Capítulo 13 Ano 2010

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Correndo atrás da monção
Além do mundo para o fim do tempo
Onde a chuva não vai ferir
Lutando contra a tempestade no azul
E quando eu me perco eu penso em ti
Juntos estaremos correndo para algum lugar novo
Moonson

Tokio hotel

Me surpreendia com a minha capacidade de conseguir fazer besteira e estar me encaminhando para um naquele exato momento.

Chegar perto de Murilo seria como derrubar com uma marreta um pequeno pedaço do muro que construí, mas eu não conseguia me controlar. Era como o ar que eu precisava para respirar. Meu coração e corpo tinham anseio de sentir a paz que ele me proporcionava, ele afastava tudo que havia de ruim em mim e, como uma mariposa atraída para a chama, lá estava eu indo de encontro àquilo.

Me sentei ao seu lado e encarei seu olhar surpreso para mim. Um sorriso involuntário surgiu por seus lábios e seus olhos brilhavam com emoções que eu não conseguia decifrar.

O silêncio tomava conta do local, somente quebrado pelo barulho dos grilos e, ao que parecia, um som igualzinho ao de água batendo em alguma pedra. Desviei meu olhar e constatei que estávamos perto de um pequeno lago.

— Escutou tudo não é. — Sua pergunta soou mais como uma afirmação para mim.

— Na verdade, não. Só escutei os gritos histéricos de sua namorada do mal, então tudo o que ela falou ficou desconexo. — Ele assentiu e ficou olhando para a água escura do lago.
Nela estava refeltida a luz da lua, como se ela e o água fizessem parte do mesmo corpo, unidos e nunca longe. Era uma bela imagem para se contemplar.

Murilo tirou um maço de cigarros do bolso e acendeu um soltando a fumaça que estava presa em sua boca.

— Ela não me entende. Sempre quer as coisas do jeito dela e se não for feito, acontece o que ocorreu hoje.

— E o que ela queria?

— Estou cansado dela. — Ele não me respondeu e olhou nos meus olhos, voltando a falar. — É tudo tão difícil com Belle, não há risos fáceis e me sinto sufocar a cada dia que passa.

— Então por que continuar? — Eu não estava acreditando que discutia sobre o relacionamento dele. Acho que não estava batendo bem da cabeça.

— É complicado Isadora.

— Não é, as pessoas que complicam. — Falei sem pensar. Aquilo servindo como uma luva para mim. Eu complicava minha vida de diversas maneiras e não escondia que às vezes fazia aquilo de propósito.

— Então por que não segue seus próprios conselhos? — Ele falou de forma calma.

Sabia que ele não havia feito por mal, mas levei aquilo para o lado pessoal. Me levantei e na minha expressão havia fúria.

— É isso que dá tentar ajudar os outros. — Saí andando, mas antes que pudesse dar mais do que três passos, Murilo pegou em meu pulso e me virou para olhar em seus olhos.

— Não quis ofender.

— Mas ofendeu.

— Me desculpe mesmo Isadora, não foi minha intenção.

Revirei os olhos para mim mesma. Eu estava sendo dramática como sempre e aquilo era a primeira coisa que eu deveria tentar mudar ao menos. Não havia necessidade e muitas pessoas não mereciam aquela merda de mim, Ellie e Murilo eram o exemplo.
Me sentei de novo ao lado dele e fitei o céu noturno, admirando o quão brilhantes as estrelas estavam.

— O que faz aqui? Se me permite perguntar.

— Não sou tão ruim assim, acho que se estou aqui e conversando com você isso prova não é. E seria normal se me perguntasse algo, estar em um monólogo não é legal. — Murilo assentiu e me olhou nos olhos.

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora