Meu erro ( Em Revisão )

Capítulo 15 - Ano 2010

Eu sei o quanto isso é verdadeiro
Amor, tornaste o meu vício
Estou tão viciado em ti
Mal consigo me mexer
Mas gosto disso
E tudo isso por sua causa.
Because of You
Ne-Yo

Seus lábios tocavam os meus de maneira singela e meiga. Como se um simples movimento brusco fosse capaz de quebrar todo o clima construído.
Seus lábios se moldaram aos meus como se fossem feitos um para o outro, se movendo lentamente.
Sua mão estava em minha nuca, me segurando no lugar. Presa na sua boca macia e com gosto de hortelã. Sentindo algo que pensava estar adormecido em mim.

Sempre tive presa a minha dor, alheia a qualquer tipo de pensamentos e sentimentos positivos. Mas, naquele momento, Murilo despertou algo bom em mim. Era como se mil borboletas voassem por meu estômago. Meu sangue tivesse virado lava ardente em minhas veias e arrepios deliciosos percorreram meu corpo.
Eu estava muito perdida.

Sua língua passou por meu lábio inferior e lhe dei passagem para encontrar a minha, em uma carícia íntima. Como se fossem parceiros que houvessem se conhecido há muito tempo e tivessem se reencontrado.
Eu não podia parar.
Eu não queria parar.
Queria apenas congelar o tempo e que a realidade não quebrasse o encanto, mas minha mente sempre era a minha pior inimiga e resolveu me dar um choque de realidade.
Me lembrando de que Murilo era um cara com namorada e eu era fodida demais para ter algo de bom em minha vida.

— Para. — Falei o empurrando para longe de mim. Meu corpo já protestando por estar sendo afastado do seu toque.

— Desculpe Isadora. Não deveria ter feito isso, caralho. — Ele passou a mão na cabeça e parecia arrependido.
Aquilo me deixou furiosa e muito magoada. Eu não precisava que ele mostrasse asco por mim e nem arrependimento por ter beijado a garota estranha e feia.

— Não foi nada demais. — Falei limpando minha boca de maneira brusca e colocando em meu rosto minha máscara de indiferença.

— Foi sim. Muito mais do que você imagina. Estou fodido.

— Não vou contar a ninguém. Será nosso segredo estúpido. — Ele tentou pegar em minha mão mas o afastei como se o tocar fosse me contaminar ou me machucar.

— Está me interpretando mal. Como sempre, caramba, me deixe explicar. — Me levantei exaltada.

Eu não queria saber de suas explicações do quão errado foi o que fizemos, pois eu já sabia. O que me deixava mais chateada era ver que Murilo não havia sentido o mesmo que eu.
O ódio que eu sentia era de mim mesma por me permitir fazer papel de boba de novo.
Eu era uma idiota de carteirinha, pois qualquer garoto bonito poderia me enrolar bastava apenas ter boa lábia.

— Não há nada com o que se explicar. Quero ir embora.

— Não! — Exclamou em voz alta me assustando. — Sei o que está pensando e não vou deixar você impor distância como fez antes.

Ele me segurou pelo braço e me trouxe para o aconchego do seu corpo. Mesmo eu estando dura como uma tábua e não retribuindo ao seu gesto, Murilo não desistiu até me fazer ceder e passar meus braços por sua cintura.
Eu estava cedendo.
Ele me deixava louca e sem ação. Nada do que eu fazia parecia surtir efeito nele e minhas defesas pareciam ruir quando eu estava perto daquele garoto.

— É errado. — Sussurrei.

— Para mim parece certo. — Falou enquanto afagava meus cabelos castanhos.

— Você mentiu para mim.
Disse que queria ser meu amigo. Amigos não se beijam assim.

— Desculpe Honey Bu. Não consigo ser seu amigo. — Beijou o topo da minha cabeça e suas palavras formaram um sorriso a contra gosto em meus lábios.