Demorei cerca de dez minutos pra fazer tudo, a visão dela quando amplificada me dava a vista das moléculas presentes naquele lugar, eu gastei muita energia amplificando os poderes dela principalmente por que o meu anel não foi feito pra conseguir fazer aquela proeza, isso durou por pouco tempo mas foi uma experiência a se colocar no meu currículo... talvez se fosse na minha área eu conseguisse fazer até mais do que isso....
- segura ela - me desconectei da mente dela, a mesma caiu desmaiada pra trás, Diego segurou ela antes que a mesma batesse a cabeça no chão
- devo te segurar também? - perguntou me vendo cambalear um pouco pra trás
- tá tudo bem - sorri piscando devagar
- vamos entrar - ele colocou ela nos ombros e me segurou pelo braço, nós levando pra dentro da casa
Seguimos pra dentro, a casa é igual a qualquer casa americana existente.
- você criou comida? - ele estava fungando o ar
- criei e isso me deixou mais fraco ainda - ele colocou Luah no sofá
- por que?
- por que eu tive que transmutar a matéria, vitaminas, fibras e etc... isso desgasta muito mais que o normal - entrei na cozinha - mas eu abusei e não foi pouco - a comida que eu havia criado era tanta que não ia caber nos armários se eu não tivesse criado uma dispensa enorme
- puta que pariu - ele entrou na cozinha olhando tudo
- eu sei - peguei um pacote de salgadinhos
- não... - ele pegou o pacote de salgadinhos da minha mão
- me devolve - tentei pegar dele mas o mesmo é mais alto que eu
- não - ele correu pra trás da bancada
- não me faz te bater - tentei correr atrás dele mas ele sempre fugia de mim
- você está fraco, precisa de proteína não de besteira - ele jogou o pacote em cima da estante, onde eu não alcanço
- eu tô com preguiça de cozinhar - bufei sentando na cadeira da bancada
- eu faço então... - ele pegou algumas panelas e depois foi pra geladeira
- vai rápido - ouvi minha barriga roncando
- você é muito bipolar - fechou a geladeira e colocou os ingredientes da mesa que ficava ao lado do fogão
- agradeça a deus por isso por que se não eu teria arrancado a sua cabeça a muito tempo - bufei colocando a cabeça na bancada e ronronando
- agora eu tenho certeza que é um gatinho, tá até ronronando - sorriu ligando o fogo
- vamos conversar enquanto eu estou com fome, pra que eu não devore você agora - levantei a cabeça, a bancada estaca fria.
- sobre o que? - ele estava cortando carne
- sobre você? Tanto faz... entretenha-me escravo - bati palmas tentando deixar o meu humor melhor
- tá legal - ele sorriu - vou te falar de tudo que eu ainda tenho nas minhas memórias ok? - ele começou a dourar alho pra faze arroz
" pelo que eu me lembre a dois ano atrás eu acordei em um terreno baldio, em meio a uma cratera e um buraco muito profundo, o buraco desapareceu logo em seguida que eu acordei. Me levantei sem saber quem eu era, sem lembranças, nem nada, sem saber como falar, escrever, um ninguém andando por um mundo enorme... fui encontrado por caçadores, principalmente por Nicolas Mezart - então não era o irmão do Frey... - quase sendo morto por um apócrifo, ele estava por cima de mim, e eu estava usando um pedaço de madeira pra impedir que sua mandíbula fechasse em cima do meu pescoço, o que acarretaria na minha morte. Caçadores chegaram no local rapidamente matando o vampiro, eles perguntaram de onde eu era, quem eu era, por que eu estava ali e tudo que eu sabia fazer, eu estava ficando confuso, já que não entendia o que eles estavam falando, eles perceberam que eu havia sido... como eles mesmo disseram "resetado" e que seria uma ótima adição para a equipe. Depois de algumas semanas estudando voltei a falar, escrever e a pensar como um ser humano normal, foi aí que tudo começou. Eles começaram a me treinar de uma maneira bizarra e muito pesada, me levavam em missões com eles pra ver eles atuando, passando-se vários meses de surras e aprendizado, vários tipos de lutas, tipos de armas, línguas e disfarces, já estava pronto, segundo eles pra realizar uma missão... atacamos uma aldeia de vampiros, eles me forçaram a matar um deles, o pior foi que eu vi os filhos do vampiro que eu matei, me olhando com medo, como se eu fosse... um monstro, me senti mal com aquilo e resolvi fugir já que com eles você não pode simplesmente sair, é como se você gritasse pra ser executado. Quando eu consegui fugir, não sabia pra onde correr, apenas que não podia ir pra cidade já que, vários caçadores eram muito influentes em diversas partes do mundo, larguei tudo pra trás quando eu conheci Laura, ela era o amor da minha vida, e por ela eu faria tudo até mesmo me tornar escravo do pai dela pra que pudéssemos estar juntos, e assim foi por um ano, estávamos apaixonados... mês passado foi a primeira vez que fizemos - ele pigarreou - aquilo...e bom o resto você já sabe, já que você me salvou de ser morto pelo assassino da mulher que eu amo.. - ele pigarreou mais uma vez e desligou o fogo do arroz, a carne ainda não estava pronta.
- nossa - era a única coisa que eu conseguia falar
- vai só dizer isso mesmo? - deu uma risadinha
- é o que eu deveria dizer? - cruzei os braços
- talvez...
- talvez, que ele não está sozinho agora, já que é assim que ele se sente nesse momento, que tudo vai ficar bem e que pra compensar a alma boa da sua amada, ele vai fazer justiça por aqueles que não podem fazer por si mesmos - Luah entra na cozinha com a mão na barriga e se senta ao meu lado com a cabeça apoiada no meu ombro
- você religou os sentimentos? - Vinicius estava do meu lado oposto
- mais ou menos, estou terminando de controlar quando ele deve ou não ligar automaticamente - sorri vendo os dois ficarem confusos - conversando comigo mesmo - os dois deram de ombros e...
- tá pronto - ele abriu a panela soltando aquele aroma divino - se vocês me dessem mais tempo eu faria uma refeição melhor...
- nem sonha em atrapalhar o meu rango, eu mataria pra comer isso - encarei ele por alguns segundos, o mesmo apenas levantou os braços como se se rendesse e se virou pra pegar os pratos e talheres
- digo o mesmo - ela se desgrudou de mim quando os pratos estavam em cima da bancada junto com os talheres
- bonn appettit - colocou as panelas em cima da bancada e nós atacamos, ele veio logo em seguida pra comer também
- que delícia - dei uma garfada sentindo as minhas papilas gustativas indo ao delírio
- verdade - Luah parecia ter soltado um gemido, espero que não chegue lá só com a comida... acho que você entendeu a metáfora
- valeu, Laura me ensinou a fazer - ele deu um sorriso triste
- veja pelo lado bom... - coloquei o meu garfo ao lado do prato e ele me encarou
- qual lado bom? - ele parecia confuso
- tudo que ela te ensinou e que você faz tem um pedacinho dos dois juntos em seus momentos mais felizes - sorri pegando o garfo de novo
- verdade - ele voltou a comer, Luah largou o prato e olhou pra gente por alguns segundos antes de respirar fundo
- quando eu era mais nova, eu fui "morta" mas de algum jeito eu voltei de lá, todos tinham medo de mim por que eu não era normal antes, então depois de morrer foi pior ainda, as crianças zombavam de mim e só quem me amava eram os meus pais, eles também eram criticados, meu pai era o mestre dos telecineticos enquanto a minha mãe era o seu braço direito, isso fez as pessoas começarem a desprezar eles. Um dia eu acordei ouvindo a briga do meu pai com vários outros, eles ameaçavam o meu pai para que me mandasse embora, por que segundo eles eu não era mais uma telecinesista, já que tinha ido até o purgatório e voltado... eu fugi, não por medo deles fazerem algo contra mim mas por medo que descontassem tudo nós meus pais, eles me acharam e me levaram de volta pra casa depois de um mês, pra tentar me enturmar novamente fui proativa o tempo inteiro, até que eu consegui... isso depois de cinco anos seguidos de ajudas, desprezo, consolo, e mais desprezo - ela deu uma fungada - eu cresci, me apaixonei, fui correspondida finalmente por ele, tivemos um filho lindo o qual eu mataria e destruiria mundos só pra estar com ele. Aí um belo dia, nós fomos atacados, vocês já devem saber por quem... o novo rei dos telecineticos, tratou de matar todos os antigos mestres, não se importando com nada nem ninguém. O pior é que isso foi tão repentino, sabíamos que os anciões haviam sido mortos, pensamos que demoraria um pouco mais pra que eles atacassem, estávamos planejando como nós defender mas fomos pegos de surpresa, o novo rei matou o meu pai, a minha mãe, o meu marido, e depois ele tentou me matar, eu consegui impedir ele por tempo o suficiente pra que conseguisse escapar, roubei um carro e fugi por quase dois meses diretos, eu não sou daqui... eu sou da Argentina, vim pra cá sem visto nem passaporte, tive que usar os meus poderes pra conseguir sobreviver e não me orgulho disso já que no caminho acabei matando várias pessoas... só que parece não ter adiantado de nada, já que quando eu cheguei aqui fui atacada por um dos novos soldados do rei, ele matou o meu filho e teria me matado se não fosse por vocês - ela soltou um sorriso triste e secou as lágrimas que estavam brotando
- espera... você viajou por dois meses certo? Mas eles foram assumir o controle foi a poucos dias...
- significa que eles estavam tramando isso a muito tempo... ele deve ter cortado ou criado novas comunicações pra enganar todos de que estava tudo bem...
- e na hora que todos já estavam conquistado eles relaxaram e deixaram todos os outros sobrenaturais saberem que já estavam no comando e que ninguém poderia tirar eles... - Diego e eu completávamos as linhas de pensamento de ambos
- e minha história triste? - Luah cruzou os braços
- menos um...
- o que? - ela não estava entendendo nada
- eles não conquistaram um dos clãs, os telepatas... tecnicamente eu sou o novo rei deles - me levantei
- eles não são tão burros assim - Diego estava coçando a barba
- é... ou todos estão mortos ou tem alguém no comando deles - comecei a andar de um lado pro outro pensando
- o que você ta pesando em fazer? - Luah voltou a comer
- eu ainda não posso fazer nada, não sei onde eles se localizam... mas conheço alguém que sabe - estalei o dedos
- vai matar ele? - Diego me olhava de cima a baixo
- por que a pergunta? - cruzei os braços
- está com um sorriso maléfico no rosto e seus olhos mudaram de cor por alguns milésimos... - ele deu uma risada e eu fiquei estático
- você é muito observador... - ele se curvou - ...mas isso vai te matar em algum momento, principalmente por que a verdade irrita as pessoas...
- e quando nós vamos? - Luah raspou o prato e jogou na pia
- não primeiro vamos lavar nossos pratos, depois vamos dormir e aí eu vou decidir que dia nós vamos...
- tá legal...
- eu estava zuando - comecei a rir da Luah que estava mesmo começando a fazer o que eu tinha dito
- eu sei lá, você parece ser instável...
- bipolar - Diego corrigiu ela
- nossa... não posso me ofender por que no final é verdade - fui a sala e comecei a admirar ela, já estava abastecido e cheio de energia
- então o que nos vamos fazer agora? - Diego estava me seguindo
- o que você quer fazer? - me virei pra ele
- eu queria...ler alguma coisa - apontei a estante de livros pra ele
- ok... - ele foi até lá mas eu parei ele antes
- espera... Luah - chamei ela esperando a mesma chegar
- oi Max - ela apareceu do meu lado
- tenho que contar mais uma coisa pra vocês... eu sabia que isso poderia ser muito útil em algum momento então criei uma sala de treinamento bem abaixo de nós, usei outros minerais que haviam bem fundo nessa terra e por isso você desmaiou, se eu tivesse apenas criado uma casa completa você não teria desmaiado já que ainda estava nutrida com a fração da criação... isso vai nos ajudar a ampliar os nossos poderes e habilidades de combate corpo a corpo - pisei no chão com força fazendo o elevador se ativar
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Celeste - Romance/fantasia GAY
Adventurequatro jovens que descobrem ter poderes incríveis, várias aventuras solos pra que no final se reencontre em suas formas finais, sendo perseguidos por inimigos com poderes além dos seus, terão de testar o limite que sua amizade suporta, descobrindo m...