Minha vida em Vancouver

Browen

 ~ Bruna on ~

É engraçado como as coisas podem mudar num passe de mágica. Principalmente quando estamos em um momento ruim, a gente acha que aquele sentimento de tristeza vai durar para sempre, que nunca mais vamos ser felizes. Ainda mais quando nosso coração partido é uma consequência de um amor perdido. Mas ai vem Deus e nos mostra que sempre tem algo melhor para nós e que se nos permitimos e nos arriscarmos um pouquinho, a gente pode voltar a ser feliz. 

Olha só para mim... Mesmo com medo e cheia de dúvidas, aceitei a mudar de país e trabalhar numa das maiores empresas de streaming. E eu abri meu coração para um novo amor, mesmo depois de sofrer de uma forma que nunca achei que suportaria de tanta dor, então ganhei um namorado mais que maravilhoso. Owen Joyner. Ás vezes eu não acredito que  eu conheci ele mesmo e que somos namorados.  

Estamos morando só nós dois na nossa casinha em LA faz alguns meses e hoje me peguei pensando em tudo que vivemos até aqui. Lembro de como surtei por dentro ao conhecer ele pessoalmente e que no mesmo dia nós tivemos nosso primeiro encontro, tomando frappuccinos e sentados no capô do seu carro observando o céu estrelado. Lembro do karaokê na casa do Kenny em Hawaii quando cantamos kiss me, do nosso encontro em Honokalani black sand beach, onde nós demos o nosso primeiro beijo. Da gente dançando why no luau. Me recordo de como surtei quando peguei ele saindo do banho totalmente nu e como quase enfartamos quando fomos pegos no flagra pelo Charlie. Teve também os dias que ficamos sozinhos quando a Gi e o Charlie viajaram para NewFoundland e tivemos nossa primeira vez. O natal e a nossa viagem para o Brasil foi simplesmente incrível. Fiquei tão feliz ao vê-lo com meu lindo sobrinho Arthur. Lembro da gente encenando Breaking Free enquanto assistíamos HSM com nossos melhores amigos, inclusive muitas saudades dos nossos momentos em grupo. A gente ainda se vê, mas não é com a mesma frequência, claro. 

Me recordo de sentir ciúmes na balada que fomos no Brasil, quando vi uma mulher dando em cima dele. Acho que foi a única vez que senti um ciúmes inexplicável por ele. Afinal, eu não sinto  ciúmes das fãs, ainda mais daquelas que nos apoiam.

Nossas viagens sempre foram fantásticas, cheias de magia, como quando fomos para Oklahoma City e eu finalmente conheci sua família e fomos ao show do Shawn Mendes (sem contar do nosso beijo no telão que foi romântico apesar de eu ter ficado encabulada). Ou então quando fomos recentemente para a Austrália comemorar o aniversário dele. 

Tem dias que eu me pego observando nossas fotos e vídeos que já postamos e os meus favoritos sem dúvidas são a gente dançando How deep is your love, porque reflete muito como somos no dia a dia, dançando pela casa enquanto arrumamos ela e da gente cantando Vamos fugir depois dele me pedir em namoro. Falando sobre isso, eu ensinei Owen algumas coisas em português e é muito fofo ver ele tentando reproduzir o que eu digo. 

E é claro, uma das minhas memórias favoritas até então com o Owen é do nosso Valentine's day, da gente dançando na chuva. 

Mesmo que nossa rotina tenha mudado, por eu estar trabalhando na Too Faced e fazendo um curso a pedido deles para me aperfeiçoar em make e Owen ensaiando para uma peça de teatro, nós ainda vemos filmes, jogamos alguns jogos de baralho ou tabuleiro ou lemos algum livro juntos. A propósito, nós terminamos de ler minha saga favorita A Seleção. Owen adorou a história e se convenceu de ele que é meu Maxon e eu sua America, mesmo que nossa história não tenha nada a ver com a deles. 

Quando fez um ano em que eu havia me mudado do Brasil (ou seja, o mesmo dia em que eu conheci ele pessoalmente), Owen resolveu me surpreender. Aquela semana, Owen não tinha dormido três dias em casa, por conta da peça e eu não estava esperando por ele.

Era domingo de manhã e eu tinha acabado de acordar. Como de costume, abri a parte do Owen do guarda roupa e roubei uma camiseta dele. Eu sempre fazia aquilo em dias que eu não ia sair de casa.