Capítulo 33 - Ano 2020

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Você me perseguiu
Como um lobo, um predador
Me senti como um cervo nas luzes do amor
Você me amou e eu congelei no tempo.
Faminto pela minha carne
Mas não posso competir com uma loba que me pôs de joelhos
O que você vê naqueles olhos amarelos?
Porque estou caindo aos pedaços.
She wolf
David Guetta e Sia

Estávamos sentadas no meio da sala do apartamento de Nicole comendo brigadeiro diretamente da panela, salgadinhos e sorvete não nos importando nem um pouco o que aquela mistura louca poderia ocasionar amanhã.
Falando da vida enquanto o filme de terror era ignorado.
Ellie não queria ver, então para ela a distração era nem vinda.
Nicole se importava mais em saber tudo sobre Matteo. Ao qual já tinha um apelido carinhoso, italiano gostoso.
Francamente minhas amigas eram duas sem noção. Eu já deveria saber o que me esperava quando elas surtaram em comentários desvairados no meu Facebook ao ver minha foto com ele no Empire State.

— Ele transa bem? — Ellie questionou me olhando com malícia.
Minha amiga estava maravilhosa. Os óculos de armações enormes foram abandonados e naquele momento ela usava um simples e bonito, segundo ela ocasionalmente ela também aderia ao uso de lentes.

— Sim. — Falei em um suspiro e tapei meus ouvidos para abafar os gritinhos estridentes das duas. — Francamente vocês não possuem vida? Ellie soube do seu casinho com o professor de história, o que houve com ele?

— Aquele imbecil era casado e mentiu para mim. — Ela disse emburrada. — Mas o carro dele sofreu as consequências. Quero ver ele explicar para a mulher dele o "acidente". — Ela ria enquanto fazia aspas com os dedos.

— O que houve com o carro dele? — Perguntei cautelosamente temendo a resposta que ela me daria. — Futuramente você pode precisar dos meus serviços Ellie?

— Eu quero ver ele provar que fui eu.

— Calma Isadora, ela só arranhou o carro dele. Ela é só uma doida varrida mesmo, não uma criminosa. — Nicole revirou os olhos e bebeu um gole do regrigerante de uva. — Eu que dei a idéia e ajudei. — Coloquei a mão na boca para abafar uma risada escandalosa.

— Meu Deus estou cercada por criminosas. Pretendiam acabar com o réu primário de vocês por conta de um filho da puta? — Ambas deram de ombros e aquilo conseguiu me deixar perplexa. — Vocês são loucas.

— Ele mereceu Isa. — Ela disse tentando justificar a sua defesa.

Fiz um gesto descartando o comentário e foquei no copo de refrigerante a minha frente já pensando nas consequências desastrosas que todas aquelas guloseimas iriam fazer para o meu bumbum.
Teria que amanhã procurar uma academia por aqui urgente se quisesse manter a boa forma.

— Podíamos amanhã irmos a uma balada. O que acham? — Nicole soltou do nada.

— Por que não ficamos em casa assistindo filmes e fazendo isso aqui que estamos fazendo agora? Me soa muito mais interessante. — Nicole revirou os olhos e apontou a colher vazia de brigadeiro para ela.

— Não tente nos contagiar com seu espírito de velho Ellie. Até os velhos são mais divertidos que você.

— Sou considerada velha por querer ficar em casa e não em um local cheio de bêbados tarados? Então sim, fico feliz de me considerar uma senhora de oitenta anos se preciso for. — Ellie disse emburrada o que me fez rir e chamar atenção das duas para mim.

— Ei Isa, você pode desempatar esse impasse. O que prefere balada ou filmes?

Eu fiquei em uma sinuca de bico naquele momento, era como estar entre a Cruz e a espada.
Minhas opções eram boas, mas ambas me faziam ficar na merda após o ocorrido.
Bebidas e festas sempre me deixavam fodida pois eu não tinha controle sobre o álcool em meu corpo e acabava na cama de um estranho.
E filmes e doces frequentes iriam contribuir para um traseiro gordo.
Ótimo.
Por que não me deram a opção de fazer uma aula de dança? Ou ir para uma academia para pegar pesado?

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora