36: Deixado de Existir

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Ele não olha na direção de Yibo novamente, enquanto ajuda o Sr. Wang a montar a mesa para o almoço. Jackson mantém um ritmo constante de conversa, e ele fica agradecido, pois mantém o Sr. Wang ocupado.

Ele começa a pensar que ele consegue sobreviver, mas, no meio do almoço ele decide que ele não consegue, e manda uma mensagem para MianMian ligar para ele em cinco minutos. Ela liga, justo quando ele está terminando a sua sopa, a qual hoje, tem o gosto de água amarga. Ele pede licença para sair, aguarda os poucos minutos exigidos segurando o celular contra o seu ouvido, e murmurando em intervalos de tempo, antes de voltar a entrar para avisar ao Sr. Wang que ele precisa voltar urgentemente, e que ele apanharia o trem mais cedo de volta.

"Oh, que chatice." Jackson diz, e ele tenta aparentar estar apropriadamente desapontado ao dizer, "É, talvez na próxima." antes de sair. O Sr. Wang sai atrás dele e parece cabisbaixo o bastante, que Xiao Zhan envolve os seus braços em volta dele sem pensar. O Sr. Wang é mais magro do que parece, sob as suas camadas habituais de roupas. Faz os olhos de Xiao Zhan lacrimejarem, e ele pisca para dissipar as lágrimas, dizendo, "Obrigado. Por tudo. Eu sempre ansiei por vir aqui. Mais do que o senhor possa imaginar." Deve soar como a despedida que é, e ele tenta minimizá-la agora, adicionando, "Eu estou feliz que ele esteja de volta. De vez, dessa vez. Não deixe-o voar para tão longe do senhor de novo." Ele sorri, quando se afasta. O Sr. Wang parece um pouquinho confuso e triste, e é um pouco demais, então, ele acena com um adeus, e, logo em seguida, está a caminho..

Ele desce a rua, sabendo que ele deveria chamar um táxi. Mas, ele acaba por andar. O seu celular toca, e ele olha e vê que é Yibo. Ele recusa a chamada, mas, um minuto mais tarde, toca novamente. Ele a recusa mais uma vez, e vira para a a esquerda numa estrada lateral que é um pouco fora do caminho mais conhecido. Há um pequeno riacho ao lado, e um baco que ele apenas vê quando anda um pouquinho, oculto por árvores e arbustos.

O telefone faz barulho agora com uma mensagem, e é de Yibo novamente. Diz Por Favor Não Vá a Lugar Nenhum. Eu estou chegando. Ele desliga o celular, e com certeza, dali alguns minutos, ele escuta alguém correndo pela rua na qual ele estivera mais cedo.

Ele olha para a água, a qual parece um tanto desidratada, mesmo pelos seus padrões superficiais. Parece com silêncio a princípio, embora, em breve está claro que não é. Pássaros, montes dele chilreando, alguns cantando, sons que soam distintos e similares, tudo ao mesmo tempo, apesar de ele não saber como distingui-los. Insetos também, alguns zumbindo, alguns melódicos. Há uma melodia na água corrente, particularmente por quão pouco há. O ar parece falar também, após um tempo, e ele decide que já deu tempo suficiente para Yibo ter voltado para casa.

Ele caminha por uma milha ou duas antes de chamar um táxi. para a estação de trem. Ele pega o trem bala regular, que ele normalmente apanha, e cai no sono no trem, pelo qual ele se sente grato. Quando ele finalmente liga o telefone novamente, há várias mensagens de voz e 18 mensagens de texto. Ele as deleta todas, sem ler ou ouvir. E bloqueia o número também. Existe um espaço oco no seu peito onde ele costumava sentir coisas. Mesmo a dor sumiu agora. Simplesmente está... oco.

Xiao Lu está dormindo quando ele chega em casa, mas, Jin Su está carregando A'Yuan pelos cantos, em quem ela acha que está nascendo dentes, porque ele andou agitado a tarde e manhã inteiras. Mesmo agora, ele está choramingando, deitado contra o peito dela. Ele estica a mão para pegar o bebê, sem pensar, e imagina se isso foi presunçoso demais. Mas, antes que ele possa retrair os braços, A'Yuan sobe nele, deitando a cabeça contra o seu ombro. O bebê ainda chora, mas não ergue a cabeça novamente. Jin Su sorri para ele, parecendo aliviada. Ela lhe diz que Wen Qing tinha caído no sono com Xiao Lu, e que os pais dele ainda estão no baile de gala de caridade. Ele assente e a manda ir para a cama, avisando-a que ele colocará A'Yuan no seu quarto, quando ele estiver dormindo. Ele tem toda intenção de fazer exatamente isso quando ele vai para o quarto das crianaçs, mas, a seguir, ele se senta na cadeira de balanço, e cai o sono com A'Yuan. Ele não acorda até que ouve Jin Su sussurrando, "A'Zhan... acorde."

Ele acorda lentamente, e o calor do corpinho de A'Yuan é um casulo, um pouco dele fluindo para o oco que ele tinha tão profundamente sentido dentro mais cedo naquela noite. Jin Su alcança o bebê com um sorriso, e ele tenta não mostrar a sua relutância de abandonar o calor, enquanto ele o entrega para ela. A'Yuan se mexe inquieto só um pouco, antes de se acomodar contra a sua mãe, os seus dedos gordinhos, de algum modo, encontrando apoio numa madeixa do cabelo dela. Ele sorri, de modo distraído, vendo o gesto, e fica surpreso quando Jin Su estica a mão para tirar uma madeixa do seu cabelo da sua testa. Ninguém além da sua mãe o toca assim, e ele está surpreso. Contudo, não é uma surpresa desagradável.

Ele olha para ele e ela pergunta, delicadamente, "Você está bem?"

Os olhos dela são gentis e calorosos, e ele admira-se com a boa graça de Wen Xu que ele encontrou-a para ser a mãe dos seus filhos.

Ele acena com a cabeça.

"Durma bem." Ela diz, tirando a mão.

Ele assente novamente e então a observa abaixar A'Yuan no seu berço, antes de ir para o seu próprio quarto.

Ele dorme melhor do que esperava.

Uma semana mais tarde, dois dias após o regresso oficial da UNIQ à China, MianMian entra no seu escritório para dizer que Yibo solicita uma reunião com ele.

"Eu estou ocupado. Qualquer coisa que ele precise, Haikuan pode lidar com isso. Ou a minha mãe."

"Ele diz que só quer cinco minutos."

"Eu dificilmente tenho algo a ver com a rotina diária deles. Realmente não há motivo para ele me ver."

MianMian fica em silêncio naquele momento, e ele sobe o olhar para ela do seu laptop.

"Você está o evitando?"

"Não. Eu não motivo para evitá-lo. Ou para vê-lo, de verdade. Por favor, diga-lhe para não aparecer sem um horário marcado na próxima vez."

MianMian fica ali parada o fitando por um momento, e ele diligentemente ignora o seu olhar. Depois ela suspira e sai.

Yibo aparece de novo no dia seguinte.

"Eu pensei ter dito a ele para não aparecer sem um horário."

"Mas ele marcou um horário."

Ele olha para cima. "Você deixou ele marcar um horário?"

"Oras, não foi isso o que você disse?" ela questiona.

"Eu disse a ele para não aparecer sem um horário. Não que ele conseguiria um. E, eu certamente não lhe disse para deixar ele marcar um horário."

Ela dá um suspiro, e sai.

Yibo volta no dia seguinte. Claramente, sem nenhuma hora marcada.

"Eu estou começando a perder a minha paciência." Ele fala, quando MianMian anuncia que ele solicita apenas cinco minutos.

"Por que você é tão maldoso com ele?" ela pergunta, irritada.

A expressão dele é vazia ao dizer, "Eu não gosto dele, MianMian. Será que está de bom tamanho? Eu não gosto dele. Eu não desejo vê-lo. Eu não tenho tempo para ele. Eu gostaria que ele parasse disso, e se concentrasse em se preparar para a sua viagem na semana que vem."

Ela está muito chateada com ele para responder a isso, e vai para a porta. Quando ela a abre, a sua voz é anormalmente elevada quando fala, "Yibo."

Ele olha para cima e do outro lado da sala, flagrando o rosto chocado de Yibo do lado de fora. Ele não sente nada, ao voltar a abaixar o olhar para o seu laptop.

Wang Yibo tinha deixado de existir para ele.

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Eu sei que é frustrante, mas eu prometo que vai melhorar em breve. Não desistam ainda, sério! Essa autora é assim mesmo, torturante haha

Coisas Preciosas (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora