onde todos estavam se servindo ao redor de uma mesa redonda.
- claro, eu vou lá..... na verdade eu não estou com fome – sorri olhando pra uma pequena montanha que ficava atrás da escola.
- você que sabe... – saiu andando pra perto, naquele momento ele pareceu legal comigo... legal até demais, tem alguma coisa estranha nele.
Esperei os meus amigos chegarem pra ver se eles iriam querer ir até o alto daquele montinho pra olharmos as estrelas, mas... eles estão super incomodados um com os outros, Gabriela e Fernando com vergonha um do outro enquanto o David... David? Onde o David está?
- gente onde o David está? – perguntei olhando ao redor
- ele tá no quarto trancado com uma loirinha lá....
- fazendo o que? – perguntei cruzando os braços
- eu não sei, sinceramente não sei - deu dois tapas no meu ombro e foi em direção ao pessoal que estava comendo
- ok então- sorri pra Gabi que apenas pegou na minha mão e depois saiu em direção ao lugar onde todos estavam se servindo
- parece que vai ser só eu... – sorri andando até lá.
A caminhada até o cume demorou quinze minutos, dez deles eu parei pra descansar. Chegado ao topo, eu me deitei no chão e fiquei encarando o céu, mas as luzes da cidade estava atrapalhando a enxergar elas direito.
- se essas luzes não estivessem ligadas, talvez eu pudesse admirar melhor o esplendor dessas constelações... será que alguns deles tem esses.... – uma pequena explosão pode ser vista ao longe.
Um poste havia caído e arrastado vários outros, que fizeram eu acho que são Paulo inteira ficar sem energia, aqui também ficou mas eu acho que eles usam geradores de luz pra suprir nesses momentos.
Mas nesse momento o seu estava perfeito, mais do que antes., eu conseguia enxergar a maioria delas a olho nu.
Uma chuva de meteoros começou e eu daqui o celular, por que em nenhum momento saiu a notícia de que teria uma chuva essa noite.
Após uma hora de relógio a luz voltou e o seu ficou completamente tomado pelas luzes de São Paulo, não deixando mais o céu totalmente visível.
Chegando lá em baixo não tinha mais ninguém ali, além de mim, todos já haviam entrado. Fui para o meu quarto e no meio do caminho vi uma porta aberta onde dava pra ver alguém... e advinha, era o David colocando uma camisa de linho, dei de ombros e voltei a subir pro meu quarto para que eu pudesse tomar um banho e ir dormir
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Celeste - Romance/fantasia GAY
Adventurequatro jovens que descobrem ter poderes incríveis, várias aventuras solos pra que no final se reencontre em suas formas finais, sendo perseguidos por inimigos com poderes além dos seus, terão de testar o limite que sua amizade suporta, descobrindo m...