Capítulo 17 - Ano 2010

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Apenas não desista,
Estou me esforçando
Por favor não me deixe, não vou decepcioná-la
Fiquei confuso
Preciso de uma pausa para respirar
Só chegue mais perto.
O que você quer de mim?
Whataya want from me
Adam Lambert


Por mais que eu pedalasse a toda velocidade nada era o suficiente para me afastar da lembrança dos olhos do Murilo. Seus belos olhos que me olhavam com afeição e com mil promessas.
Nada me afastava da lembrança de seus lábios que me diziam coisas tão belas e tocava nos meus com carinho e afeição.

Sabia que poderia estar sendo tola e desperdiçando uma oportunidade de estar conhecendo alguém legal, mas eu tinha que me resguardar. Não podia confiar assim, minhas experiências não foram uma das melhores e, infelizmente, aquilo atrapalhava todo o meu presente.
Quem dizia que o passado não ditava as regras do futuro não sabia o que era passar o que passei.

Cheguei em casa e joguei a bicicleta de qualquer jeito no quintal da parte de trás de minha casa. Só queria ir para o meu quarto e esquecer tudo aquilo.
A quem eu estava querendo enganar? Eu não comseguiria esquecer nada do que ele me falou.

— Olá Isadora. Onde esteve? — Tia Millie me cumprimentou sem nem ao menos tirar os olhos da televisão onde assistia novela mexicana.
Revirei os olhos tanto por ela estar vendo aquelas novelas cafonas, quanto por sua tentativa de ser amigável comigo.

—Muito bem. —Resmunguei e me encaminhei para meu quarto.

— Antes de ir preciso falar com você. Por que não senta aqui e assiste a novela comigo.

— Tá brincando não é? — Minha tia não tinha noção alguma só podia ser aquela a explicação. — Quer tomar um chá também não?

— Senta logo aí Isadora, preciso falar com você. — Minha curiosidade falou mais alto e me sentei na poltrona, a favorita do meu pai. Coloquei os pés sobre a mesinha de centro e lhe lancei o melhor olhar de tédio que fui capaz.

— Fala logo.

— Como bem sabe estou terminando de montar minha firma de advocacia...

— A senhora trabalha? Não acredito. Pensei que só gastasse a herança do seu falecido e velho marido. — Falei em tom de deboche.

Minha tia era viúva, assim como minha mãe. Só que no caso dela, não havia amor em seu casamento. Ela apenas visou o dinheiro que o velho tinha.
Era a minha teoria já que o homem em questão detinha setenta anos.
O que mais poderia ser além de uma caça dotes?

— Não seja sarcástica e me deixe concluir. — Fiz um sinal e ela continuou. — Estou terminando de montar uma firma de advocacia e devo dizer que pelos contatos de meu falecido marido, ouso dizer que será um sucesso.

— E o que eu tenho a ver com isso?

— Eu falei com sua mãe e ela concordou que seria genial se você fizesse direito em alguma Universidade nos Estados Unidos e, quando se formasse, trabalhasse comigo. — Não havia espelho algum a minha frente para confirmar, mas eu sabia que meu queixo devia ter batido lá no chão com aquela revelação.

Me levantei exaltada, a raiva resvalando por cada poro de meu corpo.
Como elas ousavam fazer aquilo comigo? Continuavam decidindo meu futuro sem nem ao menos me consultar. Seria hilário se não fosse bizarro.

— Acham mesmo que podem continuar fazendo isso?

— É o melhor para você minha querida. Um dia quando for mais madura verá que eu e sua mãe só queremos seu bem. — Ela disse de forma tranquila, pouco se importando com meus acessos de fúria.

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora