16: Os Wen

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Ela observou a tensão tamborilando pela sua estrutura alta e leve, a camisa folgada não em nada a esconder a espiral da sua espinha e o aperto dos seus músculos - pelo menos para ela - e abaixou a sua taça de vinho na mesa de jantar. Ele tinha pensado que ele apenas estava combatendo uma atração. Uma atração forte, reconhecidamente, mas no entanto, apenas uma atração. Mas isso parecia ser mais do que isso. Os seus olhares continuavam virando para a escadaria ocasionalmente, aguardando a chegada de... do que é que ele tinha o chamado... ah certo, a gárgula. A Gárgula da Mansão Wen. O marido dela. O pai dele.

Ele se flagrou justo quando ele começou a torcer as suas mãos, e agarrou-se as costas da cadeira na qual ele estava trás. Ele nem mais estava olhando na direção de Yibo.

Com a benção dela, Haikuan tinha se jogado no flerte de Yibo, o encorajando silenciosamente com sorrisos e olhares. Por toda a sua valentia em se atirar sobre Haikuan em frente ao seu filho, Yibo parecia quase tímido recebendo a atenção de Haikuan quando Xiao Zhan não estava vendo. O garoto era transparente demais. Ela o adorava por isso. Mas por outro lado, ela adorava qualquer pessoa que tão abertamente o seu filho.

O seu filho. Quem era tão cuidadoso nos seus apegos, que ele afastava qualquer pessoa de quem ele gostasse demais. A primeira e maior baixa tinha sido Haikuan. Mas Xiao Zhan era jovem na época, e ela apenas tinha presumido que talvez uma paixão alimentada por tantos anos simplesmente se recusava a corresponder a toda aquela antecipação e expectativas. Mas nos anos que se seguiram, a admiração por Haikuan não enfraqueceu, embora ele não tenha se mexido para fazer nada sobre isso. Em vez disso, os dois relacionamentos que ele acabou por ter, os dois cerca de um ano e dois anos separados um do outro, acabaram sendo casos um pouco insípido e medíocres. O que tinha a feito se perguntar pelo que o seu filho realmente procurava.

Yibo certamente havia sido uma surpresa. Para começar, Yibo era bonito demais para que Xiao Zhan jamais tivesse algum interesse sério nele. O seu filho nunca tinha mostrado nenhum propensão por garotos bonitos antes. Ele gostava daqueles pedaços musculares de testosterona que apreciavam bem obviamente o quão bonito ele era em comparação. Aquele era o seu tipo, essencialmente, e Yibo não era aquele tipo. Mas também, se Yibo demonstrava interesse, ela não conseguia imaginar que ninguém o rejeitasse. Se be que, se havia alguém que pudesse rejeitar Yibo, o seu filho seria essa pessoa. E ele parecia ter o feito também, se todas as palhaçadas de Yibo hoje eram algum tipo de indicação. Ela tinha estado na torcida para que Yibo ganhasse, até que eles todos entraram do solário. E então a conduta inteira de Xiao Zhan havia mudado.

Ela nunca havia visto o seu filho se importar com o que o seu pai pensava dele. Ele não parecia nenhum pouco interessado, na verdade, no pai dele. Em certo sentido, ele tratava o seu pai da mesma maneira que ela tratava Wen Xu. Como se ele não existisse. Até, é claro, que ela era forçada a enfrentar cara a cara alguma porcaria que Wen Xu fez, que a fazia se questionar como ela tinha o carregado no seu útero e dado a luz a alguém tão misógino. Ela sabia que Xiao Zhan atribuía pelo menos uma parte da culpa nela, embora ele nunca tinha dito aquilo em voz alta. Mas ele não tinha estado presente pelos primeiros treze anos quando ela criou Wen Xu, quando ela tinha o estimado e lhe dado chance após chance para mostrar que ele não era apenas a soma dos seus comportamentos, mas que havia alguma bondade enterrada embaixo. Bem fundo embaixo. O problema era que, mesmo quando criança, Wen Xu sempre havia sido casualmente malicioso. Um valentão natural com qualquer um sobre quem ele possuísse poder, com frequência gritando ou assustando a ajuda. Ela tinha o assistido crescer portanto, nem um pouco interessado no amor ou ódio dela, mas apenas na sua atenção. Atenção que ele queria de qualquer pessoa, uma tonelada dela. E não importa quanta boa atenção ela desse, ele queria o tipo ruim também. Por um longo tempo ela tinha pensado que ela era um fracasso como mãe, deprimida com a sua aversão crescente em relação ao seu filho, com um marido frequentemente ausente, mesmo quando ele estava fisicamente presente. Ela morria de pavor quando Wen Xu atingisse a puberdade, sabendo que ela teria de desistir de quaisquer garotas bonitas ou jovens que estivessem empregadas em qualquer tipo de capacidade na mansão. Quando ela finalmente começou a ter sonhos recorrentes onde ela se encontrava vagando pela mansão como uma mulher louca após esfaquear Wen Xu até a morte, ela tinha decidido - no que apenas poderia ser o auge dessa loucura - ter outro filho. Em retrospectiva, não tinha nem lhe ocorrido na época engravidar de outro homem. Não era uma razão romântica, mas prática. Ela não queria que houvesse nenhuma dúvida sobre a herança. Pelo menos nisso, ela não daria nenhuma vantagem para Wen Xu.

Coisas Preciosas (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora