Capítulo 7 Ano 2010

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Quando minha hora chegar
Esqueça os erros que cometi
me ajude a deixar para trás algumas
Razões para sentir minha falta
E não fique magoado comigo
Quando sentir-se vazio
Me mantenha em sua memória
E esqueça todo o resto.

Leave out all the rest
Linkin Park

Aviso de gatilho para sentimentos depressivos

Abri a porta como se morcegos diretamente fugindo do inferno estivessem em meu encalço. Não diria que morcegos, mas minha mãe se assemelhava a algo fugindo do inferno naquele momento. O próprio diabo teria medo dela quando estava furiosa.

Primeiramente que, por minha causa, ela teve que ir para a minha escola, saindo mais cedo do trabalho. Somente aquilo era o suficiente para a deixar furiosa. Aquele dinheiro que ela ganhava era o nosso único sustento, a pensão que meu pai havia deixado mal dava para pagar as contas. Eu meio que compreendia o medo dela de perder o emprego, se acontecesse estaríamos com uma mão na frente e outra atrás.

Mas não era somente aquilo que contribuiu para que a irritação de minha mãe aumentasse, eu a deixei plantada quando estava me procurando. E quando ela me encontrasse iria arrancar meu couro.

O mais sensato era eu ir para meu quarto e fugir enquanto eu podia, pois eu iria escutar um sermão daqueles de deixar a orelha queimando. Minha mãe era do tipo que não dava o assunto por encerrado tão facilmente.

Subi as escadas de dois em dois, quase caindo de cara em um deles, e fui para o meu quarto. Quando cheguei no andar de cima paralisei com o que via diante de mim.

Meu quarto estava aberto, sem porta, como se um furacão tivesse passado por ali e a arrancado no processo, deixado um sinal de destruição que meu quarto sempre foi, com roupas jogadas para todos os lados, expostos como uma obra de arte bagunçada.

Minha mãe era a responsável pela perca de privacidade, não havia explicação, era bem a cara dela. Aquilo tudo deveria se dar pelo o que acontecera na noite anterior.
Minha birra e rebeldia custaram um alto preço e eu não estava gostando nenhum pouco de pagar.

— Espero que tenha gostado da sua nova decoração. — Estava tão distraída pela aquela visão de meu quarto desnudo que nem notei minha mãe se aproximando de mim.

Ela se movia como um gato que queria pegar um rato, era assustador. Era espantoso que ela conseguisse subir por aquela maldita escada rangente sem fazer o mínimo de barulho.

— Mãe o que você fez com minha porta?

— Isso é só o começo de seu castigo mocinha. Brigando na escola e me fazendo de boba, quer uma lista do porquê você perdeu o direito de ter uma porta Isadora? — Bufei irritada.

— Não pode me castigar assim, eu vou surtar.

— Isso é só o começo, me dê seu mp4. — Ela estendeu a mão e, por instinto, levei a minha ao bolso do casaco, onde ele se encontrava.

As lágrimas inundaram meus olhos naquele momento. Eu aguentaria perder a porta, afinal não tinha nada a esconder de ninguém, mas o aparelho que me acalmava era demais. Sem ele eu não ia aguentar.

— Mãe por favor. — Ela não poderia fazer aquilo comigo. O que eu usaria para abafar os ruídos de minha mente vazia?

— Não tenho o dia todo menina, me dê. — Ela continuou com a mão estendida. Seu pé batia no chão, demonstrando o quão impaciente ela estava.

Coloquei a mão no bolso do casaco e pesquei o mp4 o dando para minha mãe a contra gosto. Eu estava fodida, não tinha mais saída teria que me dopar com meus remédios para aguentar minha mente turbulenta e conseguir dormir um pouco.

Meu erro ( Em Revisão  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora