Isadora é uma garota de dezessete anos revoltada e com muitos traumas. Após a morte de seu pai e irmão gêmeo há dois anos, ela mudou muito, e se fechou para o mundo ao redor. Vê sua vida mudar quando sua mãe resolve voltar para uma cidade pequena pa...
Rastejando dentro da minha pele Essas feridas não irão se curar O medo é o que me derruba Confundindo o que é real Crawling Linkin Park
Murilo brincava com meus cabelos enquanto estávamos deitados em minha cama. Beijei seu peito nu e o olhei para seu rosto com adoração. Seu semblante estava sério e seu olhar focado no nada, como se estivesse pensando em algo muito sério.
— O que é tão preocupante que é digno de uma expressão tão emburrada? — Falei com um sorriso de canto. Ele piscou duas vezes e balançou a cabeça.
— Não é nada Honey. Só estou pensando na viagem. — Entrelacei meus dedos nos dele que os beijou logo em seguida.
— Vai dar tudo certo. — Falei convicta. Me referia não somnete a viagem em si, mas tudo o que vinha após a ela.
Combinamos que não voltariamos para casa. O acampamento seria só um disfarce para o verdadeiro plano, que era fugir para o Rio de Janeiro. Murilo ficou de comprar as passagens de ônibus e tudo estava correndo as mil maravilhas ao meu ver. Nada estava dando errado.
— Só quero sair logo de Prazeres. Te levar para bem longe daqui. — Por um instante senti uma nota de desespero em seu tom de voz. Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão e me apoiei no cotovelo para o observar melhor.
— Quer me contar algo?
— Por que diz isso? — Me levantei e sentei na cama dando de ombros.
— Não é nada, apenas perguntei. — Ele me deu um beijo rápido e se levantou da cama buscando cada peça de roupa jogada no chão.
Meus olhos percorreram seu corpo esguio e não pude deixar de sorrir como uma boba ao ver a beleza de Murilo em seu auge. Eu era uma apaixonada idiota aquilo era fato. Só esperava que quando me olhassem não ficasse tão evidente.
— Já arrumei minhas coisas para a viagem e você?
— Tá tudo certo.
— Lembre-se de não se atrasar para chegar na escola amanhã e não perdemos o ônibus.
— Já vai? — Ele assentiu e tateou o bolso pescando o telefone logo em seguida. Fez uma careta como que quer que tenha visto na tela fosse ruim e veio até a mim me dando um beijo na testa.
— Te espero amanhã. — Assenti e ele seguiu para a janela, a abriu e passou a perna direta por ela, mas antes de sair por completo, ele me olhou e sorriu. — Nunca se esqueça do quanto eu te amo e do quanto é importante para mim. — Antes que eu pudesse ter direito a falar alguma resposta ele saiu, mas suas palavras ficaram martelando em meu cérebro por um bom tempo.
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O despertador do meu celular tocava anunciando que já era hora de levantar. Em uma situação normal eu estaria com muita raiva por ter que levantar dos meus preciosos segundos de sono para ir àquela maldita escola, mas na atual conjectura eu me encontrava feliz. Iríamos para aquela viagem que seria somente uma desculpa para que fugissemos.