As duas semanas seguintes da festa na casa da Madison foram corridas. Minha pesquisa estava dando errado dia após dia, me fazendo trabalhar por mais horas para tentar arrumar os erros. Isso resultou em duas semanas sem ver Charlie. E quando eu chegava em casa, eu só queria dormir, logo eu não conseguia conversar tanto quanto eu queria com ele nem pelo celular.
Talvez por ter ficado mais tempo sozinha nas duas semanas, eu pensei mais no meu lar no Brasil e fiquei com mais saudade do que já estava dos meus pais, o que me deixou deprimida.
Logo, no sábado planejei não fazer absolutamente nada. Estava com preguiça de sair da cama. Não estava animada para sair de casa, o que significava que eu estava bem triste mesmo, pois eu amo sair nos meus dias de folga.
Acordei cedo, porque por algum motivo eu não consegui dormir mais. Como de costume, comecei a checar meu celular e havia uma mensagem de Charlie.
É engraçado o poder que o Charlie tem sobre mim. Eu não estava afim de sair minutos atrás e agora já estou animada. Com medo e ansiosa, mas animada. Eu queria muito conhecer os outros irmãos e a mãe dele, mas ao mesmo tempo eu ficava pensando " e se a mãe dele não gostar de mim?". Bom, mas pelo jeito vamos descobrir isso hoje.
Como combinado, em meia hora Charlie chegou. Eu só havia conseguido arrumar as malas e tomar café, ainda precisava tomar banho, então pedi para ele subir até meu quarto e me esperar.
- Não demore muito, porque tenho planos para hoje. - Ele falou sentando na minha cama.
- Prometo não demorar. - Respondi enquanto eu pegava minhas roupas para me trocar no banheiro. - E posso saber quais são esses planos? - Ele deu um sorriso malicioso, algo que era difícil ver. Por segundos pensei em certas coisas, mas tentei ignorar, já que aquilo não era o estilo dele.
- Não. Na hora você vai saber. - Ele piscou e eu ri.
- Ta bom vai, vou tomar banho.
Tomei banho e em menos de 15 minutos eu estava pronta.
Fomos para Dieppe de avião, já que é meio longe de Vancouver. Quando chegamos lá, o Patrick, um dos irmãos de Charlie, foi nos buscar. E logo estávamos em sua casa.
A mãe dele estava nos esperando no quintal de casa. A cada passo que eu dava em direção a ela, meu coração acelerava mais. Giovanna se acalma, senão vai ter um treco. Eu repetia para mim mesma.
- Oi meu querido! - Ela disse abraçando Charlie primeiro. - Estava com saudade de você.
- Oi mãe! Também estava com saudade. - Ele deu um beijo na bochecha dela. - Mãe, essa é a Giovanna, aquela garota que falei pra você. - Ele falou me puxando para me aproximar dela.
- Oi querida! Seja bem vinda. - Ela me puxou para um abraço também, me fazendo me sentir acolhida. - Ela é linda mesmo. - Ela comentou. Então Charlie falou mesmo de mim para a mãe?!
- Olá senhora Jeanette. Obrigada pela hospitalidade. - Agradeci com um sorriso.
Nós entramos na casa e Charlie me apresentou cada detalhezinho dela. Conheci Michael e Ryan, os dois outros irmãos dele. Todos são maravilhosos, muito gentis, mas ninguém se compara a Meghan, ela é incrível e faz de tudo para eu me sentir em casa. Deixei minhas coisas no quarto dela, já que eu iria dormir lá, pois dividiríamos o quarto como boas irmãs (como ela mesma disse).
- Eu vou fazer o almoço, queridos. - Jeanette anunciou.
- Quer ajuda? - Me ofereci para ajudar a fazer a comida.
- Não precisa, querida. Pode ficar ai com os meninos. - Jeanette respondeu.
- Não, ela vai nos ajudar sim. - Meghan falou me puxando para a cozinha. - Eu sempre quis uma irmã cozinhando junto com a gente.
- Não, ela veio pra ficar comigo, Meghan. Eu tenho muitos planos pra fazermos juntos. - Charlie protestou e eu ri da situação. Não me lembro de já ter sido tão disputada assim.
- Charlie, você pode ficar com ela depois do almoço, certo Gi?! - Ela perguntou com um olhar de súplica e eu assenti com a cabeça.
- Prometo ficar com você depois. - Falei para Charlie e ele sorriu.
Enquanto nós três cozinhávamos, os irmãos Gillespie jogavam vídeo game na sala. Eu me ofereci para fazer a sobremesa e elas concordaram. Fiz o famoso brigadeiro brasileiro, mas do meu jeitinho. Eu gosto de fazer brigadeiro de colher, aonde eu coloco metade de chocolate branco e metade do brigadeiro normal e fica uma explosão de sabores. Não querendo me gabar, mas é o melhor brigadeiro que eu já comi.
Almoçamos todos reunidos na mesa. Parecíamos uma família feliz. Todos se divertindo com a companhia do outro enquanto comíamos. Eles elogiaram minha sobremesa e Charlie concordou que eu deveria fazer mais vezes.
Depois, como combinado, eu e Charlie resolvemos ficar apenas nós dois.
- O que quer fazer? Quais são seus planos? - Perguntei, quando sentamos na varanda.
- Bom, meu plano é te ensinar a dançar Perfect Harmony. - Ele disse todo animado.
- O que? - Perguntei surpresa. - Eu não tenho habilidades em dança e parece ser muito difícil a coreografia dessa música.
- Ah, se eu aprendi, você também pode. - Ele falou se levantando e estendendo a mão pra mim. - Vem, dança comigo.
Passamos horas, praticamente a tarde toda, dançando. Eu era um desastre na dança, mas Charlie foi paciente comigo e foi me ensinando aos poucos. Depois de treinar umas 100 vezes, ele colocou a música pra tocar.
- Agora vai ser oficial. - Ele falou olhando em meus olhos. - Está pronta?
- Estou. - Falei, respirando fundo.
Acho que foi a situação mais íntima de nós dois até aquele momento. Eu me sentia plena, nas nuvens, como se só existisse nós dois no mundo. Mas na parte em que a música diz "We say we're friends, we play pretend. You're more to me, we're everything.", eu tive consciência do quanto eu estava perdidamente apaixonada por ele, do quanto eu me entreguei para aquele sentimento em que um dia eu prometi para mim mesma que nunca mais iria me permitir sentir.
Quando a música acabou, eu me virei para olhá-lo nos olhos.
- Uau, talvez seja clichê dizer isso, mas acho que encontramos nossa perfeita harmonia. - Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu não conseguia respirar direito, meu coração pulava dentro do peito. Eu não sabia o que dizer, então tentei mudar de assunto.
- É, me desculpe em não dançar tão bem quanto a Madi. - Falei me afastando um pouco.
- Para de se comparar com ela. Vocês duas não tem nada a ver. Quer dizer, eu adoro vocês, mas cada uma é cada uma. - Ele falou me puxando para mais perto dele e naquele momento eu esqueci como se respirava.
- Crianças, o jantar está pronto. - Jeanette apareceu na porta e nos chamou para entrar. Eu deveria ter ficado brava por ela estragar aquele momento que eu tinha certeza que rolaria um beijo, mas fiquei aliviada, pois não estava preparada para aquilo.
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Minha vida em Vancouver
FanficUma história baseada nas imaginações de duas melhores amigas apaixonadas pelo Charlie Gillespie e Owen Joyner.