Capítulo 24

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(Alysson)

Estávamos no quarto de hotel. Eu estava na poltrona lendo, e Gael estava deitado com o notebook em sua barriga.

O livro que eu estava lendo era pouco interessante. Então minha atenção estava nele. A todo segundo desviava meus olhos e o olhava.

Ele se levanta e vai até o banheiro, demora umas meia hora lá dentro. Quando sai está de terno, com o cabelo penteado. O cheiro de perfume invade minhas narinas. Ele vem até mim, e beija a minha testa, sem me olhar, e sai sem falar uma palavra.

O resto da tarde foi intediante, até eu receber uma visita inesperada.

Alysson- Isso sim é repentino.

Dany- Eu só vim te fazer uma visita.

Ela diz sorrindo falso.

Alysson- Como sabia que eu estava hospedada aqui?

Dany- PK. Consegui fazer ele me falar.

Eu gosto da ideia de ter uma amiga, alguém com quem conversar. Mas essa situação está muito esquisita. Tem algo errado. Apesar de termos passado a tarde juntas conversando sobre absolutamente tudo, aquela sensação de que algo está errado não sai da minha cabeça.

Alysson- O que houve Dany?

Estávamos sentadas na varanda, em uma mesa redonda, com cadeiras extremamentes confortáveis.

Dany- Alysson, na verdade vim ver se está bem.

Alysson- Eu estou sim.

Respondo franzindo a testa sem saber o que ela está se referindo.

Dany- Eu fiquei sabendo do seu pai.

Meu coração pulsa mais forte. Minhas mãos começam a tremer.

Alysson- Estou lidando com isso.

Dany- Caralho Alysson...

Ela susurra e passa a mão no rosto.

Alysson- Olha, não sei o que está querendo, mas aconselho você a não se meter com o Gael. Não faz ideia do que ele é capaz de fazer...

Dany- Eu te considero uma amiga, e por isso vim te alertar.

Alysson- Sobre o que?

Acho que estou começando a perder a paciência.

Dany- Ele não é bom Alysson. O PK é aliado dele, e o conhece bem. As coisas que ele me falou sobre ele...

Eu sinto um calafrio. Começo a ficar angustiada.

Alysson- Dany por favor. Gael pode chegar a qualquer momento.

Digo apontando para a porta.

Dany- Está cega Alysson. Não faz ideia das coisas horríveis que ele faz. Não seja uma tola ingênua que finge não ver o que está bem na sua frente. Ele gosta de manipular a todos, e conseguiu manipular a você também.

Ela se levanta, fecho os punhos com raiva.

Dany- Eu espero que você fique bem, de verdade.

Ela tira algo da bolsa e me entrega, um número. 190.
E se retira me deixando sozinha.

Minha mente está a mil. Meu coração bate tão rápido e minhas mãos soam. Meus pensamentos estão quase me deixando louca.

Olha para o número na mesinha. Resolvo pegar e ligar pelo telefone fixo.

-Polícia Militar do Rio de Janeiro, qual a denúncia?

Desligo o telefone.
Porque a Dany me daria o número da polícia militar? Ela quer que eu o denuncie? Ela quer que eu coloque ele na cadeia?

Eu estou tão paranoica. Estou a ponto de ter um colapso.

Serei livre se eu o denunciar?

Daria tempo de sair do país e recomeçar minha vida nova. Enquanto ele estivesse na cadeia.

Disco o número novamente no telefone, com tanta hesitação e mal consigo discar.

Falo tantas mentiras para os polícias. Choro falso, e mentiras absurdas. Explico sobre o horário de invasão. Que ele está no trabalho e que só chega depois das dez da noite.

Assim que desligo o telefone, choro e choro.

Não demorou muito para as horas passarem. E o Gael chega.
Nem fala uma palavra comigo, apenas vai diretamente para o banheiro.

Um tempo depois, o Gael ja estava dormindo, e eu estava angustiada sem conseguir dormir. Começo a me arrepender de tudo isso. E começo a suar frio.

Tomo um susto quando a porta do hotel é quase arrombada com as batidas, e o Gael estava dormindo, mas com o barulho ele acordou.
Ele vai na furia abrir a porta.

Gael- Qual o motivo do incômodo?

Ele pergunta com tanto ódio que consigo sentir.

Policial- Gael Duarte o senhor está preso por uma denúncia de abuso doméstico e sexual. Vai ser levado a justiça para ter uma sentença definitiva. No momento o senhor tem que permanecer calado e responder a apenas um advogado.

Gael- O que é isso Alysson?

Eu estou sem palavras. Paralisada.

Gael- Eu sei que tem dedo seu nisso.

Os policiais pegam ele, mas ele para e fica olhando pra mim, dos pés a cabeça.

Gael- Lembre-se bem da escolha que teve. Pois a sua consequência está por vir.

Ele chega mais perto, quase perto do meu ouvido.

Gael- Guarde isso na sua memória meu amor.

Presa a você. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora