FEYRE ARCHERON
O canto dos pássaros ecoou em meus ouvidos, e por alguns segundos, ouvindo a deliciosa melodia da natureza, minha mente voou para longe, o canto me transmitiu uma sensação de falsa paz. Faz tempo, muito tempo, desde que eu entrei em meu estúdio, me sentei diante de uma tela branca, me deixei levar pelos sentimentos e com o pincel e as tintas eu transmitir para a tela.
Eu pintei quadros e mais quadros que retratava diversos momentos da minha família, momentos esses que me fazia sentir viva, me senti alerta, desperta, vívida... Pintei quadro dos gêmeos e os primos brincando na neve após uma das festas de aniversário do Az transmitia alegria, um quadro do Rhys segurando os gêmeos nos braços, dias depois que eles nasceram, um quadro do primeiro aniversário da Mia, com todos presentes ao redor do bolo. Eu tinha um quadro favorito, um que pintei a dois anos atrás, todos nós, meus amigos, minha família e as "crianças", em um piquenique, em um vale, próximo de Velaris. Mas, eu estava trabalhando em outro trabalho, outra obra...
A primeira vez que a vi.
Na ponte da cidade. Os cabelos presos em um rabo de cavalo, mas alguns cachos rebeldes estavam soltos e caiam em seu rosto. Ela usava as roupas pretas habituais, sempre roupas pretas, como o pai, e apesar do tudo, ainda me lembro dos olhos brilhando enquanto ela observava a cidade, ela tentou disfarçar, mas a beleza de Velaris, do nosso lar, era de tirar o fôlego de qualquer.
Mas, o que estava me atrasando, me complicando de pintar, de transmitir para a tela a imagem, era o sorriso. O sorriso brincalhão e divertido, o sorriso que mesmo nas piores horas, nos piores momentos se abria e iluminava as pessoas ao redor.
Encostei minha cabeça no tronco grosso da árvore e observei o céu azul e infinito que pairava sob mim, não havia uma nuvem sequer, mas mesmo assim, o frio, o cruel e gélido vento, era tão forte que nem o coro illyriano foi capaz de o impedir de penetrar minha pele.
Morrigan, Lilith e Amren estavam por perto escondidas na copa das árvores, já fazia algumas horas desde que a armadilha fora montada.
Senti quando um poder negro se chocou contra meus escudos mentais, e uma garra sensual o arranhou, abri uma brecha, o deixando entrar..
— Calma Rhys.
— Isso está demorando demais. — Sua voz preencheu minha mente.
Dois meses que ela havia a levado, e a dois meses que meu parceiro não era mais o mesmo, dois meses uma angustia se instaurou dentro de mim.
Dois meses que eu tive minha filha retirada de minha proteção, pela segunda vez.
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[✔] 𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑴𝒆𝒅𝒐 𝒆 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒏ç𝒂 • acotar
FanfictionAnos após a guerra contra Hybern, os Grãos-Senhores da poderosa Corte Noturna tiveram os gêmeos Órion e Luke e quase um século depois, no mesmo momento que Amarantha ressurge, num encontro aterrorizante com todos os Grãos-Senhores, vem a notícia de...