Despedida

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- Eu recebi uma ligação e fui chamado para participar de um filme. - Ele começou a falar e eu logo me empolguei.

- Charlie, isso é ótimo. Eu estou muito feliz com isso. - Falei o abraçando de lado. - É sobre o que? Quando vai lançar para podermos assistir nos cinemas? Pode levar acompanhante na premiere? Já to imaginando a gente em um tapete vermelho juntos super vestidos e sorrindo, fazendo várias poses para as fotos. - Disse encenando algumas poses que podíamos fazer. 

- Calma, querida. - Ele riu. - Eu só sei que nós do elenco vamos nos conhecer essa sexta e já começaremos a ensaiar algumas cenas para ver se temos química juntos. E que o filme é de romance e eu serei o par da principal. - Ele falou a última parte olhando para baixo, talvez fosse essa parte que o deixava chateado por me contar. Isso era algo que me incomodava e motivo pelo qual  eu sempre fiquei com um pé atrás quando me imaginava me relacionando com algum ator. Eu sempre fui ciumenta, apesar de não me orgulhar disso e eu não sei qual seria minha reação ao ver meu namorando beijando outras, mesmo que fosse encenação. 

- Puxa, é muito legal você ser praticamente o protagonista. - Dei um sorriso de canto. Minha empolgação deu uma diminuída por imaginar ele ter que beijar outra garota.

- Sim, isso é legal. É importante para a minha carreira. - Ele comentou.

- Aonde serão as gravações? - Perguntei com medo da resposta. 

- Ai que está a parte ruim. - Ele começou a falar e eu já fiquei triste antes mesmo de saber aonde era. - Em LA. As gravações demoram alguns meses e bom, acho que nós vamos adiantar o que tememos desde que nos conhecemos. - Ele disse e eu tinha que concordar com ele. Mas vendo como ele estava triste e sabendo que ele deveria ficar radiante por ter ganhado essa oportunidade, tentei pensar positivamente por ele.

- Bom, isso é verdade, mas vejamos pelo lado bom, você vai estrelar um novo filme, o que é muito bom para sua carreira, será em um local que você já tem uma casa, logo não precisará se preocupar aonde dormir e a gente já esperava que uma hora ou outra a gente ficaria distante um do outro, então... - Falei tentando confortar ele. Charlie sorriu. 

- Obrigado por tentar me fazer ficar melhor. Eu cogitei em não aceitar, mas eu ouvi sua voz dentro da minha cabeça dizendo que eu estaria louco se fizesse isso, então aceitei. - Ele disse e eu ri. Ele me conhece tão bem. - Sem dizer que eu não consigo não seguir meus sonhos.

- É, eu iria te bater se você não aceitasse só porque vamos ter que ficar longe um do outro. Essa parte a gente pode dar um jeito. - Sorri, tentando convencer ele e a mim mesma que nós conseguiríamos passar por aquilo. 

Eu estava totalmente apavorada por dentro, com milhares de pensamentos negativos sobre aquilo, de como poderíamos nos afastar, de não dar certo, dele se apaixonar pela atriz que ele iria contracenar e muitas outras reflexões. 

 - Obrigado por ver o lado positivo disso tudo. - Ele me deu um selinho e me abraçou. - Agora que conversamos, acho que temos coisas para comemorar, não é mesmo? - Ele me perguntou fazendo sua carinha sapeca, que eu tanto amava.

- Oooh sim, temos muito que comemorar, meu bem. - Falei mordendo os lábios, já imaginando o tipo de comemoração que teríamos. 

De mãos dadas passamos rapidamente pela sala para dar boa noite aos nossos amigos e fomos para o nosso quarto. 

...

- Miga, preciso da sua ajuda. - Bruna falou assim que os garotos saíram para caminhar. Era quarta feira a tardezinha. Eu havia acabado de chegar em casa e nós estávamos sentadas no sofá .  

- Diga... No que eu posso te ajudar? - Perguntei enquanto bebericava meu leite morno com açúcar. Eu estava com fome, mas não ia comer algo, pois íamos sair para jantar depois que os meninos voltassem. 

Minha vida em VancouverOnde histórias criam vida. Descubra agora