01: Minis e Meia Arrastão

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Ele assistiu o vídeo novamente no seu celular, desapegado, as suas sobrancelhas fazendo aquela coisa que os seus amigos sempre achavam de certa forma enervante, considerando que a sua aparência geralmente doce se transformava num... "lindo sociopata" como Wen Qing colocara. O que estava bem, já que ele vinha de uma linhagem de desgraçados imorais. Ele segurou o telefone mais distante agora, enquanto ele assistia o seu pai fodendo a empregada peituda na ala oeste da sala do chá da mansão deles, estremecendo pelos barulhos lascivos que a mulher estava fazendo que eram claramente um teatro. Mesmo com a qualidade granulada do vídeo, ele conseguia enxergar o quão performativa a coisa toda era. Ele adivinhou que ele deveria estar grato que o que quer que ela tivesse ganhando com isso, no mínimo parecia ser consensual. O seu irmão era quem cujas atividades carnais sempre pareciam ter um ar de consentimento dúbio, embora ele não fodesse empregadas. Ele preferia atrizes novas emergentes, garotas bonitas com problemas de auto confiança e instabilidade financeira suficientes, que pareciam perfeitas para a sua combinação clichê em particular de falsa arrogância e ego frágil que ele tentava compensar com o poder e dinheiro da família deles.

Assim sobrava ele, o segundo filho. O seu pai gostava de fazer piadas que ele gostava de mudar o sistema com um herdeiro e um de reserva, mas a realidade era que a sua mão apenas tinha falhado em dizer ao pai dele que ela estava grávida do segundo filho por uns sete meses, até que ele tinha perguntando a ele sem rodeios se ela estava descuidando da sua aparência, olhando para ela com um leve nojo à sua barriga protuberante, e ela tinha lhe dito presunçosamente que ela carregaria mais uma criança, para ver se algum dos seus genes superiores fariam o trabalho direito dessa vez. O seu irmão já tinha treze anos à época, e ela tinha visto o suficiente do seu marido no seu filho para saber que ela precisava dar mais uma chance para o lance de reprodução para ver se dessa vez, o produto final seria um pouquinho mais palatável como um ser humano. E assim ele saiu, um embrulho angelical de androginia que o seu pai tinha odiado à primeira vista. O seu irmão tinha também, eventualmente, uma vez que ele percebeu que a sua mãe parecia preferir avassaladoramente o garoto feminino. Como se para contrariar o seu marido ainda mais, ela passou a embonecá-lo em vestidos e maquiagem com festas de chá fabulosas e viagens de compras, que demorou algum tempo para que ele percebesse que ele não era uma garota de verdade. A puberdade o atingiu com força, o pelo no corpo, o pênis (ao que ele não tinha prestado atenção até então), a voz se agravando, o pênis, os ângulos ao seu rosto, o pênis. A sua mãe tinha felizmente parado de vesti-lo com vestidos àquela altura, mas a mudança abrupta no guarda roupa para algo que parecia que tinha saído de um catálogo patrocinado pela galera equestre, tinha sido um choque ao seu sistema. Mas ele tinha ido na onda. Porque se ele tinha aprendido alguma coisa até os 8 era isso, você se adaptava às merdas. Você sempre se adaptava às merdas. Mas você guardava os recibos. E os guardava para quando alguém tentasse puxar o seu tapete. O seu pai fazia isso com regularidade com os seus sócios de negócios, e outros de influência com quem ele bebia vinho e jantava para adquirir favores. O seu irmão fazia isso um pouco mais indiscriminadamente, porque os seus caminhos neurais simplesmente não eram bem podados o suficiente.

Quanto a ele, o segundo filho que veio longos 13 anos após o primeiro - o diamante que a sua mãe tinha formado devido aos longos anos batalhando todo o carvão do seu ressentimento com o seu parceiro, a sua progênie, caramba, a vida em geral - o filho gay dentro do armário que um dia assumiria o império do seu pai, bem, ele estava apenas esperando a sua oportunidade.

Ele armazenou o arquivo entre todos os outros recibos que ele tinha guardado do pai dele. Bem ao lado da pasta com merda do irmão dele. Porque o que mais era a sua família, se não Predador vs Presa. Ele esperava que nunca chegasse a isso. Mas se chegasse, ele os teria bem onde eles os quisesse.

Assim que ele apagou o arquivo do seu celular, ele foi tomar um banho. Ele tinha um horário marcado do DayToy Room em duas horas. Ele ainda tinha de verificar a pasta que a Madame Yu tinha lhe dado há uma semana atrás. Não era típico dele não ter revisado a pasta de um cliente em potencial detalhadamente. Todo o básico já teria sido coberto, condição de saúde, teste de STD, histórico de saúde mental, checagem de crédito, tudo isso era do departamento da Madame Yibo. O que ele fazia estava mais nos moldes de... bem, tocaia profissional. Por mais que o entusiasmasse ter pessoas lhe pagando por sexo, especialmente aqueles que tinham uma preferência por idolatria corporal - idolatrando o seu corpo isso é - ele era maníaco por controle demais para entrar num encontro sem saber nada sobre o cliente. Raios, ele vigiava os seus clientes o suficiente, que ele normalmente sabia tudo sobre a situação das famílias deles até a preferência por café ao tempo que eles se satisfaziam no prazer de fazer homenagem ao seu corpo - lindo como era, se ele pudesse dizer ele mesmo. Ele apenas tivera cinco clientes até agora, mas ele somente estava no negócio fazia oito meses, e apenas aceitava trabalhado a cada alguns meses quando a sua marca particular de inquietação começava a se tornar excruciante e ele queria - não, necessitava - de alguém buscando prazer sexual com ele de um modo cuidadosamente pensado e deliberado. Não como um pensamento tardio, não casualmente, não como uma rotina. Mas com a espécie de foco e dedicação que vinha em colocar bastante dinheiro para isso. Ganhando o direito, literalmente, de vê-lo, tocá-lo, chupá-lo, e ocasionalmente, se ele tinha vontade, o arregaçar com os dedos e gozar dentro dele, com uma camisinha é claro. Ele achava que era um sexo muito mais satisfatório do que ele tinha tido com os seus dois namorados anteriores, onde qualquer excitação que tenha estado ali no início, tinha eventualmente morrido com esse tipo de exercício mundano e egoísta onde, na maior parte do tempo, vocês nem viam um ao outro, só usando o outro como um poste para se esfregar. Que se foda isso. Se esse fosse o caso, ele não precisava fazer sexo. Mas se ele iria colocar esforço nisso, é melhor que valha a porra do seu tempo. É melhor que seja um espetacular digno de admiração. É melhor que o faça gozar tanto, que o auge seja o bastante para mantê-lo por semanas. Bem, o última era um estado mental. E, dos cinco clientes que ele teve, um auge que era bom o bastante para ele seguir em frente por semanas apenas aconteceu com dois. Mas estaticamente falando, ele sabia o suficiente da vida sexual das pessoas para saber que isso era bem mais elevado do que a média. E ele não era mediano. E ele não viveria de acordo com a média, também.

Coisas Preciosas (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora