Capítulo XXXI - Ajude-nos

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  Esse poder não me deixava tão fraco quanto o teleporte, sua principal função era acabar com o raciocínio logico, criando colapsos neurais e destruindo totalmente a sua mente.
Uma lágrima caiu pelo meu rosto por ter matado aquelas pessoas inocentes ali em baixo. Luca e Frey caíram no chão... aparentemente mortos.
Não tinha tempo pra chora, mesmo que o morto tenha sido o amor da minha vida.
- Gabriel – fui até ele, toquei a sua cabeça fazendo ele acordar sobressaltado
- o que aconteceu? – esfregou os olhos olhando ao redor e olhando todos mortos
- não posso explicar agora – ajudei ele a se levantar e subimos as escadas o mais rápido possível
- pra onde nós vamos? – perguntou ainda fraco
- pra um lugar seguro... Eu acho – abri a porta do alçapão e saímos.
   No momento que chegamos na parte superior vimos vários cadáveres com a boca espumando, parece que foi mais forte do que eu pensei.
- estão todos mortos? – perguntou quase caindo junto comigo
- sim – saímos pela porta de entrada, por sorte ele não era um vampiro, também não queimava com a luz do sol.
- eu não consigo mais andar – ele se sentou no chão.
    Eu olhei em volta a procura de algum carro, havia um Porsche preto com vermelho nos portões
- vamos – ajudei ele a se levantar e chegamos rápido no carro, as chaves ainda estavam na ignição, junto com o corpo de um caçador.
- que nojo – entrou no carro empurrando o corpo
- se acostuma – joguei o corpo do homem no chão, mas antes peguei um cartão de crédito e duas pistolas que estavam em ambos os lados da sua perna, encaixadas em seu coldre.
- vamos logo, eu não estou bem – sua respiração estava pesada
   Liguei o carro e comecei a dirigir, acho que passei com as rodas por cima da cabeça de um dos guardas de mais cedo
- o que você é? – olhei pra ele que estava encostado no banco de olhos fechados
- eu sou um telecinetico... pra ser exato, eu sou... era o guardião do anel telecinetico – abriu os olhos olhando pra frente
- por que eles te prenderam lá? – ele me encarou por alguns segundos com uma cara estranha
- eu fui colocando lá por que não quiseram me matar de uma vez, depois que pegaram os nossos objetos, eles nos jogaram lá com o Luca sendo o nosso carrasco
- espera... então aquelas pessoas que estavam lá eram outros anciões? – olhei pra ele me sentindo mal
- sim, eles foram amaldiçoados pelas pessoas que roubaram os nossos objetos, só que a algumas semanas chegaram mais pessoas... pareciam ser adolescentes e... acho que o Houdini, mas logo eles foram mortos por não aguentarem muita tortura...– bufou
- o que? – perguntei pisando no freio...
- o que? – ele não havia entendido o por que da pergunta
- os que chegaram eram muitos? – me virei pra ele com medo da resposta
- não, não, eles estavam em cem ou era cento e cinquenta.... não lembro direito o número, só os rostos.... – coçou o bigode olhando fixamente pra frente onde dava um lindo bosque 
- e isso pra você é pouco? – estava incrédulo – por acaso você viu.... – puxei o celular que ainda estava no meu bolso e comecei a entrar na internet, depois de três minutos eu achei o que estava procurando – você viu se essas pessoas estavam lá? – mostrei o celular para ele, que estava na minha página da rede social, uma foto minha com o David, a Gabi e o Fernando...
- não... não, eles não estavam lá... – respirei mais aliviado e comecei a pisar no acelerador devagar  
- então quem eram os anciãos presos com você? – entrei em um bosque
- são os melhores dentre os melhores, além do seu próprio poder descomunal eles também são ótimos manipuladores
- então se você fosse lá e mostrasse a verdade...
- eles dariam um jeito de convencer eles de que não era eu...
- entendi – fiz uma curva, não prestei atenção na estrada e acabei atropelando uma pessoa.
Freei bruscamente e desci do carro pra oferecer ajuda a quem quer que fosse a vítima, chegando mais perto me assustei com a pessoa, era o Frey. Instantaneamente eu criei uma espada e me coloquei em posição de ataque, ele se levantou me encarando surpreso
  - por que você está apontando uma espada pra mim? – levantou a mãos pro alto
- como conseguiu escapar? – pressionei a espada no pescoço dele
- eu não sei do que está falando, fui até o centro da cidade – pegou uma sacola do chão
- isso não vai me convencer – cortei a palma da mão dele
- para com isso – se levantou do chão com raiva
- onde está o meu livro? – perguntei lembrando da resposta dele
- no meu armário, e o livro é meu – a palma da sua mão se curou
- você vai matar ele ou não? – Gabriel colocou a cabeça pra fora do carro
- quem é ele? Pensei que fosse procurar ajuda com a sua mãe e não nos braços de outro homem
- o que?...
- deixa eu falar... – colocou o dedo no meu rosto – eu pensei que você gostasse de mim mas parece que eu estava errado – bufou
- cara, para de drama – Gabriel falava do carro
- garoto cala a boca antes que eu vá aí te encher de soco – ele olhava por cima o meu ombro
-eu sei que você poderia ter achado algo melhor – sorri nervoso
-sua mente distorcida te disse isso... - ele ia me interromper mas eu apenas coloquei um dedo na boca fazendo ele se calar imediatamente – ...se parasse pra me ouvir eu teria dito que encontrei ele em uma espécie de porão debaixo das escadas que o Luca era o carcereiro e “você” era o mandante
-pode me explicar o por que das aspas? - cruzou os braços e arregalou os olhos - você estava no porão? Não viu nenhum homem chamado Michael lá? - ele me segurou pelos ombros
-não, se tiver eu acabei matando – sorri sem querer e logo desmanchei a risada
-acho que você não esta entendendo o ponto aqui... Michael é um metamorfo, ele pode assumir a forma de qualquer pessoa viva, ele sempre vai servir a um mestre...
-então ele se passou por você...
-ou não - bufou – a algumas semanas antes de vocês chegarem fui notificado que havia alguém querendo me ver na minha sala, eu recebi a pessoa e ela sempre ficava olhando pra trás, isso já era sinal de algo errado mas naquele momento eu apenas pensava que ela queria ir embora... já estava tarde e todos estavam dormindo, ate que eu ouvi um baque surdo vindo do hall, corri o mais rápido possível ate a parte de baixo, na escada que dava vista para o hall, eu vi o meu irmão coberto de sangue... ele tinha dito que Michael tentou manipular dois soldados e que ele teve que mata-lo, jogando o seu corpo dentro e que não era pra mim entrar em hipótese alguma que ele poderia acabar escapando de algum jeito – passou a mão elos cabelos em sinal de nervosismo
-Então você acha que seu irmão pode estar morto agora? - cruzei os braços
-acho que sim...
-você gostava do seu irmão por acaso?
-não - entrou no banco de trás
-então esta bom – bufei entrando no carro também
-vocês tem sempre essas conversas aleatórias que começam e acabam do nada? - Gabriel estava com o cenho franzido
-na maioria dos encontros sim... sabia que Augustus era um traidor? - acelerei o carro
-por que não me falou antes? - ele estava incrédulo comigo
-ele ameaçou fazer a mal a você... - ele ia me interromper mas ficou sem palavras
-isso foi fofo da sua parte mas eu sei me defender muito bem – olhei para o homem pelo retrovisor, que estava um pouco vermelho
-serio?... - deixei os meus olhos rosa – ...se de um tapa – olhei de volta para a estrada quando ouvi o som da palma da sua mão se chocar contra o seu rosto
-acho na verdade que você é bem indefeso – Gabriel sorria mas começou a sufocar do nada
-da pra vocês dois pararem de brigar? - freei o carro bruscamente fazendo ambos baterem a cabeça, um no banco e o outro no painel do carro – acabaram de se conhecer, sejam mais amistosos um com o outro- os dois se olhavam de canto de olho tentando não fazer contato visual enquanto eu encarava eles
-eu ainda to fraco... – colocou a mão na cabeça que havia sido cortada - não posso ficar perdendo sangue – mostrou a mão que estava com uma pequena gota de sangue
-vocês reclamam demais – peguei a mão do Frey e puxei ele pra frente
-desculpa se eu ser torturado e quase ser morto todos os dias te incomode – falou irônico se jogando no banco do carro
-esta desculpado – cortei a mão do Frey com uma pequena faca e mostrei pro Gabriel que virou o rosto com nojo – você quer fazer isso por bem ou eu posso te obrigar? - deixei os meus olhos rosa pra mostrar que eu não estava brincando
  Ele pegou a mão do Frey e pôs na boca
     -me sinto violado – olhei pro Frey pelo retrovisor com raiva
    -cala a boca... - e assim ele fez mas foi por pouco tempo
     -que nojo a sua boca está fria – Frey puxou a mão de volta e eu liguei o carro
    -a sua mão esta com gosto de terra e lubrificante – Gabriel fazia uma careta engraçada...
-lubrificante? - olhei para Frey através do retrovisor
-não é o que você esta pensando... como você sabe o sabor de um lubrificante? - cutucou Gabriel
-na minha primeira vez eu estava...
-chega... isso esta constrangedor – entrei na área nobre do Brooklin em busca de um prédio especifico
-pra onde nos estamos indo? - Gabriel se sentou direito em vez de ficar largado do mesmo jeito que estava antes
-pra casa de um amigo – achei o prédio
-desde quando você tem amigos? - Frey cruzou os braços
-o que você quer dizer com isso? - não queria mais usar os meus poderes nele então vou dar outro jeito
-é só que...
-é só o que? Eu sou um  garoto problemático que ninguém quer aturar é isso? Só por conta daquilo... - derramei uma lagrima, estava morrendo de rir por dentro, um ator melhor do que eu é impossível
-não é isso amor, é só que...
-você quer terminar é isso? Esta legal, a gente nem começou mesmo – bufei com raiva
-me desculpa, não pensa isso de mim - não respondi nada vendo ele apenas se remoer de culpa, e depois cair no silencio
-assim é melhor – sorri chegando na entrada do prédio
-você estava fingindo? - Gabriel perguntou rindo
-por que você acha isso? Quer dizer que você me acha falso? Seu babaca – me virei pra janela aberta morrendo de rir mas não demostrei isso pra ele
-não cara é que...
-não fala mais nada – fingi enxugar uma lagrima, minha voz havia saído falha pra convencer
-eu não queria ter de estar aqui – Gabriel sussurrou baixo
-muito menos eu – eles nem sabem onde estão e já estão reclamando?
-como posso ajudar – um homem se escorou na janela
-o Troy está? - abaixei mais o vidro
-quem pergunta?
-a mesma pessoa que esteve aqui a três dias atrás – sorri pra ele mas o mesmo não me correspondeu com um sorriso de volta
-ele esta ocupado agora.. - se virou pra sair
-pode avisar pra ele que o Marcos esta aqui em baixo? - abri a porta do carro
-ele esta ocupado....– está legal, agora ele foi rude comigo
-então eu subo – entrei no carro novamente ligando ele
-vou chamar a segurança – pegou um telefone e começou a discar
-claro, avise pra darem passagem a mim por que estou chegando – brilhei os meus olhos induzindo pensamentos e vontades
-como quiser – abriu a cancela para que eu passasse
-muito obrigado – sorri fechando a porta totalmente e acelerando o carro
     Chegando mais a frente avistamos vários seguranças não humanos, eles estavam terminando de falar algo no seu walk-talk, eles acenaram com a cabeça em confirmação. Sai do carro e fui ate o elevador junto dos dois, apertei o ultimo botão que levava ate o lugar onde o Troy ficava.
   Chegando em frente, bati na porta esperando ele atender, no final foi uma garota desarrumada e semi nua que abriu a porta.

Celeste - Romance/fantasia GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora