[✔] 𝑪𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑴𝒆𝒅𝒐 𝒆 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒏ç𝒂 • acotar

𝑳𝑿𝑿𝑿𝑰 . 𝑫𝒐, 𝒊𝒕 𝒏𝒐𝒘!

CASSIAN

O general conferiu pela milésima vez as fivelas que seguravam as adagas e espadas ao redor do corpo enquanto esperava por Helion no corredor frio e mal iluminado.

Não que ele fosse usar todas aquelas armas, mas não havia ser naquele mundo que faria Cassian entrar dentro daquela cela sem uma única adaga se quer. O Encantador de Sombras tinha o mesmo pensamento, pois também estava armado até os dentes.

— Precisa mesmo de tudo isso? — A pergunta veio de um Órion frio e sem qualquer demonstração no rosto enquanto esperava encostado na parede.

Cassian apertou a fivela que segurava uma adaga no seu braço direito.

Aquilo era resposta o suficiente.

Mas Órion não quebrou o contato visual.

Foi preciso apenas alguns segundos para que a voz de seu sobrinho ecoasse em sua mente.

— Ainda é a Sky. Ela não vai nos machucar.

Órion foi o primeiro a atravessar até a prisão, ele estava totalmente fora de si, com raiva, ódio e o desejo de matar alguém, provavelmente o pai, rodopiando em volta dele, o macho derrubou inúmeros guardas no meio do processo. Ele ia entrar na cela, mas da forma que estava não ia acabar bem.

O machucado que já se curava na bochecha dele era cortesia do próprio Cassian, que precisou apagar o sobrinho com um soco.

Luke e Alex chagaram minutos depois.

O primeiro se disponibilizou a ajudar o irmão, e a segunda... ela entrou na cela, e o que viu foi o suficiente para não descer até o subterrâneo novamente. Savitor se disponibilizou a fazer companhia a ela, no palácio acima.

— Entenda uma coisa Órion, aquela humana que está lá dentro, ela não é a sua irmã, pode parecer que sim, mas enquanto aquele colar estiver preso na garganta dela, ela não pensará duas vezes antes de rasgar o seu pescoço.

O general conseguia ver cada gota de nervosismo nos olhos de Luke, mas os de Órion...

Precisaria ficar por perto para o caso do garoto tentar fazer alguma coisa incrivelmente estúpida.

— Ela recuou antes de ferir o Az. — O macho começou a rebater. — Talvez...

— Sobre aquele episódio, eu e seu pai já tentamos de todas as maneiras entender como ela conseguiu voltar a superfície, retomar o controle. — Esse acontecimento já tirou muitas horas de sono do general. — E foi apenas sorte. — Era difícil confessar isso, que foi apenas sorte, mas era o que se entendia. Se ela não conseguiu voltar após meses, naquela noite, devido aos ferimentos, o demônio deveria estar cansado, e simplesmente vacilou. — Não crie esperanças de que pode voltar a acontecer novamente.

— Não machuque ela. — Havia um toque de autoridade naquela fala que o general nunca havia escutado.

Cassian rebateu. — Farei o que for necessário para proteger a minha família, a família dos Grãos – Senhores.

Ele não feriria a sobrinha.

Em hipótese alguma.

Uma parcela de culpa ainda corroía ele por ter jogado aquela adaga, que agora devido ao tempo e a infecção, havia deixado uma cicatriz terrível no ombro da garota.