Os dias passam

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Um mês se passou e eu não vi mais o Charlie pessoalmente. As gravações tinham começado, então ele estava super ocupado. Mas a gente se falava todas as noites por chamada de vídeo, mesmo que fosse para apenas dar boa noite. E durante o dia, trocávamos mensagens pelo whats.

Eu contei para ele minhas inseguranças em relação a Camille e ele disse ter conversado com ela, de não ter gostado da forma como ela me tratou e ela pediu desculpas. Além disso, ele disse palavras lindas para tentar me convencer que meus pensamentos estavam errados.

Morar com Owen e Bru não estava sendo a mesma coisa. Não que era ruim, eu amava os dois e ficava feliz por ter companhia, mas eu sentia muita falta do meu amor. Eles eram um casal super fofo e que eu admirava, eu adorava sair com eles, mesmo que eu segurasse vela. Mas ás vezes, estar com eles, só me fazia querer mais ainda Charlie conosco. Sentia falta de acordar ao seu lado, com aqueles olhinhos inchados que me olhavam de uma forma tão singela, sendo a primeira coisa que eu via ao abrir os meus. Logo, havia dias que eu me sentia triste apenas ao recordar as pequenas coisas que fazíamos juntos.

Por outro lado, eu estava extremamente feliz com meu trabalho. Eu e o Noah tínhamos feito nossa palestra na UBC (University of British Columbia), no campus em Vancouver e tinha sido um sucesso, apesar de todo meu nervosismo. Foi tão incrível que conseguimos mais palestras por algumas universidades ao redor do Canadá e dos EUA. Então, eu e o Noah teríamos que viajar. Juntos. Não que eu não gostasse do Noah, eu o considerava meu amigo. Só não ficava tão confortável sozinha com ele quando estávamos fora do laboratório.  

Nós íamos visitar mais seis faculdades e seria interessante essas viagens, porque eu estava pensando seriamente em fazer alguma pós. Eu ainda não tinha me decidido ficar em Vancouver após meu contrato com Health Lab acabar, mas comecei pensar em possibilidades e motivos para ficar.

A primeira universidade que fomos foi a University of Alberta, aproximadamente 13h de carro. Embora tudo estar sendo custeado pela nossa empresa, nós íamos pegar muitas vezes o avião nos próximos dias, logo nós resolvemos ir de carro mesmo, pelo menos dessa vez. Foi bem legal, pois nós nos conectamos de uma maneira que seria impossível no laboratório. Por um milagre, ele não deu em cima de mim nenhuma vez. Foi realmente uma viagem entre amigos. 

Chegamos na província de Alberta a noite, então nos hospedamos no hotel que a Health Lab nos reservou e descansamos, cada um em um quarto, claro. No dia seguinte, de manhã, fizemos nossa apresentação e voltamos para a casa.

 - Foi muito boa nossa viagem. Acho que vamos nos divertir bastante nas nossas próximas paradas. - Comentei quando Noah estacionou o carro na frente da minha casa.

- Sim, foi bem legal. E foi legal que a gente tenha se aproximado mais. - Ele disse dando um sorriso, me fazendo sorrir de volta. 

- Concordo com você. Bom, obrigada por me trazer até em casa. - Me virei para abrir a porta e saí do carro. - Até amanhã, Noah. 

- Até, Gi. - Ele sorriu antes de ir embora. 

Depois de contar como foi minha viagem para meus queridos amigos e ficar um pouco com eles, tomei banho e jantei. Quando já estava pronta para dormir, fiz uma chamada de vídeo com meu namorado.

- Olá, minha princesa. Estou morrendo de saudades. - Essa frase estava se tornando constante em nossas ligações.

- Olá, meu anjo. Estou com saudades também. Você tem alguma ideia de quando poderemos nos ver? - Perguntei ansiosa pela resposta. 

- Eu não sei... - Ele deitou de barriga para cima em sua cama. Eu estava sentada encostada na cabeceira da minha. - Talvez eu tenha uma folga no próximo final de semana, mas você não estará em Vancouver, então eu nem sei se irei. - Ele disse em um tom desapontado, me deixando triste também. 

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