Voltei a manobrar o carro entrando em uma rua estreita que ele havia me mostrado, as casas daquela rua eram grandes mas apenas uma delas estava me chamando mais atenção....Depois de alguns minutos chegamos onde havia apenas uma casa velha e abandonada, as casas ao redor dela estavam perfeitas, muito perfeitas.
- vem cá, a quanto tempo você está aprisionado dentro de mim mesmo? – quem quer que ele conhecesse que morava ali já devia estar morta
Sai do carro olhando a casa e fechando o carro com o assediador lá dentro, achei que tivesse visto alguém na janela de uma das casas mas foi só engano meu, havia sido o vento mexendo uma cortina... espera, a janela está fechada... será que tinha alguém me olhando mesmo?
- não era bem assim que eu lembrava – olhou a casa de cima a baixo se aproximando mais dela
- isso tá um nojo – cheguei mais perto da casa... havia uma fina camada quase invisível ao redor da casa – não é real – dei uma risada nasalada, por que um leitor de quadrinhos e um amante de séries de misticismo não havia se quer pensado nisso.... talvez nem tudo seja igual.
- eu percebi... – passou a mão pelo traço quase invisível no chão que se estendia até as alturas.
- sabia que você pode passar a mão através de qualquer coisa mas que isso não significa que eu vou conseguir – cruzei os braços batendo o pé no chão, já que não sabia, talvez aquilo pudesse ser uma barreira e ao me detectar poderia me... matar ou sei lá... me mandar pra outra dimensão?
- anda logo – atravessou desaparecendo da minha vista
- um por favor seria legal – bufei atravessando também.
Aquilo deveria ser uma ilusão pra manter as pessoas longes, a casa estava enfeitada de flores, as cores vivas e as pessoas apontando armas pra mim.
- levanta as mãos... – três mulheres apontavam espingardas na minha direção
- aqui é o Brasil moça – não ligava pro fato de estar sobre miras de armas, só que essas armas não são comuns no Brasil, achei mais provável ver um fuzil nas mãos delas, no pique bandida....
- cala a boca fedelho, quem te mandou aqui? – perguntou uma delas vindo na minha direção
- quem são elas? – perguntou ele encarando elas
- Misty – entrei na mente dele lendo o nome que havia ali, mas acabei recebendo um refluxo de energia que fez a minha cabeça doer
- como você sabe o meu nome – engatilhou a arma – quem te mandou aqui? – As armas estavam apontadas diretamente pra minha cabeça.
- um amigo em comum – elas se entreolharam e as outras duas engatilharam as armas também
- não, não são elas, eu não conheço essas dai – falava me chacoalhando
- se não falar logo quem é você ou se não sair daqui nós vamos atirar em você – disparou ao meu lado e recarregou a arma
- meu nome é Marcos e eu não vou sair daqui até que ele me diga o que eu tô fazendo aqui – apontei pro lado mas é lógico que elas não viam ninguém
- atirem – disparou o primeiro só que ele não me atingiu, os outros que vieram também não
- quem é você? Um caçador? – perguntou a garota mais nova ao lado dela
- um caçador não pode fazer isso... – desfiz o escudo fazendo as balas caírem no chão
- se não é um deles pingue uma gota de sangue no chão – pediu Misty de aproximando de mim e soltando a arma
- não faz isso, se esse solo for ritualístico elas podem controlar a sua mente através da maldição de sangue – falava o outro eu ao meu lado, olhando pra elas e pra mim
- como quiser – criei um alfinete e furei o meu dedo do jeito que o Luca deveria ter furado desde o dia que eu havia entrado.
Assim que a gota de sangue caiu no chão... nada aconteceu, apenas algumas flores morreram rapidamente perdendo a sua cor....
- é um de nós – respirou aliviada passando a mão no meu ombro
- eu preciso da ajuda de vocês... São bruxas certo? – elas acenaram com a cabeça
- do que você precisa? Poção do amor? Feitiço de morte? Feitiço de teletransporte? – pensei bem e um feitiço de teletransporte viria bem a calhar
- preciso de um feitiço temporal, quero que leve a minha mente até um lugar específico – pedi vendo elas pasmarem
- não podemos fazer isso... – falou as duas mulheres que estavam na escada, Gabrielle e Elizandra... aiii refluxo de novo.
- por que não? Não quero que levem o meu corpo, só a minha mente. Isso não vai alterar o tempo espaço – pedi passando por Misty e entrando dentro da casa
- o que você é? – perguntou a Elizandra ao lado da mais velha, Gabrielle. Estavam assim, Misty na casa dos trinta, Elizandra que padecia ter doze anos e Gabrielle que parecia ter setenta.
- isso é algo que eu não sei te responder – passei pela porta me sentindo um pouco tonto com o ar daquela casa
- não podemos te levar até lá, mas pode me dizer o que é que eu acho com base nas suas memórias – Misty entrou dentro de casa e as outras também.
A casa tinha uma decoração rústica, colorida do lado de fora e dark do lado de dentro.
- isso vai ser mais rápido? – me joguei no sofá como se fosse dono da casa
- vai sim – Elizandra se sentou no chão me olhando
- você tem uma tatuagem? – o pulso de Elizandra estava tatuado com uma lua crescente
- todas nós temos – Misty mostrou o braço onde se destacava uma lua minguante e a Gabrielle tinha uma lua cheia
- o que você está procurando – perguntou Gabrielle pegando uma tigela cheia de algo e colocando no meu colo
- o anel da mente – não tinha certeza de onde ele estava, só sabia que ele havia entrado em contato comigo, restaurado e me dando novos poderes sobre a mente que eu ainda não sabia controlar direito.
