Capítulo XII - Castelo

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    Começamos a subir até chegar ao quinto andar, lá ele me puxou para o que parecia a porta mais luxuosa daquela parte. Assim que abriu a porta mostrou um quarto grande, com uma cama King Size enorme, uma TV de tela plana de umas 50 polegadas, um notebook e uma porta no canto oposto que eu não sabia se era um closet ou um banheiro, ou um closet embutido no banheiro.... ou um banheiro embutido no closet
- wow, isso aqui é só seu – estava maravilhado com aquele lugar, maravilhoso  
 - é sim, eu mesmo que construí esse quarto a partir do zero – gargalhou pegando o controle remoto da TV e se sentando na sua cama
- foda pra caralho – me sentei na sua cama- posso tomar um banho? – encarei ele parar de procurar algum canal na TV e me olhar
- claro, fica a vontade, é a aquela porta ali - aprontou pra porta que eu estava mais curioso – meu closet fica lá dentro, tem algumas roupas novas que eu não usei, principalmente roupa íntima que é a mais abundante lá dentro... – sorriu pegando o controle novamente e voltando a procurar um canal qualquer.
  Chegando ao banheiro eu quase tive um treco.... enorme, luxuoso, cheio de produtos maravilhosos e caros que pareciam nunca ter sidos usados... será que ele toma banho? Tanto faz, liguei a água da banheira e já me despi esperando ela encher, joguei  todos os produtos que estavam lá pra que fizesse espuma e... foi o melhor banho da minha vida, aquela água estava incrível
Acabei de tomar banho e peguei alguma das roupas do Augustus para me vestir. Não entendo o por que dele está sendo legal comigo, não fazia muito sentido e isso estava martelando na minha cabeça, principalmente por que ele quem havia me falado que vampiros não gostavam de humanos...  bom, ele é um vampiro.
- Que cheiro bom – sorriu me olhando assim que sai do banheiro
- por que você está sendo tão legal comigo? – perguntei me sentando na cama dele
- eu só deixei você rimar banho no meu banheiro... – franziu o cenho sem “entender” a questão.
- eu quero ouvir a verdade... – cruzei as pernas encarando os olhos dele
- talvez por que eu queira conhecer você? – aquilo parecia mais uma pergunta do que uma resposta
- isso foi uma pergunta? – ergui uma de minhas sobrancelhas
- mais ou menos – riu e se jogou ao meu lado – e por que você confia em mim?
- nunca disse que confio em você...
- Justo... – se sentou na cama e me encarou – quê foi? Teve experiências ruins?
- diga-se de passagem que sim – sorri
- tá legal você está sendo grosso...
- eu não... só estou falando a verdade
- nem todo mundo gosta da verdade
- já dizia minha mãe, eu não sou todo mundo, então quanto mais sincero você for comigo mais eu confio em você
  Ele me encarava apertando os olhos a todo momento, estava me analisando pra ver se eu falava a verdade
- não precisa proteger a sua mente quando, a pessoa ao seu lado é muito boa em leitura corporal – bati o dedo no nariz dele
- tá legal, eu desisto – sorriu e se levantou – vou conquistar a sua confiança... tá com fome? – pegou a minha mão e me puxou pra levantar
- na verdade... eu tô cagado de fome
- que expressão merda
- mas é verdade – gargalhei
- vamos pra cozinha – sacudiu a cabeça
   Descemos as escadas correndo em alta velocidade e passando pelo suposto quarto onde Lincoln dormia e no quarto da frente onde Luca dormia.
chegando na cozinha, estava tudo arrumado, guardado e vazio, não havia ninguém lá dentro, já estava de noite naquele lugar e eu não sabia como o seu fuso horário funcionava.
-Todos já estão deitados? Tipo, não era pra eles estarem acordados?
-O que te faz pensar isso?
-Sei lá, vocês me disseram que o mundo sobrenatural é como se fosse uma adjacência da tv
-Ninguém nunca usou essas palavras
-Babaca – andei ate a geladeira e abri, vendo varias coisas
-O que você fazer pra gente comer?
-Eu vou fazer? - cruzei os braços revirando os olhos – tenho cara de empregada domestica?
-É Brasileiro? - ele acabou de debochar da minha nacionalidade? - tem cara de latino - comecei a andar na direção dele bem devagar
-Olha aqui...- peguei uma faca de serra no meio do caminho e apontei pra ele
-Calma ai – levantou as mãos pro alto sorrindo
-Só eu posso falar mal do meu país, e se você voltar a falar mal dele de novo, eu corto a sua cabeça fora – estava um pouco exaltado com aquilo 
-Esta tudo bem aqui? - perguntou um homem aparecendo na porta
-Mestre Frey – o babaquinha fez uma reverencia pro homem
-Quem é esse? - perguntou vindo mais perto de mim
-Ele é o huma...
-Marcos, meu nome é Marcos, não se refira a mim como “o humano” - dei um chute na perna dele
-Você é bipolar? - passou a mão na perna
-Sim e também um pouco antissocial – sorri encarando o homem
-Tem um cheiro bom... pra um humano – me olhou de cima a baixo
-O que ele quer dizer com isso? - ergui uma sobrancelha
-Que seu sangue é bom e especial, eu só senti o seu cheiro depois que tomou banho – falando assim até parece que eu não tomo banho a um mês
-Eu estava fedendo a esse ponto? - perguntei cheirando a minha axila
-Na verdade, sim – deu de ombros
-Vai se fuder - mostrei o dedo do meio pra ele
-Com esse cheiro saindo do seu corpo, não duvido nada que os outros venham aqui te ver – sorriu me olhando de cima a baixo novamente
-Da pra parar de me encarar de cima a baixo?
-Só vai depender do que eu ganho com isso? - passou a mão na barba sorrindo
-Você não ganha nada – me virei pra geladeira e peguei algumas coisas – na verdade, eu estava pensando... - me virei pra ele, que estava com um sorriso e vi um lapso de esperança de algo no seu rosto - ... por que vampiros tem uma geladeira imensa lotada de comida? - seu sorriso desmanchou e eu sorri com aquilo
      < por que ele está sendo tão manso com você? Não é do feitio dele >
      < não sei, deve ser por que eu tenho sangue real >
     < você não tem sangue real >
      < realezas se tratam bem >
      < ele quer algo de você >
      < não tem problema, eu também quero algo dele >
 - Por que ficaram em silencio de repente? - estendeu as mãos em sinal de confusão
-Não tinha mais nada a ser dito – peguei uma carne que tinha na geladeira, alguns legumes, cheiros verdes, e temperos
-O que você vai fazer? - Frey analisava tudo o que eu pegava
-Carne de panela de pressão, um arroz, feijão, etc...- abaixei e comecei a vasculhar tudo em busca de uma panela
-Vai cozinhar pra gente? - sorriu se sentando na cadeira da bancada
-Todo mundo tirou o dia pra me confundir com a Ana Maria Braga? - me levantei e encarei ele com raiva
-Ana quem? - perguntou Frey sem entender
-Vocês não conhece essa lenda? Vocês não merecem existir – me abaixei novamente e peguei um panela de pressão
- então eu não mereço existir? - se debruçou sobre a mesa e deixou os seus olhos vermelho sangue com pressas a mostra
< pede desculpa agora >
< não, eu quero ver o que ele vai fazer>
< não brinca com fogo garoto, não sabe do que ele é capaz>
< vou descobrir agora>
- entenda como você quiser– sorri vendo ele parecer ficar com raiva
-Você sabe do que eu sou capaz? - as unhas dele cresceram e ele começou a batucar na mesa
-Você sabe do que eu sou capaz? - dei um sorriso, veias coloridas como se fossem um arco-íris estavam começando a subir pelos meus pés
< se acalma, esta emanando muito poder >
-E do que você é capaz? - segurou o meu rosto com uma de usas mãos

Celeste - Romance/fantasia GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora