Capítulo 20 - Ano 2010

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Quando você vai embora
Os pedaços do meu coração sentem sua falta
Quando você vai embora o rosto que eu conheci
Também me faz falta
Quando você vai embora
As palavras que eu preciso ouvir
Para passar o dia
E fazer tudo ficar bem...
Eu sinto sua falta
When You're gone
Avril Lavigne

Meu cérebro dava ordens gritadas para que eu me movesse, que eu fosse para casa e que fingisse que nunca havia conhecido Murilo, mas eu não conseguia fazer nada. Parecia que meu corpo havia sido paralisado e nem com vários choques ele seria capaz de voltar a vida.

—Isa, Isa. Está me escutando? — O som da voz de Ellie chegava aos meus ouvidos, mas eu era incapaz de fazer alguma coisa.

Eu só conseguia pensar no quão burra eu fui. Demorei para me abrir para alguém de novo, para deixar um garoto entrar na minha vida e olha o que recebi.
Mentiras e mais mentiras se tornando uma teia pegajosa ao qual eu não conseguia me livrar mesmo que eu lutasse.
Meu coração estava quebrado e a vontade de chorar, gritar, bater nele me acometia a cada segundo passado.
Eu tinha que sair dali antes que eu fizesse tal vergonha e me arrependesse por jogar o resto de bom senso que eu tinha na lama.

— Está me deixando preocupada Isa. — As palavras de Ellie foi o que bastou para que eu conseguisse sair do meu transe. Pisquei e a olhei sem dizer nada, um semblante duro marcando meu rosto.

— Vamos embora. — Falei sucinta.

— O quê houve com você? Do nada travou fiquei com medo de você estar em algum tipo de crise.

— Estou bem. — Falei rápido e alto demais, na certa para tentar convencer a mim mesma daquilo.

— Tem certeza? — Assenti e continuamos a andar. Dei uma última olhada para trás e vi que Murilo já estava só e com um semblante consternado.
Nossos olhares se encontraram e vi pavor refletido nos dele.
Antes que ele pudesse fazer qualquer tipo de movimento, peguei na não de Ellie e a arrastei ate o ponto de ônibus.

Antes que ele pudesse fazer qualquer tipo de movimento, peguei na não de Ellie e a arrastei ate o ponto de ônibus

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O som do rock pesado saía berrado nos altos falantes do pequeno som portátil que ficava em meu quarto. Eu precisava daquilo para acalmar meus pensamentos desordenados.
De olhos fechados eu tentava esquecer aquela imagem horrível que presenciei, mas nada surtia efeito.
A culpa era toda minha, o que eu tinha na cabeça ao imaginar que um garoto bonito como Murilo largaria aquela beldade que Belle era para ficar comigo.
Meu sobrenome deveria ser Isadora iludida.
Não cansava de pensar o quão trouxa eu fui e eu teria que conviver com aquilo todo os dias. Com minha vergonha de ser enganada mais uma vez.

Eu escutava um leve barulho na porta sob o estrondo de evanescense.
Graças aos céus minha mãe havia resolvido me liberar do castigo e achou que eu era madura o suficiente para ter minha porta de volta, graças ao meu bom comportamento naquele mês.

— Eu não consigo escutar nem meus pensamentos com essa música horrível tocando sem parar. Parece que estamos em um velório Isadora, seguido de uma melodia que não dá nem mesmo para escutar a voz do cantor. — Tia Millie gritava por sobre a música e para minha irritação ela desligou o som quando viu que eu a ignorava. — Não se faça de surda. Posso saber o que há com você?

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora