Você me trata como outro estranho
Bem, é um prazer conhecê-lo senhor
Acho que eu irei é melhor me seguir na saída.
Ignorância é sua nova melhor amiga.
Ignorance
ParamoreAviso de gatilho para sentimentos depressivos
Aquilo só podia ser uma pegadinha. Olhei em volta por via das dúvidas para ver se não havia câmeras. Ou então aquilo tudo era uma brincadeira de muito mal gosto, eu não sabia dizer qual teoria era a pior.
Eu me recusava a acreditar que aquelas duas estavam decidindo o meu futuro por mim e nem me perguntaram, só deram a notícia e pronto, mas era óbvio que eu não ia deixar aquilo barato. Não tinha como eu aceitar aquela palhaçada calada.
— Espero que a filha que você esteja falando é a Julie mãe, porque eu não vou para outro país. — Minhas mãos tremiam de nervoso e eu estava a um passo de cometer uma loucura.
— Será para seu bem menina, não seja ingrata jogando uma oportunidade de ouro fora.
— Não se meta tia Millie. — Eu estava por um fio e a voz da minha tia já estava me irritando.
— Olha como fala com sua tia Isadora. — Minha mãe gritou e aquilo foi o que restava para meu controle ir embora.
Me levantei de forma brusca, a cadeira caindo com um baque no piso de linoleo. A raiva transbordando por cada poro do meu corpo.
— Vocês nem ao menos me consultaram, decidiram algo para mim sem nem ao menos saberem se é isso que eu quero. Pois tenho novidades também, eu não vou. — Gritei as últimas palavras, assustando Julie e corri para o quarto, segurando as lágrimas. Me recusava a chorar na frente delas.
Subi as escadas de dois em dois, quando cheguei no topo fui para meu quarto, bati a porta com um estrondo e gritei com todas a força que tinha.
Joguei porta retratos com fotos minha e de Nicole ao chão; tirei o lençol da cama e os rasguei. Eu estava louca de raiva e frustração e só poderia descontar em meus próprios objetos pessoais.
Sabia o que minha mãe queria, era se livrar do fardo que eu era. E quem a poderia culpar? Eu era um problema, uma bomba prestes a explodir e destruir tudo o que estava a minha volta. Ela já estava cansada de mim, eu via aquilo em seus olhos ao me olhar todos os dias.
Lágrimas caíam de meus olhos sem que eu pudesse controlar, borrando minha maquiagem e fazendo com que o rímel manchasse minhas bochechas. Eu estava uma bagunça, tanto por dentro quanto por fora.
Batidas na porta me deixaram em alerta, mas não liguei, não iria atender e não me importava quem fosse. Eu só queria destruir tudo, acabar com aquilo, com aquela dor que me consumia.
— Abra essa maldita porta Isadora. — Era a minha mãe.
— Vá embora. — Gritei.
Peguei o abajur de meu criado mudo e o lancei para a porta. O impacto fez com que ele se partisse ao meio.
— Você está louca menina. — Eu sentia pena do desespero que minha mãe enotava, mas quando eu lembrava de tudo, aquilo sumia como em um passe de mágica. Afinal, fora ela que havia contribuído para que eu me tornasse assim. Fora ela que fez com que eu me sentisse culpada, ela contribuiu para a minha destruição.
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Meu erro ( Em Revisão )
Teen FictionIsadora é uma garota de dezessete anos revoltada e com muitos traumas. Após a morte de seu pai e irmão gêmeo há dois anos, ela mudou muito, e se fechou para o mundo ao redor. Vê sua vida mudar quando sua mãe resolve voltar para uma cidade pequena pa...