Capítulo 40 - Ano 2020

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Mas um há um lado seu que eu nunca conheci
Todas as coisas que você dizia elas nunca eram de verdade
E os jogos que você jogava você sempre ganhava.
Set fire to the rain
Adele


Como seguir em frente se tem algo que te prende ao passado? 
Como uma âncora te puxando para o fundo do mar, mais fundo, bem mais fundo fazendo com que você se afogue e não consiga mais sair disso.
Assim que eu me sentia por Murilo. Não conseguia me desprender e o sentimento me segurava e me puxava cada vez mais fundo até eu não saber mais o que fazer e nem como me livrar.

— O que quer falar? Existe um nós? — Ele disse surpreso e com um brilho de esperança em seu olhar.

— Não quero que crie coisas onde não tem Murilo, o assunto é sobre o passado, não um passado que não existe, não um futuro que não temos.

Ele pareceu murchar com minhas palavras, e por mais que eu sentisse algo dentro de mim ficar triste só por ele estar, ignorei tudo para dizer o que tinha que ser dito entre nós.

— O que quer falar? 

— O que te levou a fazer aquela aposta ridícula? — Ele cruzou as mãos e apoiou o queixo nelas parecendo pensativo.

Aquela espera toda me deixava nervosa pois não sabia o que esperar dali, o que ele iria dizer.
As palavras de Murilo poderiam me dar uma luz ou me deixar com ainda mais ódio.

— Não quis brincar com você Isadora, em momento algum. — ele respirou fundo e continuou. — Eu te amava de verdade, amo ainda. 

— Direto aos fatos Murilo, não venha com esse papinho de amor, o momento não cabe.

— O caralho que não cabe. Você deve achar que tudo não passou de um jogo quando não foi bem assim. — Ele disse irritado e me calei o deixando continuar.

— Minha aproximação de você não teve nada a ver com a aposta. Me deixei levar pela minha curiosidade de saber mais sobre você.

— Se interessou por mim como um ser exótico em um zoológico. — Alfinetei incapaz de me conter.

— Quer parar de tirar conclusões ridículas, na época eu fui um idiota ok. Errei, mas foi para te proteger. 

— Onde que brincar com meus sentimentos pode ser confundido com proteção. — me levantei exaltada e me dirigi a porta. — Foi um erro ter vindo aqui.

Antes que eu pudesse segurar a maçaneta para sair dali Murilo me puxou de encontro a ele, tão rápido que minha cabeça deu voltas tanto pelo seu perfume que me deixava louca quanto pelo movimento.

— Não terminei Isadora, vai me escutar.

— Não quero mais escutar suas desculpas idiotas.

— Então acha que pode iniciar um assunto, ofender tudo o que sinto por você e ir embora como se nada tivesse acontecido? Uma ova que vai.

— E pretende o quê? Me prender para que o escute? — Falei em tom de deboche.

Para minha consternação ele se aproximou ainda mais de mim até que nossas respirações se mesclassem e nossos rostos estivessem a menos de um palmo de distância.
Seus olhos brilhavam com sentimentos indizíveis e sua língua passou pelo lábio inferior fazendo com que meus olhos acompanhassem o movimento e como consequência meu coração disparou como um louco dentro do meu peito.

— Vou terminar aí depois você pode continuar correndo de mim como uma covarde.

— Não sou covarde. — Tentei usar minha mão livre para bater em seu rosto e ele a segurou a colocando contra seu peito largo, muito perto do seu coração, me fazendo sentir suas batidas aceleradas imitando as minhas.

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora