Isadora é uma garota de dezessete anos revoltada e com muitos traumas. Após a morte de seu pai e irmão gêmeo há dois anos, ela mudou muito, e se fechou para o mundo ao redor. Vê sua vida mudar quando sua mãe resolve voltar para uma cidade pequena pa...
Ainda estou aqui sem você amor, Mas você permanece na minha mente solitária Eu penso em você amor E eu sonho com você o tempo todo Eu ainda estou sem aqui sem você amor, Mas permanece aqui comigo em meus sonhos Essa noite somos só você e eu, juntos. Here without you 3 doors down
Quanto mais eu escondia o assunto da viagem mais meus pensamentos não conseguiam focar nas atividades mais básicas e Murilo percebia aquilo. Eu queria contar para ele tudo que me deixava agoniada, mas meu cérebro maldito se recusava a cooperar comigo e algo me travava toda vez que eu tentava.
— O que há com você honey? Está tão dispersa esses dias. — Aquele era o momento, se caso eu não contasse não iria contar nunca mais.
— Tenho que te contar uma coisa. — Nos sentamos debaixo de uma árvore que havia no pátio da escola e ignorei os olhares reprovadores dos alunos. Aquilo me dava nos nervos, mas não havia o que fazer a não ser deixar para lá.
Desde que eu e Murilo assumimos o que quer que tivéssemos aquilo já havia virado rotina. Todos viam o casal Maravilha como rei e rainha do baile de formatura e parecia que minha presença havia estragado os planos de uma vida. Eu não ligava, eles que se fodessem. Gostava de Murilo e não iria abrir mão de minha felicidade por conta de preconceitos, já havia feito aquilo antes e não estava disposta a fazer de novo.
— Minha tia quer que eu viaje com ela em Dezembro para Nova Iorque. — Falei tudo de uma vez antes que eu perdesse a coragem.
Segundos de pausa se seguiram até que se transformassem em sessenta segundos. Murilo nada falava e aquele hiatus na verdade estava me deixando aflita.
— Diga algo. Só não me diga que está feliz e que isso será seu passaporte para voltar para a diaba maravilhosa. — Tentei fazer com que ele falasse com um toque de humor, mas o medo de ser aquilo mesmo me consumia por inteira.
— Óbvio que não. Só estou pensando no que fazer.
— Preciso de uma solução urgente. Eu não quero ir embora, ficar longe de você. — Assumi. Peguei em suas mãos e olhei aflita para ele.
— Eu também não. Vou pensar em algo pode ficar tranquila. Não vai ser isso que vai nos separar. — Ele me aconchegou em seus braços e coloquei a cabeça em seu ombro me permitindo relaxar pela primeira vez desde que tive aquele embate com tia Millie. Ele era meu porto seguro. O único lugar que eu queria estar.
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Quando contei para Ellie tudo a respeito de meus dias conturbados ela fez um show digno das novelas mexicanas que minha tia costumava ver. Chorou e disse que não queria voltar a rotina monótona que tinha antes de me conhecer que, mesmo eu sendo uma ranzinza e resmungona, ela me amava. Fiquei debatendo internamente se deveria levar aquilo como um elogio ou uma ofensa. Optei pelo elogio para manter a nossa amizade firme. Naquele momento estávamos comendo um pedaço de pizza perto da escola. Ela estava mais calma e conseguia falar sem chorar. Parecia que a comida havia contribuído bastante para sua paz de espírito.