Capitulo 18 - Ano 2010

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Eu tive que ir atrás de você
Dizer que preciso de você
Dizer que você é única.
The Scientist
Coldplay

A semana na escola passou de forma muito rápida para meu gosto. Todos os dias e semanas estavam passando rápidos demais e aquilo não era nada bom para mim.
Passagem de tempo rápida significava que meus dias no Brasil estavam contados.
Quanto mais os dias se passavam mais nervosa eu ficava por não encontrar uma saída para meu problema. Que era o fato de não querer sair do país com tia Millie.

— Droga. — Bati a porta do armário com força e frustação.

— Alguém acordou irritada hoje.

— Acho melhor sair de perto porque ela pode morder. — Revirei os olhos para as provocações do grupo de Belle e tentei ignorar aquilo tudo.

— Melhor sair da frente esquisita. Eu quero passar. — A olhei de cima a baixo e dei um sorriso de canto.

— Não estou tomando conta do corredor todo garota, então passe. — Eu pensava que a enfrentando seria uma boa opção e a faria parar, mas quanto mais eu o fazia mais ela se sentia no direito de me importunar.

Ela se aproximou de mim, sua postura ereta como que para me intimidar. O que era risível pois tanto eu quanto ela sabíamos que eu não era uma das muitas pessoas na escola que baixava a cabeça para os desmandos dela.

— Você é desprezível.

— Eu que sou mesmo? — Falei em deboche e sai andando. Não tinha saco para aturar aquela garota. Havia problemas para serem pensados e Belle não era um deles.

— Além de esquisita é surda. — Me virei e a olhei furiosa.

— Por que não me deixa em paz.

— Por que você assinou seu destino ao se meter com meu namorado.

— Para de ser infantil Belle. Não tenho nada com ele.

Antes que ela dissesse mais uma palavra o inspetor passou por ali e nos olhou de canto.
Ele já tinha o conhecimento de que não podíamos ficar próximas uma da outra após aquele acontecimento.
Aquilo para mim foi ótimo pois fez Belle recuar e sair dali com o rabo entre as pernas.
Respirei aliviada e saí pelos portoes da escola, sentindo o vento gelado beijar meu rosto fazendo com que meus cabelos voassem por todos os lados.
Um trovão cortou o céu fazendo um barulho medonho e assustador, indicando que uma chuva épica iria cair a qualquer momento.
Apressei o passo para chegar ao ponto antes que ela me pegasse, mas já era tarde. Grossos pingos d'água já começavam a cair em meus braços e logo eu estava correndo para procurar um local para me abrigar.

Cheguei no ponto de ônibus completamente enxarcada e xingando todos os palavrões inventados pelo homem.
A blusa da escola já estava colada ao meu corpo como uma segunda pele e meus braços estavam arrepiados com o frio que eu sentia.
Eu deveria ter quebrado algum espelho pra ter tanto azar na minha vida maldita.
Estava tão distraída mandando um sms para mimha mãe que nem havia me dado conta de um carro parado ali em frente ao ponto onde eu estava.
Os vidros estavam fechados, mas eu tinha a sensação de já ter o visto em algum lugar.
Olhei para ele desconfiada quando o vidro se abaixou de forma lenta e suave.
Logo Murilo apareceu para sorrindo para mim.

— Vejo que precisa de ajuda.

— Obrigada por apontar o que está na cara Capitão óbvio. — Minha voz esbanjava sarcasmo e aquilo foi capaz de arrancar uma gargalhada dele.

— Deixa de ser marrenta Isadora. Só quero te ajudar.

— De boas intenções o inferno está cheio.

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora