27: De Luoyang a Pequim - Segunda Parte

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"Ainda dói?" Yibo pergunta e ele se volta a ele, dando um fim à pretensão de estar lendo novamente. Porque, como diabos uma pessoa é capaz de se concentrar, quando Wang Yibo insiste em segurar a sua mão.

O aperto de Yibo é macio, e a garrafa ainda está em cima da queimadura, embora não esteja mais tão gelada. Mas ele não tem a coragem de falar isso para Yibo.

"Esse é o bordão do nosso relacionamento inteiro." Ele responde.

Yibo sobe o olhar da sua mão, ligeiramente distraído, os seus olhos questionadores.

"Doeu? Dói?" Ele diz.

"Você não odeia dor?" Yibo pergunta com um sorriso.

"Apaixonadamente." Ele responde.

"Deve ser por isso que não deu certo." Yibo murmura.

Os seus olhos disparam para Yibo, mas Yibo já virou o seu rosto para olhar janela afora.

Ele pensa em dizer algo para melhorar, mas, ele deve ser um sádico em se tratando de Yibo, porque, o que ele diz é, "De fato. Ninguém nunca me fez sangrar."

Ele vê a garganta de Yibo subir e descer, mas ele não se vira de novo.

Há uma pontada no seu peito, porque Yibo não responde.

"Eu não deixei que ninguém..." ele sussurra.

Há uma pausa infinitesimal, quando ele vê o corpo inteiro de Yibo ficar imóvel. Ele para de respirar por um instante. Yibo não retorna o olhar, contudo, mas ele sente os dedos de Yibo se encaixarem entre os dele, onde ele estivera o segurando, apertando delicadamente. Ele aperta de volta.

Yibo ainda está olhando janela afora, então, ele dobra o livro e pergunta, com a voz baixa, "Você sabia que eu estava vindo para Luoyang, não sabia?"

Yibo não responde.

"Quem contou? Minha mãe ou o meu pai?"

"A sua mãe não faria isso contigo." Ele diz, imediatamente.

"Por quê?" ele dá um puxão nas suas mãos, que estão unidas.

Yibo se vira. "Ela não faria nada para lhe machucar."

"Ah. E nós estabelecemos que você adora me machucar." Ele diz, curvando os lábios.

Yibo olha para cima, vê a sua expressão, e inclina a cabeça. "Não tanto quanto você adora me machucar."

Eles se entreolham, e ele se lembra de todas as vezes em que Yibo o mordeu no ombro. Existe uma dor fantasma agora ali, apesar de o último machucado dali ter sarado há muito tempo, a única coisa restante, o sinal de uma cicatriz pálida que ficou para trás. Ele a olha com frequência, desejando que não mais desvaneça.

"Foi o seu pai, então?" ele pergunta, quando o olhar está desviando para um território perigoso.

"Era inevitável. Como ele conseguiria esconder de mim?"

"Por isso, você simplesmente apareceu na porte dele? Por que você não avisou a ele que você vinha?"

"Por quê? Para que ele pudesse alertar você, e você pudesse cancelar a sua viagem?" Yibo inclina uma sobrancelha.

"Por que eu faria isso?" ele pergunta, com o seu próprio movimento de sobrancelha.

"Oh qual é, você tenta não estar o mesmo país que eu, quanto mais na mesma sala."

"Você dá muito crédito a si." Ele começa a puxar a sua mão de volta, e desta vez, Yibo deixa. Ele deve ter parecido assustado, porque Yibo toma de volta a sua mão quase que imediatamente.

Coisas Preciosas (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora