Capítulo XLIV - O Plano

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Tinha que arrumar um jeito de sair daqui com os meus amigos, o resto eu pensava depois só que não tinha como eu fugir, os muros eram altos demais pra que eu pulasse com os meus amigos, também não podia deixar esse povo continuar sendo oprimido... o peão move o jogador.
-se fosse só nos dois nesse encontro seria melhor – olhei pro lado desativando as minhas barreiras psíquicas, substitui o Frey pelo Yen nos meus pensamentos então todas as frases seriam verdades só não seriam pra ele
-isso não é um encontro – meu olhar caiu pro chão – a menos que você queira – ele deu uma risada nervosa e isso me deixou vermelho já que eu imaginava o Frey falando isso
-n-n-não ta tudo bem – me levantei e sai de lá
    Não sofro de síndrome de Estocolmo pra me apaixonar pelo meu agressor mas situações inesperadas merecem soluções inesperadas. Só se pode vencer se juntando a eles e destruindo de dentro pra fora... do mesmo jeito que ele fez quando entrou aqui.
   Desci o primeiro andar, fui até a porta que eu achei ser a do porão... não era, era um banheiro que uma branquela azeda estava usando
- seu...
- foi mal – bati a porta bufando – bom, pra não ser pervertido – estendi as minhas mãos e fiz todas as portas serem abertas, a mais macabra era a que eu deveria entrar... misericórdia só tem mulher tomando banho aqui – a porta menos macabra – entrei em uma que tinha uma escada descendo, enquanto as meninas gritavam apavorada várias coisas, provavelmente sobre mim
   Continuei descendo até chegar em um tipo de caverna... era ela, continuei andando até chegar no mesmo lugar onde eles estavam.
- olá  – entrei já jogando uma mensagem psíquica que eles vão conseguir ler na hora certa, por enquanto preciso que todas as reações deles sejam totalmente verdadeiras – Eu decidi me juntar a ele... – me sentei no chão
- o que? Você ficou maluco? – Gabriel estava estático
- Gabriel, não tem como fugir, não tem jeito algum... na hora certa você vão entender o meu lado – encarei ele que estava ficando furioso
- entender o que? Que ficou com medo e agora quer trocar de lado? Agora vai matar inocentes? Escravizar eles? Estuprar as esposas e crianças, depois matar o homem da casa? – tá legal eles parecem com mais raiva do que deveriam
- você acha que eu faria isso? – me levantei do chão e me aproximei deles
- eu não te conheço mais Marcos Vinicius, ou eu deveria dizer Maximilian – Frey virou o rosto de lado
- quer saber, vão se fuder – enfiei a mão na cara dele e olhei pro Diego que estava com os olhos vidrados no chão
- ele matou a Luah – levantou o seu olhar pra mim
- por favor Diego...
- você vai se juntar com quem acabou de matar a mulher que você salvou?
- eu não tenho resposta pra isso... – me virei indo em direção a saída
- então vire as costas pra quem você estava protegendo – ele sussurrou mas a sua fala ecoou pelo lugar
    Sai de lá sem olhar pra trás e subi as escadas até chegar no primeiro andar
- foi ele ali – gritaram as mesmas garotas que estavam tomando banho e eu abri as portas
- sem paciência pra isso – desativei a mente delas fazendo as mesmas entrar em um estado catatônico no chão.
- parece que a conversa não foi boa...
- eu não preciso te falar como foi a conversa sendo que você já sabe de tudo... – subi as escadas mas ele me parou
- olha como fala comigo... – se aproximou mais de mim
- se não o que? Vai me bater? – lambi o rosto dele
- posso fazer algo melhor – ele me pressionou no corrimão
- talvez depois – me desvencilhei dele
- tudo bem, qual é a sua decisão pra eles?
- perdão?
- o que vai fazer com eles lá em baixo? Esquartejar? Tortura física? Tortura psicológica? – ele estava com um sorriso no rosto
- hm... – parei pra pensar já que ele estava sondando a minha mente – quero libertar eles – encarei ele com um sorriso
- como é? – perguntou incrédulo
- quero que liberte eles pra que...
- pensei que enfim estivesse do meu lado... engano meu – ele deu uma risada não deixando eu terminar de falar
- eu posso terminar de falar ou você quer falar por mim? – me apoiei no corrimão
- vai lá – ele estava com um olhar sínico no rosto
- quero libertar eles pra que se tornem escravos, e pra que não tentem fugir de modo algum quero ter o prazer de retirar todos os poderes deles... – sorri pensando naquilo enquanto ele olhava se era verdade
- pensei mesmo que tivesse do lado deles mas eu me enganei – ele chegou mais perto
- eu não sou vira casaca, quando fico do lado de alguém é pra sempre, e eu nunca mudo de lado depois – dei uma risada – tá legal que eu já pensei em matar quem já estava do meu lado mas... quem nunca? – gargalhei um pouco alto fazendo ecoar pelo hall
- como quiser – colocou a mão no meu pescoço e me deu um beijo – mas eu quero ver isso bem de pertinho... – se virou subindo as escadas e saindo do local enquanto eu cuspia no chão e limpava a minha boca... será que eles tem ácido sulfúrico?
- ok – estava voltando a subir quando ouvi o som de um choro bem baixo
   Desci as escadas novamente e fui seguindo o som, o ar psíquico daquela sala estava acima do normal. Tinha um homem com mais ou menos a minha idade deitado em uma cama, chorando abraçado com um vestido... o vestido da Mariah.
- oi? Você é o filho dela né? – me aproximei mais após fechar a porta
  Ele se afastou com raiva de mim, ao mesmo tempo que em olhava com medo
- não precisa ter medo de mim, eu conheci a sua mãe... mais ou menos – sorri lembrando dela – ela tinha medo de mim igual a você mas não era totalmente de mim... ela achava que eu iria pirar e mandar matar você...
- igual você fez com ela? – falou com raiva cuspindo no meu rosto
- não mandei matar ela... Não queria que isso tivesse acontecido mas aconteceu, por minha culpa
- por favor sai daqui – pediu se levantando e abrindo a porta
- ela me mandou te falar algo antes de morrer...
- vai embora daqui – ele olhava pro chão enquanto as lágrimas caia no mesmo lugar
- ela me pediu pra te dizer que te amava, me pediu pra te salvar daqui – me levantei
- você não sabe o que ela queria, vá embora – ele olhou pra mim com raiva mas também com muita dor e tristeza
- eu não vou embora até poder te tirar daqui – fui até a porta olhei pro lado de fora pra ver se alguém vinha se intrometer e o pior é que o Yen estava vindo
- o que você está fazendo aí? – ele chegou me empurrando pra trás – tá dando...
- NÃO – gritei empurrando ele de volta – eu estava incumbido ele de cuidar dos prisioneiros, sem poderes eles não são ameaças – olhei pra ele que balançou a cabeça em confirmação
- não me empurre novamente se não eu te jogo pela janela – bufou se virando e saindo
- o que? – ele perguntou se aproximando de mim com os olhos arregalados
- calma... – olhei pra fora em busca dele mas o mesmo já tinha ido e não havia nenhuma ação psíquica presente no local - ... Eu quero libertar vocês e também me libertar, a sua mãe me falou sobre as tentativas de derrubar ele mas elas sempre vieram de fora – falei fechando a porta
- idai? Você já sabe que não tem como vencer ele – o garoto bufou e se sentou na cama
- todas as tentativas de vocês vieram de fora... Eu estou dentro, como ele começou eu vou terminar do mesmo jeito
- você vai sabotar ele estando perto – ele estava começando a entender o raciocínio
- exatamente, preciso que cuide dos meus amigos, eles estarão sem poderes temporariamente, na hora certa eles vão voltar – passei a mão na cabeça
- como eu vou saber se fala a verdade?
- não vai, só confia em mim – me sentei ao lado dele
- então qual é o plano? – eles se virou pra mim
- dividir e conquistar, deixaremos eles separados saindo em missões, aí nós atacamos... Já estudou as fraquezas deles? – me encostei
- sim...
- então você já sabe o que nós vamos fazer assim que separarmos eles
- mas como vamos fazer pra conseguir fazer eles saírem? Ou pra não ficar óbvio que somos nós matando eles sem que fiquem alerta com tudo e todos?
- eu dou um jeito nisso, por enquanto preciso apenas que cuide deles – me levantei
- tudo bem, vou fazer isso pela minha mãe e pelo meu povo
- parece que você e o seu pai são mais parecidos no final das contas – dei uma risada saindo de lá
    Pelo que Mariah me falou o pai dele era corajoso e destemido, o filho é uma cópia exata.  Subi as escadas até chegar no segundo andar, Yen estava conversando com alguém mas não deu pra ver por que a pessoa saiu logo que eu cheguei
- já tá pronto pra matar... retirar os poderes deles? – juntou as mãos me olhando
- já, vem comigo – peguei ele pela mão e fomos até a parte de baixo
- sinto ânsia de vômito vendo vocês dois juntos – Frey soltou em meio a um riso
- te perguntei? – estendi a mão fazendo ele sentir várias pontadas na cabeça
- Marcos, ainda da tempo de você parar... tá próximo dele é só matar e pronto – Gabriel deu uma risada
- não... Eu poderia fazer isso com vocês mas... prefiro fazer outra coisa – encarei eles
- o que você vai fazer? – Diego me olhou por alguns segundos
- isso não vai te afetar, já que é humano – Yen colocou a mão na boca pra tampar um risinho – vou tirar os poderes de vocês – estendi a mão na direção deles
- não faz isso  – Gabriel pediu fechando os olhos
- tarde demais – comecei a absorver as auras deles, demoraria umas horas pra que elas se refazerem e nesse momento os poderes deles voltariam com força total
- gostei disso – Yen encarava a esfera colorida na minha mão
- isso é poder bruto – sorri vendo o brilho iluminar mais ainda o local
- vou querer isso – ele tocou na minha mão
- você não tem poder pra portar isso, quando as suas mãos tocarem nessa esfera ela vai desaparecer... – peguei a sua mão e aproximei ela da esfera

Celeste - Romance/fantasia GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora