Capítulo 16

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(Alysson)

O Gael está me sufocando. Meu ar está quase acabando. E ele está olhando bem fundo dos meus olhos. Eu estou sentindo tanto medo. Medo de morrer.
Me debato, bato em seu braço. Mas sinto minhas forças indo embora. Sinto como se meus olhos fossem pular pra fora. Ele sorri, gargalha enquanto eu estou morrendo. Gargalha enquanto eu estou perdendo o ar.

Acordo em um sobressalto. Estou pingando suor. Puxo o ar com tanta força. Tremo e me levanto cambaleando até o banheiro. Vômito tudo o que estava em meu estômago.
Meu peito dói, dói tanto. Eu não consigo me acalmar, não consigo parar de tremer.

Estou com medo, tremendo de medo. Suando de medo. Eu achei que ia morrer. Eu estava sufocando. Ele estava me matando. Tento colocar na minha cabeça que foi só um sonho, e que ele estava me matando no sonho. Mas não consigo. Foi muito realista.

Isso é um alerta. Gael está em busca de vingança. Tudo isso que está acontecendo, é por causa de uma vingança contra o meu pai. Me sinto tão culpada. Me sinto tão suja por ter aceitado tudo isso. Por deixar de pensar no meu pai trancafiado. Por me deitar com o Gael tantas e tantas vezes. Por simplesmente aceitar.

Ali sentada no chão do banheiro, tento planejar algo. Uma fuga. Algo que não afete nem eu, nem meu pai. Eu preciso de ajuda. Preciso me esconder dele, fugir disso.
Penso e penso. Mas não me vem nenhuma ideia.

Não posso confiar em ninguém. Mas sozinha eu não consigo, eu não conheço nada dessa cidade. Mal consigo andar sozinha pelas ruas sem me perder.

Levanto e fico o olhando da porta do banheiro. Seria tão fácil mata-lo agora. Eu jamais me perdoaria. Eu jamais conseguiria tirar a vida de alguém.

Não consigo esquecer o seu olhar, enquanto me sufocava. Ele poderia fazer isso se quisesse, e esse é o meu medo.
Ele tem esse poder, ele sabe que me controla. E se caso eu o desebecer, ele sabe que pode me matar a hora que te der na telha, porque eu não tenho o poder de impedi-lo.

Não contenho as lágrimas. Choro até sentir meu rosto inchado.
Sinto vontade de enforcar ele, antes que ele faça comigo.

Cravo as unhas na minha pele. Uma parte de mim não quer que isso acabe. Sinto desejo por ele. Um desejo insano.
Nego para mim mesma. Não posso sentir desejo por ele. Não posso me submeter a isso.
Me deito novamente na cama, e ele acorda.

Gael- Por que está acordada a essa hora?

Ele diz com a voz rouca e sonolenta.

Alysson- Eu tive um pesadelo.

Falo quase em um sussurro.
Ele fecha os olhos novamente, e coloca sua mão em meu peito, acariciando o bico, apertando de leve.
Sua mão desce até a minha intimidade, seu toque me deixa com calor. Ele mexe os dedos, fazendo meu corpo dar uma arqueada.

Gael- Vou te relaxar.

Ele sussurra tão baixo no meu ouvido. Seu hálito quente me arrepia. Ele beija meu pescoço, e passa a mão por todo o meu corpo.

Eu odeio isso. Odeio estar amando isso.

Presa a você. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora