- isso não é nada bom – passei a mão no rosto
- eu sei que não – tomei um susto com alguém atrás de mim
- tem alguma coisa pra falar pra gente? – Lincoln e Augustus estavam agora na minha frente
- não tenho nada a dizer – sem que eles percebessem coloquei o livro em cima da escrita
- tem certeza? – Lincoln acendeu os seus olhos em azul e Augustus em vermelho
- mais que absoluta – sorri nervoso.
Os dois se entreolharam e deram um sorriso, Lincoln me empurrou para o lado e tirou o livro do lugar, vendo o alerta de perigo
- contou isso pra alguém? – Augustus perguntou sorrindo
- não – eu não tinha o que fazer e também não podia colocar o Frey ou qualquer outra pessoa em perigo
- tem certeza? – os olhos de Augustus acenderam mais ao me encarar
- você vai esquecer disso, nós vamos levar o livro também, qualquer um que perguntar, você destruiu o livro – Augustus me deu um selinho
- acho que não – sorri sentindo a runa da mente arder nas minhas costas dando sinal de energia psíquica entrando, ela não aceitava quando entrava uma segunda vez.... agora chegou a hora de refratar em dobro.
Principalmente depois de tanto tempo no meu corpo, ela armazenou o primeiro mas esse ela não vai suportar, fazendo a energia ser voltada contra eles
- até mais – a energia no ar estava mais doce que o normal, e como o imaginado as energias flutuam pelo ar, quando entraram em contato com os dois, os seus olhos brilharam em Rosa – será que eu posso dar algum comando? – perguntei baixo pra mim mesmo observando eles
Não vou arriscar, peguei o livro das mãos do Lincoln e os seus olhos voltaram a colocação normal. Eles saíram do quarto juntos, provavelmente foram para o ponto de partida.
- não posso arriscar botar você em perigo – pensei tanto no livro quanto no Frey
Aqueles dois estão metidos até o pescoço nisso e eu deveria seguir o baile do jeito deles. Escondi o livro no mesmo lugar e fui para o banheiro.
Então é isso, eles devem ter se reunido e roubado pra aumentar os poderes deles, só que se isso fosse verdade nem as runas teriam segurando as energias telepáticas deles.
Liguei o chuveiro e respirei fundo, era muito pra digerir, talvez o Augustus estivesse sendo controla... não, seria muita ingenuidade minha acreditar nisso.
Após alguns minutos terminei o meu banho e sai do banheiro enrolado com uma toalha, os acessórios ainda estavam no meu corpo, acho que já tá na hora de tirar.
Eu tentei tirar eles mas, pareciam estar grudados no meu corpo, eu estava puxando tão forte que acabei escorregando em uma poça de água que escorreu do meu corpo pro chão. Cai de quatro, batendo os joelhos no chão e soltando um gemido de dor.
- marcos, vamos... que isso? – perguntou Frey entrando de repente no quarto
- FECHA OS OLHOS – gritei me tampando, fiquei vermelho a um ponto que um tomate sentiria inveja de mim
- por que você está de quatro no chão do meu quarto? – ele estava de costas mas pela sua entonação ele estava incrédulo
- acredite, não foi intencional – me levantei com o corpo completamente coberto
- eu ia te chamar pra treinar – me olhou de cima a baixo
- agradeceria se parasse – me virei pro guarda roupa dele e comecei a mexer em busca de algo pra vestir, já que as minhas roupas estavam no último local de ataque.
- o que você tá procurando? – ele ainda estava virado, algo que eu agradeço
- uma roupa sua, pra mim no caso – peguei uma blusa, e o resto da roupa que não vou descrever por isso ser um pouco vergonhoso
- minhas roupas são quase o dobro do seu tamanho, acha mesmo que algo dai vai caber em você?
- a intensão não é ficar justo, é só caber no meu corpo – comecei a vestir rapidamente por que não sabia quando ele iria se virar
- você cheira a vergonha, medo, raiva e... luxúria – gargalhou na última parte
- vai pro inferno – me virei pra ele e percebi os seus olhos no espelho que logo desviaram de lá – não acredito – fiquei com raiva e estendi a mão na direção dele.
Esqueci que eu não tinha mais telecinese, só queria fazer ele bater a cabeça na parede mas parece que o efeito foi mais letal que isso... Acabei lançando uma adaga na direção dele, foi por muito pouco que ela não atingiu a cabeça dele.
- me desculpa – coloquei a mão na boca sentindo o anel um pouco quente
- você atirou uma adaga – sorriu se virando pra mim – parabéns – correu na minha direção e me puxou pra um abraço
- está me parabenizando por quase ter te matado? – não entendi o motivo da euforia
- é por ter conseguido criar armas e fazer aquilo... – apontou pra parede onde havia um enorme buraco que atravessou ela – precisa de além de força de uma concentração maior ainda – ele havia me tirado do chão
- uau – olhei aquilo, e... – que pena que não te acertou – sorri sentindo meus pés tocando o chão
- por que pena? – se separou de mim e cruzou os braços
- é que isso significaria que eu não preciso treinar, se eu fui capaz de matar um grande mestre... – apertei o bíceps sobressaltado dele – significaria que eu poderia acabar com qualquer um – olhei novamente para aquele buraco na parede quando senti ser tirado do chão novamente.
- acho que você não entende as diferenças entre as circunstâncias – sorriu me dando uma rasteira e me fazendo cair de cara no chão
Eu me virei pra cima de olhos fechados com dor na testa, assim que abri os olhos ele estava com uma espada na minha garganta
- nós mestres somos treinados a todo momento pra que nunca sejamos pegos de surpresa, meus reflexos, velocidade, força e poder mental são mais fortes do que um híbrido de bruxo com vampiro – sorriu cravando a espada no chão, ao lado do meu rosto
- então quer dizer que você conseguiria matar... se quisesse dois híbridos de bruxo com vampiro? – aquela pergunta saiu no aleatório
- eu tenho força pra matar quantos eu quiser – sorriu me ajudando a levantar – por que o interesse? Já aviso, não posso matar o Lincoln por ordens dos anciões
- eles estão mortos
- o que? Você quer que eu mate eles? – ele estava com um sorriso no rosto enquanto falava
- não, eu só perguntei – dei um tapinha no ombro dele e me sentei na cama
- você quer treinar? – perguntou pegando na minha mão e me puxando
- luta corporal? – pesei o meu corpo na cama
- sim – ele nem se quer exerceu um pouco mais de força e me fez levantar como se fosse uma folha de papel.
- acho que não – me sentei novamente
- você vai treinar – ele puxou o meu braço e a minha perna e colocou ao redor do seu pescoço como se eu fosse uma mochila
- isso não vale – me debatia um pouco até que ele fez um “shh" e eu como um bom menino fiz....
- vai fazer “shh” sua mãe – continuei me debatendo
- se você se debater mais uma vez eu te largo e você desce a escada rolando – parei imediatamente de me debater – bom garoto – sorriu vencedor e eu suspirei com preguiça
Descemos todos os lances de escadas, quando chegamos no primeiro andar Frey me colocou no chão.
- o treino é lá fora – me puxou pelo pescoço até o lado de fora onde todos os vampiros estavam treinando quando eu tentei correr pra cozinha
Já eram quase cinco horas da tarde, quem diria que viver perto de outros sobrenaturais fizesse o tempo passar mais rápido que o normal.
- as mulheres também treinam – sorri olhando elas em um treino mais feroz do que o dos homens
- então vamos – me puxou até onde os outros homens estavam, e nisso, eu travei – tá com vergonha? – gargalhou da minha cara
- acha mesmo que eu vou querer treinar com eles, quando o treino delas é melhor e mais forte? – fui andando até elas e deixando Frey pra trás
- esse é único pra mulheres – uma garota me parou
- eu posso treinar com vocês? – perguntei olhando a garota
- você não...
- deixa ele Zara – a menina que eu vi na cozinha me hostilizando parou de frente a mim
- então?...
- vamos começar – sorriu
Eu me virei pra trás fazendo um joinha com os dois dedos e olhando o Frey apenas de braços cruzados, me virei pra frente novamente e levei um soco no meu nariz... onde está a civilidade dessa garota?
Cambaleei pra trás colocando a mão no nariz, sentindo uma pontada nele muito forte.
- por que? – perguntei abaixado
- pra mostrar o que te aguarda se resolver lutar com a gente – ela sorriu e Frey passou por mim indo até ela
- Sophia – estendeu a mão pra garota
- Mestre Frey – ela fez uma reverência
- pode treinar ele pra mim? – perguntou colocando as mãos atrás das costas
- mas Mestre, ele é... humano, não vai resistir aos meus ataques, um soco fraco meu quase quebrou o seu nariz – ela apontava pra mim enquanto gesticulava deitado no chão, gemendo horrores e quase chorando.
- Sophia – ficou sério
- sim, mestre – ele se virou pra minha direção enquanto eu me levantava do chão.
- não precisa pegar leve, quanto mais rápido ele ficar forte melhor vai ser – passou por mim com um sorriso no rosto.
A garota deu um sorriso com aquilo, eu estou ferrado. Não foi qualquer sorriso, era um sorriso de felicidade, de satisfação, era como se ela quisesse fazer isso comigo desde que eu cheguei aqui... desde que eu existo pra ser exagerado.
- sim mestre – andou na minha direção e eu me coloquei na minha melhor posição de ataque possível
- Boa sorte – ele voltou a sua posição e cruzou os braços
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Celeste - Romance/fantasia GAY
Adventurequatro jovens que descobrem ter poderes incríveis, várias aventuras solos pra que no final se reencontre em suas formas finais, sendo perseguidos por inimigos com poderes além dos seus, terão de testar o limite que sua amizade suporta, descobrindo m...