- isso é impossível de se fazer... só donos de objetos da alma conseguem localizar uns aos outros – Gabrielle estava de olhos arregalados, que bom que não derramou aquele líquido estranho em mim
- tentem mesmo assim, acho que ele entrou em contato comigo, só não sei como – cocei a cabeça procurando.... eu? Vai ser o “eu dois” por enquanto.
O diabo sumiu.
< resolvi me recolher, você não me ouve mesmo >
< chorão >
- o que nos ganhamos com isso? – Misty se sentou ao meu lado com as pernas cruzadas
- o que vocês querem?
- hummm... queremos que os caçadores parem de bater na nossa porta todos os dias com desculpas de que estamos fazendo algo macabro... – Misty estava de pernas cruzadas
- mas como eles acharam vocês aqui? – girei o meu dedo apontando pra tudo que estava ali
- nós nos mudamos ontem, a nossa casa foi destruída por eles enquanto fazíamos compras... a desculpa foi que, estavam com medo de que nos trouxéssemos um humano pra casa, pra devora-lo e fazer feitiços de sangue... como era mesmo? Ae, eles tinham medo de que fizéssemos um feitiço macabro pra matar todos da cidade.... – Gabrielle falava aquilo com o máximo de deboche possível enquanto revirava os olhos.... tô gostando dessa garotinha.
- não fazemos feitiços macabros... – bufou Elizandra
- mas os feitiços das bruxas não são macabros? – pensei que fossem ora essa.
- topa ou não? – Elizandra perguntou me encarando – casas nos podemos “comprar” a vontade, mas estamos cansadas de sempre ter que fugir e se esconder em uma toca, como se fosse um rato fugindo de um tigre... – ela estava prendendo o seu cabelo, e no canto do seu pescoço dava para ver uma cicatriz bem grande que o cabelo sempre deixava coberto.
- tenho que matar eles? – me encostei no sofá
- só se você quiser...
- feito então – sorri
- feito – ela pegou a vasilha da minha perna e fechou os olhos – pronto, se der certo é só pensar no anel, tocar a água e ela vai mostrar a ultima pessoa que estava com ele e onde está escondido – me entregou novamente
- e se não der certo?
- o acordo continua por que de certo modo eu ajudei você – deu um sorriso e se levantou- claro... se ele não matar você também....
Assim como ela mandou, eu toquei a água e pensei no anel da mente, ignorando a parte dele me matar.... A imagem da Samantha apareceu, junto com a do anel que nesse momento estava grudada no meu dedo.
Ele estava tão próximo de mim e eu nem percebi que tudo isso aconteceu quando eu usei ele, não passaria isso pela minha cabeça nunca, apenas achei que a runa havia se desgastado e sumido por conta própria. Esvaziei a minha mente, vendo a imagem mudar, fechei os meus olhos e toquei a água novamente, Pensei no anel da alma e o desgraçado que está com ela. Acredite não é fácil manter a mente limpa, então qualquer coisa poderia me fazer pensar merda, ainda mais eu que acabei de sair da adolescência.
- o que você está fazendo? – Misty parecia nervosa mas eu apenas ignorei tentando manter a concentração
- estou tentando achar os outros – a vasilha começou a de aquecer na minha perna
- para agora...
- calma eu estou quase lá – pedi quase abrindo os olhos e perdendo completamente a minha concentração
- não, isso tá proteg... – quando ela ia terminar a sua frase a vasilha se aqueceu muito mais juntando uma quantidade extrema de energia... ela ia explodir.
Abri os meus olhos no momento exato em que a vasilha estava prestes a explodir com sobrecarga de energia residual... Criei um escudo ao redor dela, não foi muito a tempo por que a sua onda de impacto atingiu elas, lançando-as no chão.
Corri pra fora da casa com aquilo ainda nas minhas mãos, a minha barreira não ia aguentar mais do que aquilo, já que a explosão contida estava aumentando exponencialmente por não ter pra onde fugir. Chegando no quintal joguei o escudo junto com a vasilha pro alto. Assim que o escudo se rompeu ele criou uma enorme explosão, fui jogado no chão com o ar feito por ela, seja quem for o dono do anel da alma, está muito bem protegido. Me levantei olhado pro céu e vendo que a explosão havia mexido um pouco com a barreira delas...
- o que você fez? – perguntou Misty descendo as escadas e correndo na minha direção, me dando um soco no meu rosto.
- eu não fiz nada, eu só tentei achar o anel da alma...
- acha mesmo que os novos donos dos objetos seriam tão idiotas de ficarem desprotegidos contra os outros? – perguntou com raiva
- eu não sabia...
- agora sabe, eles estão em um complô com as bruxas renegadas, elas têm o anel da magia... Eu deveria ter esperado ainda mais delas – bufou passando a mão pelos cabelos
- acho que temos outra preocupação agora – senti várias mentes entrando na área onde nós estávamos
- como assim? – perguntou olhando ao redor
- atrás da casa... – olhei pra dentro da casa, de onde eu sentia várias pessoas vindo
- minhas irmãs... – Misty olhou pra dentro da casa e correu pra dentro
- Misty não... – corri até ela que estava já estava na porta da casa
- AGORA – gritou alguém na parte de trás da casa.
Agarrei Misty pela cintura e envolvi nós dois em vários campos de força antes da casa ser... bombardeada. Fomos lançados pra fora da barreira que protegia a casa e fazia ela parecer abandonada.
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Celeste - Romance/fantasia GAY
Pertualanganquatro jovens que descobrem ter poderes incríveis, várias aventuras solos pra que no final se reencontre em suas formas finais, sendo perseguidos por inimigos com poderes além dos seus, terão de testar o limite que sua amizade suporta, descobrindo m...